Alexandro Muhlstedt
Colégio Estadual do
Paraná
E-mail:
supervisoralex@bol.com.br
RESUMO
Este
trabalho apresenta uma atividade de formação continuada denominada
Grupo de Trabalho em Rede – GTR, do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, junto a um grupo de treze pedagogas que atuam em
diferentes escolas estaduais de nove cidades do Paraná. Este GTR
buscou investigar as considerações das cursistas a respeito do
Trabalho Docente. Foram utilizadas as atividades Fórum e Diário
como forma de interação na modalidade de educação à distância,
entre os meses de março e abril de 2014, tendo como ferramenta de
mediação a plataforma MOODLE. Com o trabalho foi possível analisar
as opiniões das pedagogas sobre a sua atuação no interior das
escolas, evidenciando o importante papel da formação continuada à
distância aos profissionais da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná. Concluiu-se que as pedagogas participantes aprovam esta
estratégia de formação continuada, demonstrando ter habilidades
com o uso da Plataforma MOODLE e realizando as atividades propostas
de maneira interativa, polida, reflexiva e crítica.
Palavras-chave:
Formação Continuada; Trabalho Docente; Pedagogos; Escola Pública.
INTRODUÇÃO
A Secretaria de Estado da
Educação do Paraná - SEED, ao refletir sobre as possibilidades de
oferecer aos professores em serviço uma formação continuada
compatível com as exigências atuais, bem como, considerando todas
as variantes que perpassam a escola pública como as concepções de
homem, mundo e sociedade, tem avançado na busca de modalidades
alternativas, as quais, longe de serem representativas pelos números,
mas que possam trazer qualidade ao ensino público do Estado do
Paraná.
Uma dessas modalidades de
formação continuada em serviço ocorreu com a implementação do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, em 2007, no qual os
professores que ingressaram no programa tornaram-se tutores do
chamado Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Esta capacitação deu-se
através da mediação por computador, inserida na plataforma MOODLE.
Este trabalho debruça-se
sobre a percepção apresentada por um grupo de pedagogas sobre a
identidade, a profissionalidade e o trabalho dos professores fazendo
emergir uma das dimensões do trabalho do pedagogo que é justamente
a mediação junto ao professor, permitindo que este reflita sobre
sua prática pedagógica e desenvolva as dimensões relacionadas à
formação do ser humano. Para isso, a atividade fundamentou-se na
modalidade de formação continuada à distância mediada por
computador, utilizando um ambiente virtual de interação.
1. O Programa de
Desenvolvimento Educacional
O
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - é uma política de
Formação Continuada desenvolvida pela Secretaria de Estado da
Educação do Paraná – SEED, que visa a valorização dos
professores que atuam na Rede Pública Estadual de Ensino do Estado
do Paraná. Foi
idealizado durante a elaboração do Plano de Carreira do Magistério
(Lei Complementar n° 103/04) e implementado inicialmente pelo
Decreto nº. 4.482, de 14/03/05. Em 2010, o Programa passou a ser
regulamentado pela Lei Complementar nº130.
No âmbito desse
Programa, a formação continuada é entendida como “o movimento
permanente e sistemático de aperfeiçoamento dos professores da rede
de ensino estadual, em estreita relação com as Instituições de
Ensino Superior, com o objetivo de instituir uma dinâmica permanente
de reflexão, discussão e construção do conhecimento sobre a
realidade escolar” (SEED, 2013. s.p.). Essa formação estabelece
objetivos a serem alcançados tanto na Educação Básica como no
Ensino Superior, como o redimensionamento das práticas educativas, a
reflexão sobre os currículos das Licenciaturas e a sua avaliação
e demais discussões pertinentes.
O
Programa tem como base
o movimento contínuo de aperfeiçoamento de formação dos
professores no espaço escolar, fortalecendo a articulação entre a
Educação
Básica e o Ensino
Superior. É desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/SETI, Secretaria Estadual de
Educação/SEED e as
Instituições de Ensino
Superior/IES públicas do estado do Paraná.
Podem
participar do PDE
os professores do Quadro Próprio do Magistério (QPM), que se
encontram no nível II, classe 8 a 11, da tabela de vencimentos do
plano de carreira. Uma vez que o professor tenha sido classificado
para participar, o mesmo tem garantido o direito a afastamento
remunerado de 100% de sua carga horária efetiva no primeiro ano e de
25% no segundo ano do programa (Resolução 5544, de 12 de setembro
de 2012).
O PDE oferece cursos e
atividades nas modalidades presencial e a distância e disponibiliza
apoio logístico e meios tecnológicos para o funcionamento do
programa. A orientação pedagógica está fundamentada nos
princípios educacionais e nas diretrizes curriculares da SEED.
A
estrutura organizacional do PDE está
representada, para fins didáticos, no Plano Integrado de Formação
Continuada, o qual constitui-se de três grandes eixos de atividades,
quais sejam:
Tabela 01: Eixos
temáticos do PDE
EIXO
1
Atividades
de integração teórico-práticas
|
EIXO
2
Atividades
de aprofundamento teórico
|
EIXO
3
Atividades
didático-pedagógicas com utilização de suporte tecnológico
|
- Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola
- Orientação nas IES
- Produção
Didático-Pedagógica
- Implementação do
Projeto na Escola
-
Trabalho Final
|
- Cursos
- Seminários
- Encontros de área
- Eventos de inserção
acadêmica
- Webconferências,
|
- Sistema de
Acompanhamento e Integração em Rede – SACIR
-
Ambiente Virtual de Aprendizagem (plataforma MOODLE)
- Grupo de Trabalho em Rede – GTR |
No caso desse relato, o
mesmo se deterá na atividade do Eixo 3 – Grupo de Trabalho em Rede
– GTR.
