domingo, 25 de maio de 2014

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PEDAGOGAS VIA PLATAFORMA MOODLE: Relato de experiência do Grupo de Trabalho em Rede

Alexandro Muhlstedt

Colégio Estadual do Paraná

E-mail: supervisoralex@bol.com.br

RESUMO

Este trabalho apresenta uma atividade de formação continuada denominada Grupo de Trabalho em Rede – GTR, do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, junto a um grupo de treze pedagogas que atuam em diferentes escolas estaduais de nove cidades do Paraná. Este GTR buscou investigar as considerações das cursistas a respeito do Trabalho Docente. Foram utilizadas as atividades Fórum e Diário como forma de interação na modalidade de educação à distância, entre os meses de março e abril de 2014, tendo como ferramenta de mediação a plataforma MOODLE. Com o trabalho foi possível analisar as opiniões das pedagogas sobre a sua atuação no interior das escolas, evidenciando o importante papel da formação continuada à distância aos profissionais da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Concluiu-se que as pedagogas participantes aprovam esta estratégia de formação continuada, demonstrando ter habilidades com o uso da Plataforma MOODLE e realizando as atividades propostas de maneira interativa, polida, reflexiva e crítica.
Palavras-chave: Formação Continuada; Trabalho Docente; Pedagogos; Escola Pública.

INTRODUÇÃO

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED, ao refletir sobre as possibilidades de oferecer aos professores em serviço uma formação continuada compatível com as exigências atuais, bem como, considerando todas as variantes que perpassam a escola pública como as concepções de homem, mundo e sociedade, tem avançado na busca de modalidades alternativas, as quais, longe de serem representativas pelos números, mas que possam trazer qualidade ao ensino público do Estado do Paraná.
Uma dessas modalidades de formação continuada em serviço ocorreu com a implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, em 2007, no qual os professores que ingressaram no programa tornaram-se tutores do chamado Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Esta capacitação deu-se através da mediação por computador, inserida na plataforma MOODLE.
Este trabalho debruça-se sobre a percepção apresentada por um grupo de pedagogas sobre a identidade, a profissionalidade e o trabalho dos professores fazendo emergir uma das dimensões do trabalho do pedagogo que é justamente a mediação junto ao professor, permitindo que este reflita sobre sua prática pedagógica e desenvolva as dimensões relacionadas à formação do ser humano. Para isso, a atividade fundamentou-se na modalidade de formação continuada à distância mediada por computador, utilizando um ambiente virtual de interação.

1. O Programa de Desenvolvimento Educacional

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - é uma política de Formação Continuada desenvolvida pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, que visa a valorização dos professores que atuam na Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Foi idealizado durante a elaboração do Plano de Carreira do Magistério (Lei Complementar n° 103/04) e implementado inicialmente pelo Decreto nº. 4.482, de 14/03/05. Em 2010, o Programa passou a ser regulamentado pela Lei Complementar nº130.
No âmbito desse Programa, a formação continuada é entendida como “o movimento permanente e sistemático de aperfeiçoamento dos professores da rede de ensino estadual, em estreita relação com as Instituições de Ensino Superior, com o objetivo de instituir uma dinâmica permanente de reflexão, discussão e construção do conhecimento sobre a realidade escolar” (SEED, 2013. s.p.). Essa formação estabelece objetivos a serem alcançados tanto na Educação Básica como no Ensino Superior, como o redimensionamento das práticas educativas, a reflexão sobre os currículos das Licenciaturas e a sua avaliação e demais discussões pertinentes.
O Programa tem como base o movimento contínuo de aperfeiçoamento de formação dos professores no espaço escolar, fortalecendo a articulação entre a Educação
Básica e o Ensino Superior. É desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/SETI, Secretaria Estadual de Educação/SEED e as
Instituições de Ensino Superior/IES públicas do estado do Paraná.
Podem participar do PDE os professores do Quadro Próprio do Magistério (QPM), que se encontram no nível II, classe 8 a 11, da tabela de vencimentos do plano de carreira. Uma vez que o professor tenha sido classificado para participar, o mesmo tem garantido o direito a afastamento remunerado de 100% de sua carga horária efetiva no primeiro ano e de 25% no segundo ano do programa (Resolução 5544, de 12 de setembro de 2012).
O PDE oferece cursos e atividades nas modalidades presencial e a distância e disponibiliza apoio logístico e meios tecnológicos para o funcionamento do programa. A orientação pedagógica está fundamentada nos princípios educacionais e nas diretrizes curriculares da SEED.
A estrutura organizacional do PDE está representada, para fins didáticos, no Plano Integrado de Formação Continuada, o qual constitui-se de três grandes eixos de atividades, quais sejam:

Tabela 01: Eixos temáticos do PDE
EIXO 1
Atividades de integração teórico-práticas
EIXO 2
Atividades de aprofundamento teórico
EIXO 3
Atividades didático-pedagógicas com utilização de suporte tecnológico
- Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola
- Orientação nas IES
- Produção Didático-Pedagógica
- Implementação do Projeto na Escola
- Trabalho Final
- Cursos
- Seminários
- Encontros de área
- Eventos de inserção acadêmica
- Webconferências,

- Sistema de Acompanhamento e Integração em Rede – SACIR
- Ambiente Virtual de Aprendizagem (plataforma MOODLE)
- Grupo de Trabalho em Rede – GTR

No caso desse relato, o mesmo se deterá na atividade do Eixo 3 – Grupo de Trabalho em Rede – GTR.