2. O Grupo de Trabalho
em Rede
A Secretaria de Estado da
Educação do Paraná- SEED , ao definir as bases do Programa de
Desenvolvimento Educacional -PDE, propôs um modelo de formação
continuada de modo que pudesse abranger os professores em serviço. A
partir dessa proposta os professores que ingressam no PDE devem
replicar a maior parte do arcabouço de conteúdos que aprenderam nas
Instituições de Ensino Superior – IES, a um conjunto de
professores denominados Grupo de Trabalho em Rede. Simone Bergman,
antiga coordenadora do PDE, assim define a formação pedagógica do
GTR:
[...]
possibilita a integração do Professor PDE com os Professores da
Rede, por meio de encontros virtuais, para a discussão das temáticas
de sua área de formação e/ou atuação. Os participantes dos
Grupos poderão estabelecer relações teórico-práticas em sua área
de conhecimento, visando ao enriquecimento didático-pedagógico, por
meio de leituras, reflexões, troca de ideias e experiências
(BERGMAN, 2007).
O documento orientador
(2013) da SEED explicita:
O
GTR tem o intuito de socializar as produções realizadas pelos
Professor PDE durante o Programa, a saber: Projeto de Intervenção
Pedagógica, Produção Didático-pedagógica, bem como questões
específicas sobre a Implementação Pedagógica na Escola. Essa ação
visa a democratização do acesso aos conhecimentos teórico-práticos
específicos das áreas/disciplinas do Programa escolhidas pelo
Professor PDE (SEED, 2013, p. 12).
Para fazer parte de um
GTR o professor da rede estadual de ensino precisa realizar sua
inscrição no site da SEED, no qual escolhe o tema a ser estudado.
Em média são aceitas quinze inscrições por curso.
Após
constituídos os grupos, o professor PDE tem a oportunidade de
interagir com profissionais das mais diversas localidades do Estado.
Até porque os principais objetivos
do GTR são:
- possibilitar novas alternativas de formação continuada para os professores da Rede Pública Estadual;
- viabilizar mais um espaço de estudo e discussão sobre as especificidades da realidade escolar;
- incentivar o aprofundamento teórico-metodológico nas áreas de conhecimento, através da troca de ideias e experiências sobre as áreas curriculares;
- socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo Professor PDE com os demais professores da Rede.
Ressalta-se ainda que por
meio do GTR ocorre a inclusão virtual dos Professores,
democratizando o acesso da Educação Básica aos conhecimentos
teórico-práticos específicos das áreas/disciplinas trabalhados no
Programa. Com isso, ocorre a formação continuada dos profissionais
utilizando-se a modalidade da educação à distância.
Em
2014, o período
de realização
do GTR é de 18 de março a 06 de maio e o curso apresentando teve
como título: LIMITES
E POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA REFLEXIVA DO PROFESSOR: Identidade
Profissional e Trabalho Docente na Escola Pública de Educação
Básica.
A
forma de socializar esse trabalho é por meio da estrutura de
educação à distância.
3. A Educação à
Distância
O mundo atual vem
passando por grandes transformações, sendo que uma delas ocorre no
âmbito da circulação da informação, com a inserção da mídia
na sociedade moderna. Nota-se que o acesso à informação dá-se
cada vez mais rápido e abrangente, de modo que se pode vivenciar os
acontecimentos em tempo real.
A escola, também não
pode prescindir dos recursos midiáticos, sob pena de manter-se à
margem desse processo de evolução. Neste cenário contemporâneo de
mudanças, a educação tem o compromisso de estar aberta ao trabalho
cooperativo, à pluralidade cultural, ao aperfeiçoamento constante e
à reflexão do que e como formar. Por este contexto passa a educação
à distância, que nos dizeres de Neves:
[...]
não é um modismo: é parte de um amplo e contínuo processo de
mudança, que inclui não só a democratização do acesso a níveis
crescentes de escolaridade e atualização permanente como também a
adoção de novos paradigmas educacionais, em cuja base estão os
conceitos de totalidade, de aprendizagem como fenômeno pessoal e
social, de formação de sujeitos autônomos, capazes de buscar,
criar e aprender ao longo de toda a vida e de intervir no mundo em
que vivem (NEVES, 2005, p.137).
A educação à
distância, para a formação de professores em serviço, tem como
objetivo a valorização do exercício do magistério com o resgate
da função de docente; contribuindo para a melhoria do processo de
ensino e aprendizagem e do desempenho escolar dos alunos, inclusive.
Segundo Moran (2008, p.
2), “educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados
espacial e/ou temporalmente”. A educação à distância tem a
característica de ser integradora e mediadora, apesar de professores
e alunos estarem fisicamente separados, prescinde a necessidade de
uma comunicação mediatizada através de tecnologias adequadas, e a
internet desempenha bem este papel, o que se pretende é a formação
integral do aluno, que estes sejam construtores do seu próprio
conhecimento e não meros receptores de informações.
4. A Plataforma MOODLE
Ao refletir sobre o
principal objetivo da educação à distância que é levar
conhecimento, com quantidade e qualidade, aos quatro cantos do
planeta. A pergunta que se tem em mente é: Como e quais os meios
para executar essa tarefa?
Com o advento do
computador e das redes telemáticas esta proposta tornou-se mais
plausível. Iniciaram-se as discussões para criar ambientes
virtuais, nos quais houvesse maior interação, intercâmbio e
comunicação entre os envolvidos no processo de ensino e de
aprendizagem. Os ambientes virtuais de aprendizagem incorporam várias
ferramentas de comunicação para aplicação educacional. Tais
ferramentas contribuem para a participação ativa dos professores,
alunos, tutores e trazem o compromisso dos envolvidos com o
aprendizado.
Um
dos softwares que auxiliam na montagem de cursos acessíveis pela
internet é o Moodle. A palavra significa “Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment”,
que é um sistema de administração de atividades educacionais
destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais
voltados para a aprendizagem. Este software possui como proposta a
forma colaborativa de aprender, em ambientes on-line, apoia-se na
pedagogia sócio-construtivista, ou seja, não só trata a
aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na
aprendizagem que acontece enquanto construímos ativamente artefatos
tais como textos, para que outros vejam ou utilizem.
O Moodle é um projeto
“Open Source”, ele é um software de utilização livre, no qual
todos podem contribuir, seja no seu desenvolvimento, seja na correção
de erros, seja na documentação, desde que a condição de liberdade
seja mantida. Este paradigma revolucionou a maneira com que softwares
são desenvolvidos, baixou os custos de desenvolvimento e aumentou a
agilidade, resultando em softwares de excelente qualidade e em
constante evolução.
O Moodle vem sendo
aperfeiçoado a cada dia e é sempre possível receber novos módulos
com funções que atendam ainda mais os diversos tipos de usuários.
Há possibilidades de aplicação em diferentes práticas
pedagógicas.
Escolas e universidades
já utilizam o Moodle, não somente em cursos integralmente virtuais
completos, mas também como suporte aos presenciais. Outros usos
indicados para a plataforma é a formação de grupos de estudo,
desenvolvimento de projetos e treinamento de professores, modalidade
está utilizada pela SEED, na qual o GTR é colocado em prática.
5. A Proposta de
Trabalho
Este relato foi
desenvolvido com um grupo de treze pedagogas da rede estadual de
ensino do Paraná. O curso do GTR é organizado em três temáticas:
Tabela 02:
Temáticas do GTR
TEMÁTICAS
|
OBJETIVOS
|
ESTRATÉGIAS
|
Temática 1
Estudo e
aprofundamento teórico sobre a Identidade e o Trabalho Docente a
partir do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola.
|
Promover, entre os
cursistas deste GTR, discussões sobre o Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola.
|
* Apresentação do
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola: "Limites e
Possibilidades para a Prática Reflexiva do Professor: Identidade
Profissional e Trabalho Docente na Escola Pública de Educação
Básica".
* Leitura e análise crítica do documento. * Realização de atividades reflexivas no "Fórum de Discussão" e no "Diário". * Interação entre os cursistas do grupo. |
Temática 2
Apresentação da
Produção Didático-pedagógica (Caderno Temático), cuja
elaboração se deu enquanto estratégia metodológica do Projeto
de Intervenção.
|
Analisar e discutir a
Produção Didático-pedagógica - Caderno Temático.
|
* Apresentação da
Produção Didático-pedagógica - Caderno Temático: A Identidade
e a Profissionalidade do Professor Reflexivo.
* Leitura e análise do documento. * Realização das Atividades no "Fórum de Discussão" e no "Diário". * Recepção das contribuições dos cursistas. * Interação entre os cursistas do grupo. |
Temática 3
Apresentação do
Cronograma da Implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na escola.
|
Propor a implementação
na escola do cursista, pelo cursista, de pelo menos uma das
Oficinas previstas no Cronograma de implementação.
Enriquecer o debate
por meio do relato dos resultados da oficina desenvolvida na
escola.
|
* Leitura do arquivo
"Cronograma da Implementação do Projeto de Intervenção na
Escola"
* Escolha de uma das cinco Oficinas presentes no arquivo "Cronograma da Implementação..." * Aplicação da Oficina escolhida junto aos professores interessados. * Utilização do momento da Hora Atividade, ou Reunião Pedagógica, para realizar a leitura, a reflexão, o diálogo e a crítica sobre o tema abordado no texto da Oficina escolhido. * Relato, no Fórum, da prática vivenciada na escola. |
Este relato detém-se nos
resultados obtidos na Temática 01, nas reflexões postadas nas
atividades Fórum e Diário.
O recurso denominado
Fórum trata-se de uma atividade que oportuniza ao grupo a
socialização de suas impressões, promovendo a interação,
discussão e troca de ideias sobre um tema específico durante um
período determinado. Por outro lado, na ativiadde denominada Diário
são colocadas as anotações dos participantes que são de acesso
exclusivo do Professor Tutor. Diferente do Fórum, não tem a
finalidade de promover uma discussão em grupo, mas sim viabilizar a
troca de informações e aprofundamento das questões discutidas no
Fórum junto só Professor Tutor.
5.1. Perfil das
Pedagogas Participantes
As pedagogas integrantes
do GRT eram num total de dezessete inscritas, porém quatro nunca
acessaram o ambiente virtual, sendo consideradas desistentes.
As cursistas são
pedagogas de 09 diferentes Núcleos Regionais de Educação (NRE),
sendo 05 delas de Curitiba: Apucarana, Campo Mourão, Ibaiti,
Maringá, Telêmaco Borba, Ponta Grossa, Cornélio Procópio e Foz do
Iguaçu. Neste relato, por questão de sigilo, as cursistas serão
identificadas pelo nome de seus NREs.
Mapa 1: Núcleos
Regionais de Educação do Paraná – Localização das Pedagogas
Todas as 13 cursistas são
formadas no curso de Pedagogia, havendo 08 delas com curso de
Pós-graduação. São pedagogas que atuam em Colégios Estaduais,
sendo que atualmente 02 são professoras do Curso de Formação de
Docentes, 02 professoras na Educação Especial e 09 Pedagogas de
escola. Algumas cursistas relataram outras funções durante a
carreira: Diretoras de escola, Professoras de Ensino Fundamental –
Séries Iniciais, Tutoras do Pró Funcionário e Salto para o Futuro,
Assessoras em Secretaria Municipal de Educação, demonstrando uma
vasta experiências em diferentes âmbitos da educação.
A marca principal
demonstrada na expectativa quanto ao curso é aprimorar seus
conhecimentos e realizar estudos do tema que escolheram, ou seja, o
Trabalho do Professor.
Cinco cursistas que já
concluíram o PDE, sendo que 12 delas já realizaram outras edições
do GTR e apenas uma pedagoga revelou ser a primeira experiência como
participante do GTR.
Tabela 03: Perfil
das pedagogas participantes do GTR
IDENTIFICAÇÃO
|
FORMAÇÃO
|
EXPERIÊNCIA
|
EXPECTATIVA
|
Campo
Mourão
|
Formada
em Pedagogia e Pós graduada em Administração e Supervisão
Escolar. Tem especialização em Metodologia de Ensino.
|
Atuou
como docente no Curso de Formação de Docentes e foi tutora
do Salto para o Futuro durante muitos anos.
Participou
de dois GTRs e foi tutora no PDE.
Concluiu
PDE em 2013.
|
Estudar
a Identidade e a Profissionalidade do professor por ser um tema
instigante.
|
Foz
do Iguaçu
|
Formanda
em Pedagogia.
|
Atuou
como docente no 1º ciclo do Ensino Fundamental.
Foi
Diretora auxiliar por 09 anos e Diretora geral por 10 anos.
Em
2008 fez o PDE.
Em
2009 e 2010 atuou como tutora do Pró-funcionário em Alimentação
Escolar e Infraestrutura.
|
Discutir
o que causa aflição na escola: o desempenho escolar.
|
Ponta
Grossa
|
Formada
em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa
|
Atua
como docente na Sala de Recursos Multifuncional e na disciplina de
Prática de Formação, no curso Formação de Docentes.
|
Estudar
o tema Profissionalidade Docente para contribuir junto aos futuros
profissionais da educação.
|
Ibaiti
|
Formada
em Pedagogia pela UENP e Pós graduada em Didática e Metodologia
do Ensino, pela UNOPAR. Cursa a segunda Pós, em Coordenação
Pedagógica pela UFPR.
|
Atua
na rede estadual de Ensino há 29 anos.
Atuou
por 13 anos ininterruptos na Gestão de um Colégio.
Atualmente
é Pedagoga do mesmo colégio.
Este
é o segundo GTR que participa.
Concluiu
o PDE em 2013 sobre Avaliação da Aprendizagem Escolar.
|
Enriquecer
os conhecimentos para o aprimoramento da prática pedagógica.
|
Apucarana
|
Formanda
em Pedagogia.
|
Atuou
como professora de séries iniciais e da sala de recursos na
educação especial.
Foi
diretora por duas gestões.
Tem
mais de 30 anos de trabalho na educação.
Fez
PDE em 2008/2009.
Fez
vários cursos online e GTRs (pela autonomia do tempo).
|
Conhecer
e trocar experiências para melhorar a prática do trabalho.
|
Cornélio
Procópio
|
Formada
em Pedagogia com licenciatura plena, Pós graduada em
Didática e Metodologia, Psicopedagogia Clíníca.
Está
fazendo Pós em Sociologia.
|
Tem
29 anos de docência no ensino de 1º ao 5º ano.
Já
atuou na Secretaria Municipal Educação, direção de escola e
como pedagoga.
Trabalhou
por 15 anos na alfabetização.
|
Contribuir
e ajudar o professor nas dificuldades, sendo colaboradora quando
necessitar.
|
Maringá
|
Formada
na UEM, na área de Orientação Educacional e agora Professora
Pedagoga.
|
Está
na carreira há mais de 20 anos.
Participou
de outras edições do GTR como participante e também como
tutora.
Concluiu
o PDE em 2013.
|
Enriquecer
os conhecimentos e refletir sobre a prática pedagógica.
|
Curitiba
1
|
Formada
em Pedagogia pela UTP e pós graduada pelo IBPEX em Psicopedagogia
Educacional e Magistério Superior.
|
Iniciou
no Estado em 1990 como Professora Regente nas Séries Iniciais até
2008.
É
pedagoga de Colégio.
Já
participou de outras edições do GTR.
|
Adquirir
conhecimentos.
|
Curitiba
2
|
Formada
pela UFPR e Pós graduada pela Universidade Tuiuti.
|
Participou
do grupo do PDE 2009, onde realizou estudo sobre o Livro
Didático Público e a presença do multiculturalismo em seu
conteúdo, e, desde então participa do GRT.
Atua
como pedagoga a 21 anos.
|
Contribuir
com as discussões e que as informações recebidas possam
auxiliar e ampliar as ações no dia a dia.
|
Curitiba
3
|
Formada
em Pedagogia e Especializações em Alfabetização e
Psicopedagogia.
|
É
pedagoga de escola.
|
Adquirir
e aprimorar os conhecimentos.
|
Curitiba
4
|
Formada
em Pedagogia pela UFPR e Pós graduada em Psicopedagogia pela
Bagozzi.
|
Atua
a 8 anos na escola.
Participou
do GTR em 2013 cujo tema era Avaliação.
|
Atualizar
conhecimentos e diminuir a distância entre o pesquisador e os
ansiosos por novidades e respostas.
|
Telêmaco
Borba
|
Formada
em Pedagogia.
|
Além
de atuar como Pedagoga, é professora na rede municipal no
Centro de Deficiência Visual.
Já
atuou como docente alfabetizadora por 13 anos.
Tem
muito orgulho em ser professora a 17 anos.
É
a primeira participação no GTR.
|
Contribuir
com a prática.
|
Curitiba
5
|
Formada
em Pedagogia pela UTP e Pós graduada em Psicopedagogia pelo
IBPEX.
|
Atua
no Estado como pedagoga desde 2003 e no Colégio onde trabalha
desde 2005.
Sempre
desejou atuar como professora na área da educação.
Já
participou de 4 GTRs.
|
Enriquecer
os conhecimentos na área e trocar experiências sobre o tema.
|
5.3. Planejamento da
atividade
O planejamento da
Temática 1 – sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola - seguiu o proposto nas orientações pedagógicas para o
Grupo de Trabalho em Rede.
Constou
de um Fórum cujo objetivo
foi socializar
o Projeto de Intervenção Pedagógica e com isso realizar a troca de
ideias e conhecimento entre os cursistas a respeito dos fundamentos
teóricos sobre a identidade, o trabalho e a profissionalidade do
professor.
A
atividade solicitada foi que os cursistas lessem e analisassem o
Projeto de Intervenção que apresentava um conjunto de reflexões
sobre a identidade e o trabalho docente, em seguida escrevessem no
fórum as suas observações, apontando a pertinência da
problemática levantada na justificativa do projeto, a relevância
dos objetivos elencados, as possibilidades de articulação
teórico-prática com o tema proposto e a contribuição deste estudo
para a Educação Básica, entre outras.
Solicitado também que analisassem a realidade das suas escolas comparando com a proposta apresentada no projeto, sinalizando se há ou não situações semelhantes. Também que interagissem com pelo menos dois cursistas, comentando suas postagens.
Solicitado também que analisassem a realidade das suas escolas comparando com a proposta apresentada no projeto, sinalizando se há ou não situações semelhantes. Também que interagissem com pelo menos dois cursistas, comentando suas postagens.
Na
atividade denominada Diário, cuja leitura ficou restrita ao
Professor PDE, foi solicitado que as pedagogas escrevessem um
pequeno texto a respeito da pertinência do tema sobre a identidade e
o trabalho docente para a Escola Pública. Foi informado que levassem
em consideração a sua vivência na escola, escrevendo quais são as
observações sobre o que dizem os professores a respeito da
profissão que escolheram, ou seja, quando estes falam sobre a
profissão quais são as imagens que os mesmos revelam sobre ela.
Ambas as atividades –
Fórum e Diário – foram desenvolvidas pelas pedagogas,
demonstrando interesse e segurança na apresentação dos argumentos.
5.4. O resultado da
atividade Fórum
Para a Temática 1 foi
proposto que as cursistas lessem o Projeto de Intervenção
Pedagógica analisando os fundamentos teóricos sobre a
identidade, o trabalho e a profissionalidade do professor. Os temas
mais frequentes nos discursos das pedagogas foram: Formação do
Professor, Prática do Professor, Trabalho do Pedagogo, Dificuldades
no cotidiano Escolar, Condições de Trabalho, Realidade Escolar e
Superação de Dificuldades.
Observou-se que, a partir
das participações no Fórum 1, as cursistas demonstraram
preocupações contundentes com o fazer pedagógico do Pedagogo na
escola, à luz da necessária intervenção pedagógica junto aos
professores.
“A
formação e o desenvolvimento profissional dos professores são de
fundamental importância para a realização de seu trabalho, também
a busca pelo aprimoramento profissional, pela compreensão mais ampla
e clara do mundo, do trabalho e das relações humanas aliadas a um
maior comprometimento social ajuda a atuar mais significativamente,
tendo em vista a busca por resultados positivos” (APUCARANA,
2014).
“[...]formação
inicial de docentes, muitas vezes não lhe dá suporte necessário
para desenvolver o seu trabalho e dificulta lhe o aprofundamento das
teorias necessárias a escola publica” (CURITIBA 3).
Tais considerações
evidenciam umas das dimensões da análise do trabalho docente que é
a formação inicial. E em se tratando de professores da rede
estadual do Paraná, compreendemos essa formação como a formação
acadêmica, em curso de licenciatura. A ela, junta-se a formação
continuada.
“A
formação inicial se combina com a continuada, com a realidade dos
alunos, colegas e comunidade... Tudo isso junto forma o perfil do
profissional, suas ações, sua visão de mundo” (CAMPO MOURÃO).
“[...]
formação inicial do professor também sofreu uma desqualificação,
necessitando cada vez mais da formação continuada para que
venha desvelar o contexto da sociedade embasado nas ciências
sociais e humanas, fugindo do censo comum, reflita sobre sua prática
com clareza, desmistificando a crença da culpabilidade do
aluno e seu meio ambiente e assumindo seu papel de educador
aprendente para que juntos, educando e educador, possam
vislumbrar caminhos de superação das dificuldades que competem à
escola. Isso requer compromisso político do educador com os
interesses das classes populares” (CURITIBA 3).
O grupo também aponta
dificuldades que se estabelecem no cotidiano escolar, sendo estas
questões que, de certo modo, interferem no trabalho do pedagogo.
Apesar do Projeto de Intervenção não se deter na análise do
trabalho do pedagogo, em muitos momentos o grupo se refere ao seu
fazer: o trabalho do pedagogo. Até porque o pedagogo da rede
estadual do Paraná também é docente. Essa referência
importante caracteriza a incessante busca por melhorias e
resolução de problemas no dia a dia escolar por meio das
intervenções do pedagogo. Algumas “falas” revelam isso com
muita propriedade:
“O
pedagogo deve atuar sempre junto com os professores, buscando
melhorar o processo ensino aprendizagem. Sendo assim, é
imprescindível acompanhar, analisar, refletir sobre os
resultados obtidos na escola junto com os professores, nas reuniões
pedagógicas, nos conselhos de classe, nos grupos de estudo,
apresentando os dados através de gráficos, tabelas, relatórios e
apontando caminhos, formas de intervenções” (APUCARANA).
“[...]
os pedagogos devem estar sempre junto com os professores para
orientá-los, mesmo sabendo que é uma tarefa difícil, diante
dos desafios que a escola perpassa, seja com indisciplina nas quais
os professores entendem que são problemas a serem resolvidos
pelo pedagogo, pais que outorgam a escola a função de educar dentre
outros. Mas o fundamental é trabalhar com o pedagógico” (MARINGÁ
2).
“Cabe
ao pedagogo a tarefa de direcionar o trabalho, dando condições de
sucesso, mesmo através de muita burocracia e falta de condições de
trabalho” (CURITIBA 2).
“[...] enquanto
queremos uma avaliação diagnóstica dos nossos alunos, e passamos
aos professores todas as regras e regulamentos de nossa escola,
esquecemos de somar e enriquecer experiências com os novos
professores que podem dessa forma se sentirem desmotivados por não
levarmos em conta sua trajetória, experiências e expectativas no
anseio profissional” (CURITIBA 5).
“Não
esquecendo que devemos ter condições de pesquisar, preparar
materiais e sugerir trabalhos diferenciados aos professores em
suas diferentes disciplinas. Neste ponto entram obstáculos colocados
pelo próprio sistema. Mas desistir jamais!” (FOZ DO IGUAÇU).
“[...] creio
que não devemos somente cobrar dos nossos professores mas dar apoio
no que for necessário e junto com eles e o apoio da direção que é
muito importante, buscarmos a melhor forma de lidar com cada
situação [...]” (TELÊMACO BORBA).
“[...] parece
que estamos numa batalha professores se sentem que somos pedagogos
que cobram e esquecem que fazemos um trabalho coletivo em prol
do ensino e aprendizagem para juntos buscarmos caminhos para o
sucesso dos alunos” (MARINGÁ).
Nas “falas” dos
cursistas aparecem elementos que compõem a vivência profissional e
os discurso do pedagogo, como o Projeto Político Pedagógico
(CURITIBA 3, CURITIBA 2, PONTA GROSSA), as Diretrizes Curriculares
(CURITIBA 3), o Plano de Trabalho Docente (APUCARANA), Projetos de
Recuperação (CURITBA 4), Missão do Pedagogo (CURITIBA 4),
Concepção Histórico Dialética (CURITIBA 2), Auto avaliação
(CURITIBA 4), Semana Pedagógica (CURITIBA 2), Postura
do Professor (CURITIBA 1), Conselho de Classe (MARINGÁ
2), entre outros. Essas referências conduzem a reflexão
daquilo que compõem os embasamentos das rotinas do pedagogo. Há que
se compreender que isso, em certa medida, compõem os discursos
expressos no cotidiano que podem ser razões de estudos e reflexões
sobre a identidade do pedagogo. Consequentemente, pode ser também
motivo para analisar, a partir das expressões utilizadas pelos
professores, de suas práticas em sala de aula.
É possível também
apontar as opiniões sobre o Projeto de Intervenção, como por
exemplo:
“O
Projeto de Intervenção apresenta possibilidades de discutirmos
a realidade de nossos professores, pois estes enfrentam uma
diversidade de condições de trabalho, de estrutura escolar, de
realidade social dos alunos e de formação. Conhecer as necessidades
dos professores, suas angústias e desejos, limites e possibilidades,
é estar a um passo para ajudá-lo no sucesso de seu trabalho”
(CURITIBA 2).
“O
seu projeto enfatiza o professor reflexivo, e isto nos convida a
entender que quando falta a reflexão a escola perde o seu sentido
original. Percebe-se que na escola predomina duas linguagens: a do
professor e a do aluno. E isso encaminha o ensino aprendizagem para
um grande descompasso. A sua proposta apresenta contribuições
válidas para as situações vividas no colégio em que atuo. E ainda
é muito comum atribuir o fracasso escolar a causas individuais do
aluno. Precisamos ter clareza e refletir para mudar essa realidade”
(IBAITI).
“Esta
proposta de pesquisa do Projeto de Intervenção, o qual estaremos
discutindo durante este período do GTR (Grupo
de Trabalho em Rede),
nos possibilitará a troca de ideias e informações que com certeza
contribuirá para que reflitamos nossa prática pedagógica e desta
forma iniciar a construção de uma mudança de forma
democrática” (CURITIBA 1).
“Conforme
analisei no Projeto de Intervenção Pedagógica, as práticas
pedagógicas dos professores que atuam nas escolas se baseiam nos
valores humanos e em sua atuação pedagógica, sendo uma construção
social do 'eu' pessoal e profissional, ou pelo menos
deveriam ser, tornando-se um professor reflexivo em seu contexto
social e profissional, levando aos seus alunos a compreensão crítica
do mundo também, assim como relata Paulo Freire” (CURITIBA
5).
“A
proposta de investigar, analisar, apontar, discutir não somente as
ações dos professores, bem como suas escolhas, da forma como
entendi as colocações durante a leitura, se faz necessária diante
dos diversos fatores que influenciam na boa atuação
profissional [...]” (CURITIBA 1).
E por fim, é importante
ressaltar algumas opiniões acerca do trabalho do professor e
sua formação, motivo principal de análise neste projeto:
“A
formação do professor deve estar sempre em aprimoramento, aberto às
novas tecnologias, conhecimentos, metodologias para melhor atender as
necessidades enfrentadas em sala de aula. É tarefa difícil e se faz
a cada dia, conhecendo e importando-se com o outro” (PONTA GROSSA).
“É
preciso ser um professor reflexivo e comprometido com o fazer
pedagógico e seu papel social de formador e transmissor de
conhecimentos que vem historicamente acumulados. Que esteja apto a
desenvolver um ensino que corresponda à formação do educando, que
esteja compatível com os avanços”(TELÊMACO BORBA).
“O
que falta para alguns colegas e respeitar a profissão que escolheu
ou ter a dignidade de mudar de profissão.Trabalho com excelentes
profissionais da Educação, que não estão isentos dos
questionamentos apresentados por você” (CORNÉLIO PROCÓPIO).
“O
professor que tem a capacidade de ser reflexivo assume o sua função
social. E suas aulas vão além do conteúdo. Ele se preocupa em
proporcionar ao aluno um espaço social, respeitando suas condições
subjetivas” (IBAITI).
“A
formação do professor deve estar sempre em aprimoramento, aberto às
novas tecnologias, conhecimentos, metodologias para melhor atender as
necessidades enfrentadas em sala de aula. É tarefa difícil e se faz
a cada dia, conhecendo e importando-se com o outro” (PONTA
GROSSA).
“[...]
aquele (o
professor) que
realiza seu trabalho com compromisso, que planeja suas
aulas diversificando sempre os encaminhamentos
metodológicos, que trabalha os conteúdos de forma
contextualizadas. Normalmente o perfil dos professores com
'comprometimento social' é do professor reflexivo, que está sempre
realizando autoavaliação, que avalia os resultados para buscar
melhorar sua prática. Infelizmente nem todos tem essa postura
profissional” (APUCARANA).
Vale ressaltar que todas
as cursistas, por meio de suas contribuições, apresentaram um
compromisso com a escola pública, enaltecendo uma identidade
realmente vinculada à prática pedagógica consciente e crítica. E
isto, certamente, é digno de congratulações. Vale ressaltar que
foi uma experiência altamente positiva e construtiva a partilha de
posicionamentos e análise de diferentes olhares sobre a escola
pública e, em contrapartida, receber as opiniões e ideias que
têm enriquecido o trabalho.
5.5. O resultado da
atividade Diário
Na
atividade Diário foi proposto que as pedagogas escrevessem um texto
reflexivo na qual expressassem os
aspectos do Projeto de Intervenção Pedagógica mais relevantes e a
possibilidade do mesmo oferecer alguma contribuição para a Escola
na questão sobre o Trabalho do Professor.
As
cursistas debruçaram-se em escritas contundentes e expressivas sobre
a Docência a partir do seu ponto de vista, como pode ser percebido
nos excertos a seguir:
“No
meu colégio, em sua grande maioria, os professores se dedicam e
respeitam a profissão que escolheram. A ação pedagógica é
refletida e a troca de experiências ocorre na semana pedagógica,
nas reuniões pedagógicas, na formação continuada e na hora
atividade”
(PONTA GROSSA).
“Trabalho
no curso de Formação de Docentes e percebo que quando trabalho com
os temas: Ética, Profissionalismo Docente, Comprometimento
com a tarefa de ensinar, Afetividade, etc a teoria está muito
distante da prática. Discutimos muito com os alunos sobre como deve
ser encaminhado nosso trabalho e, vejo que a observação feita por
eles, muitas vezes, destoa do que é apresentado na escola”
(CORNÉLIO PROCÓPIO).
“Precisamos
tomar consciência da importância da atuação do professor no
processo educacional, devendo analisar o reflexo de suas posturas
metodológicas e de suas estratégias didáticas a fim de verificar
se está realmente educando para a autonomia e para a cidadania. Além
de ser um trabalho árduo, a profissão de professor deve demonstrar
um compromisso de imensurável valor social. Os professores destacam
também a importância do elo entre professor e aluno e a falta de
formação e informação por parte do professor que dificulta este
elo” (CURITIBA 2).
“Percebo
com tristeza no grupo de professores da escola onde atuo que a
maioria é professor por falta de recursos ou condições para fazer
outros cursos. Sendo assim, é claro que os resultados acabam sendo
desastrosos, mas negam esta condição. O PPP está bem escrito, um
grande grupo pôs a mão na massa e participou de sua reescrita.
Estabelece que o professor deve ser o mediador na construção do
conhecimento e colaborador para a efetivação do processo de
aprendizagem levando o educando a refletir sobre toda situação
apresentada” (FOZ DO IGUAÇU).
“[…]
a imagem que se observa de alguns professores com relação a sua
atuação profissional é muitas vezes de descontentamento com a
falta de comprometimento dos alunos, com a atuação descomprometida
de alguns colegas de trabalho, no que diz respeito a sua postura e
prática pedagógica que muitas vezes colabora para a desorganização
do trabalho com suas turmas e os diversos fatores citados no projeto.
Existe uma resistência muito grande de alguns professores em aceitar
mudanças em seus modos de ensinar. Preferem manter mesmo que sem
resultados positivos, recebendo críticas de alunos diariamente,
recebendo orientações da pedagoga que faz o trabalho com os
professores, participando de cursos de Formação continuada entre
outros. Por outro lado temos excelentes professores que buscam a todo
momento melhorar suas ações pedagógicas, levando em consideração
todas as orientações, estudos, tendo a humildade de se
auto-avaliar, revendo suas práticas e desta forma melhorando as
relações pedagógicas nos processos de ensino aprendizagem”
(CURITIBA 1).
“Diferentemente
de um advogado, um psicólogo, entre tantas outras, o professor já
foi uma profissão valorizada e almejada por muitos, era quase um dom
de família. Hoje percebemos que não basta vocação, há de se ter
conhecimento. Mas, mesmo com toda formação, há desgosto na escolha
e prática desta profissão (por ser uma profissão que não
desgastante, que o professor é humilhado, fica doente sempre, muito
trabalho para fazer em casa, desrespeito, ter que realizar atividades
que não lhe cabem) muitas vezes porque as questões essenciais estão
sendo rebaixadas” (CURITIBA 4).
“Em
nossa escola, ainda temos a divisão pedagógica onde uma pedagoga
atende somente os professores e cabe a elas conversas individuais ou
em grupos para orientações e reflexões sobre sua prática
educacional, sobre suas ações e desenvolvimento de metodologias,
avaliações e posturas em sala de aula e no contexto escolar. Também
utilizamos os avanços tecnológicos para aperfeiçoar nossas
reuniões pedagógicas e reflexões acerca do papel do professor e
papel escolar, mantendo debates e reflexões com o uso do blog. Em
reuniões presenciais contamos com o auxílio de vídeos e
profissionais da educação que preparam situações reflexivas para
todos os envolvidos na educação” (CURITIBA 5).
“Os
professores se atualizam por meio das reuniões pedagógicas e
formação continuada, no qual o PDE vem contribuindo com seus
estudos teóricos, muitos vêm buscando melhorar a sua metodologia e
utilizando das tecnologias para enriquecer suas aulas, isto nos faz
acreditar que a formação continuada tem um papel fundamental na
mudança da postura dos profissionais” (MARINGÁ).
“São
poucos os que escolheram ser professor porque era seu sonho, mas a
grande maioria diz que depois de ingressar na carreira não se
arrependeram da escolha e gostam do que fazem, apesar da falta de
valorização e das dificuldades encontradas na caminhada. É notório
o descontentamento da classe por alguns pontos como salário e por
isso uma jornada de trabalho excessiva, alunos desmotivados e sem
interesse em aprender, falta de apoio das famílias e principalmente
questões socioculturais que vem refletir diretamente na escola”
(TELÊMACO BORBA).
“A
formação inicial e continuada dos professores é fundamental para o
desenvolvimento profissional dos mesmos. Portanto, os cursos de
formação devem preocupar-se no planejamento curricular dos cursos,
adequando-os a realidade, realizar reflexões sobre os desafios
encontrados no cotidiano escolar para que os profissionais
busquem identificar-se com a profissão. O êxito no trabalho docente
está diretamente vinculado à formação dos professores ao longo de
sua carreira, a condições de trabalho adequadas, a um salário
digno, a um comprometimento social que leva ao estudo, a reflexão
sobre sua atuação. Enfim, a ação pedagógica dos professores está
vinculada a muitos fatores, mas o que não pode faltar é o
compromisso, o gosto pela profissão” (APUCARANA).
“[...]
analisando o cotidiano da escola percebo que existe uma dicotomia
entre os pressupostos teóricos metodológicos posto na
Proposta Pedagógica do Colégio e a Ação Pedagógica que
efetivamente acontece na sala de aula.Esse desencontro ocorre
principalmente em razão de que parte dos docentes não fazem
ainda uma leitura clara do método Materialismo Histórico Dialético
que embasa o desenvolvimento dos conteúdos. A ação
pedagógica do professor fica desvinculada da pratica social do
aluno, levando ao desinteresse pelo conhecimento didatizado
historicamente construído. Além disso, as condições
de trabalho e a sobrecarga dos docentes, dificulta a reflexão e
tomada de decisões calcadas nos pressupostos teóricos que
possibilite a mudança de postura pedagógica ,capaz de
instrumentalizar o aluno para que faça frente a estrutura da
sociedade atual fomentando a sua transformação”
(CURITIBA 3).
“Ao
questionarmos nossos professores sobre o porquê da escolha de sua
profissão, a resposta é sempre: porque gostam de ensinar. Quando
perguntamos aos alunos porque eles vem pra escola, respondem:
porque quero aprender. Então paramos para pensar: O que há de
errado? A grande queixa do professor é sentir que seu aluno não
está aprendendo, não está se apropriando dos conhecimentos
científicos por desinteresse e por conta da indisciplina. Entendem
também que as transformações não depende somente deles. As
condições objetivas precisam ser modificadas, os investimentos na
educação, na formação adequada são alguns requisitos necessários
para desenvolver a sua prática com eficiência. No entanto, vivemos
num processo de alienação” (IBAITI).
“Para
enfrentar a tarefa de ensinar é preciso que o professor domine o
conteúdo, esteja atualizado e utilize-se de técnicas e
métodos adequados, para garantir por meio de sua ação didática, o
aumento da capacidade de abstração de seus alunos. Isto posto
no Projeto Político Pedagógico da maioria das escolas remete ao
professor estudante, interessado no sucesso de seus alunos,
competente, profissional e antenado com seu tempo histórico... No
dia a dia das escolas esse ideal está bem longe de ser cumprido:
variáveis como excesso de carga horária, número alto de alunos por
sala de aula, estrutura pedagógica precária, desinteresse dos
alunos, descomprometimento dos pais, dicotomia entre os sujeitos
concretos e os ideais preconizados nos documentos oficiais, têm
impacto negativo na ação pedagógica do professor. Estresse,
frustração e impotência diante da realidade objetiva das escolas
permeiam os discursos nas interações (CAMPO MOURÃO).
Ao analisar o depoimento
das pedagogas, apesar das diferentes realidades escolares, das
diferentes cidades do Paraná, nota-se um elemento em comum que é o
trabalho docente ocorrendo com a clara existência da diferença
entre o expresso no Projeto Político Pedagógico / Proposta
Pedagógica Curricular / Plano de Trabalho Docente e a prática
efetivamente percebida no cotidiano da sala de aula. Ainda nota-se a
distância entre o discurso e a prática, o documentado e o realmente
vivenciado.
Isto posto, demonstra
mais uma vez a necessidade do fortalecimento dos momentos de formação
continuada aos pedagogos, inclusive à distância, para que essas
marcas divergentes sejam eliminadas, ou pelo menos minimizadas.
Certamente os alunos, depois dos próprios profissionais, serão os
grandes privilegiados nesse processo de melhoria do ensino.
6.
Considerações Finais
A necessária formação
continuada aos professores da Rede Estadual do Paraná tem se
consolidada no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, e
disseminada por meio do Grupo de Trabalho em Rede. Essa ferramente
tem auxiliado os professores a atualizarem seus conhecimentos,
interagirem com outros professores e, sobretudo, tem fomentado o
processo de reflexão da prática. Por ser uma formação que ocorre
pelos trâmites da educação à distância acaba facilitando o
estudo pela autonomia do tempo que é disponibilizada ao cursista.
Esses estudos que emergem
a partir de um rico processo de reflexão da prática tem permitido
rever os processos educativos instalados no interior das escolas,
proporcionando uma busca constante pelo professor, não apenas à
especialização, ao domínio de sua área, à investigação de
novas estratégias de ensino, mas tornando-o mais sensível,
estimulando a participação, o diálogo, a autonomia, tanto sua
quando de seus alunos. No caso específico dos pedagogos, fomenta as
aproximações dialógicas com os docentes, a fim de compreendê-los
e auxiliá-los verdadeiramente nos desafios que se impõem no
cotidiano da docência.
O Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, por meio da atividade do Grupo
de Trabalho em Rede - GTR, representa um marco teórico-metodológico
para a rede de escolas públicas estaduais do Paraná, uma vez que
promove estudos que proporcionam maior compreensão da condição
docente e a renovação de teorizações necessárias para a formação
crítica e a atuação ético-profissional.
7. Referências
Bibliográficas
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e Moodle.org. In: Boletim EAD do Centro de Computação da Unicamp.
Campinas, 2007.
MORAN, J. M. Novos
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das Tecnologias na Educação /Secretaria de Educação a Distância.
Brasília; Ministério da Educação, Seed, 2005. 204p.
______. Critérios de
qualidade para a educação à distância. TecEduc ,v. 26 n°141, p.
13-7. 1998.
LIMA, J. S. M. R.;
NICODEM, M. F. M. Uma experiência significativa em EaD usando o AVEA
MOODLE. Medianeira, abr/2009.
PARANÁ. Lei Complementar
103/2004 - Plano de Carreira dos Professores, publicado no Diário
Oficial Nº 6687 de 15/03/2004. Dispõe sobre o Plano de Carreira do
Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, altera a
redação da Lei Complementar nº 7, de 22 de dezembro de 1976, e dá
outras providências. Curitiba, 2004.
______.
Decreto nº. 4.482, de 14/03/05. Fica
implantado o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, que
disciplina a promoção e progressão do professor no nível III da
carreira.
Curitiba, 2005.
______.
Lei
Complementar 130, de 14 de Julho de 2010. Publicado no Diário
Oficial nº. 8262 de 14 de Julho de 2010. Regulamenta o Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE, instituído pela Lei
Complementar nº 103/2004, que tem como objetivo oferecer Formação
Continuada para o Professor da Rede Pública de Ensino do Paraná,
conforme especifica. Curitiba, 2010.
______. Resolução n°
5544/2012 – GS/SEED, de 12 de setembro de 2012. Normatiza a
execução do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na Rede
Pública Estadual de Ensino no âmbito da Secretaria de Estado da
Educação. Curitiba, 2012.
______. Documento Síntese
do PDE 2013. Curitiba, 2013.
______. Orientação n°
012/2013 – PDE. Orienta os professores sobre a Edição do GTR.
SEED: Curitiba, 2014.