2. O Grupo de Trabalho em Rede

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná- SEED , ao definir as bases do Programa de Desenvolvimento Educacional -PDE, propôs um modelo de formação continuada de modo que pudesse abranger os professores em serviço. A partir dessa proposta os professores que ingressam no PDE devem replicar a maior parte do arcabouço de conteúdos que aprenderam nas Instituições de Ensino Superior – IES, a um conjunto de professores denominados Grupo de Trabalho em Rede. Simone Bergman, antiga coordenadora do PDE, assim define a formação pedagógica do GTR:

[...] possibilita a integração do Professor PDE com os Professores da Rede, por meio de encontros virtuais, para a discussão das temáticas de sua área de formação e/ou atuação. Os participantes dos Grupos poderão estabelecer relações teórico-práticas em sua área de conhecimento, visando ao enriquecimento didático-pedagógico, por meio de leituras, reflexões, troca de ideias e experiências (BERGMAN, 2007).

O documento orientador (2013) da SEED explicita:

O GTR tem o intuito de socializar as produções realizadas pelos Professor PDE durante o Programa, a saber: Projeto de Intervenção Pedagógica, Produção Didático-pedagógica, bem como questões específicas sobre a Implementação Pedagógica na Escola. Essa ação visa a democratização do acesso aos conhecimentos teórico-práticos específicos das áreas/disciplinas do Programa escolhidas pelo Professor PDE (SEED, 2013, p. 12).


Para fazer parte de um GTR o professor da rede estadual de ensino precisa realizar sua inscrição no site da SEED, no qual escolhe o tema a ser estudado. Em média são aceitas quinze inscrições por curso.
Após constituídos os grupos, o professor PDE tem a oportunidade de interagir com profissionais das mais diversas localidades do Estado. Até porque os principais objetivos do GTR são:

  • possibilitar novas alternativas de formação continuada para os professores da Rede Pública Estadual;
  • viabilizar mais um espaço de estudo e discussão sobre as especificidades da realidade escolar;
  • incentivar o aprofundamento teórico-metodológico nas áreas de conhecimento, através da troca de ideias e experiências sobre as áreas curriculares;
  • socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo Professor PDE com os demais professores da Rede.

Ressalta-se ainda que por meio do GTR ocorre a inclusão virtual dos Professores, democratizando o acesso da Educação Básica aos conhecimentos teórico-práticos específicos das áreas/disciplinas trabalhados no Programa. Com isso, ocorre a formação continuada dos profissionais utilizando-se a modalidade da educação à distância.
Em 2014, o período de realização do GTR é de 18 de março a 06 de maio e o curso apresentando teve como título: LIMITES E POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA REFLEXIVA DO PROFESSOR: Identidade Profissional e Trabalho Docente na Escola Pública de Educação Básica. A forma de socializar esse trabalho é por meio da estrutura de educação à distância.

3. A Educação à Distância

O mundo atual vem passando por grandes transformações, sendo que uma delas ocorre no âmbito da circulação da informação, com a inserção da mídia na sociedade moderna. Nota-se que o acesso à informação dá-se cada vez mais rápido e abrangente, de modo que se pode vivenciar os acontecimentos em tempo real.
A escola, também não pode prescindir dos recursos midiáticos, sob pena de manter-se à margem desse processo de evolução. Neste cenário contemporâneo de mudanças, a educação tem o compromisso de estar aberta ao trabalho cooperativo, à pluralidade cultural, ao aperfeiçoamento constante e à reflexão do que e como formar. Por este contexto passa a educação à distância, que nos dizeres de Neves:

[...] não é um modismo: é parte de um amplo e contínuo processo de mudança, que inclui não só a democratização do acesso a níveis crescentes de escolaridade e atualização permanente como também a adoção de novos paradigmas educacionais, em cuja base estão os conceitos de totalidade, de aprendizagem como fenômeno pessoal e social, de formação de sujeitos autônomos, capazes de buscar, criar e aprender ao longo de toda a vida e de intervir no mundo em que vivem (NEVES, 2005, p.137).

A educação à distância, para a formação de professores em serviço, tem como objetivo a valorização do exercício do magistério com o resgate da função de docente; contribuindo para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem e do desempenho escolar dos alunos, inclusive.
Segundo Moran (2008, p. 2), “educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. A educação à distância tem a característica de ser integradora e mediadora, apesar de professores e alunos estarem fisicamente separados, prescinde a necessidade de uma comunicação mediatizada através de tecnologias adequadas, e a internet desempenha bem este papel, o que se pretende é a formação integral do aluno, que estes sejam construtores do seu próprio conhecimento e não meros receptores de informações.

4. A Plataforma MOODLE

Ao refletir sobre o principal objetivo da educação à distância que é levar conhecimento, com quantidade e qualidade, aos quatro cantos do planeta. A pergunta que se tem em mente é: Como e quais os meios para executar essa tarefa?
Com o advento do computador e das redes telemáticas esta proposta tornou-se mais plausível. Iniciaram-se as discussões para criar ambientes virtuais, nos quais houvesse maior interação, intercâmbio e comunicação entre os envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. Os ambientes virtuais de aprendizagem incorporam várias ferramentas de comunicação para aplicação educacional. Tais ferramentas contribuem para a participação ativa dos professores, alunos, tutores e trazem o compromisso dos envolvidos com o aprendizado.
Um dos softwares que auxiliam na montagem de cursos acessíveis pela internet é o Moodle. A palavra significa “Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment”, que é um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais voltados para a aprendizagem. Este software possui como proposta a forma colaborativa de aprender, em ambientes on-line, apoia-se na pedagogia sócio-construtivista, ou seja, não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na aprendizagem que acontece enquanto construímos ativamente artefatos tais como textos, para que outros vejam ou utilizem.
O Moodle é um projeto “Open Source”, ele é um software de utilização livre, no qual todos podem contribuir, seja no seu desenvolvimento, seja na correção de erros, seja na documentação, desde que a condição de liberdade seja mantida. Este paradigma revolucionou a maneira com que softwares são desenvolvidos, baixou os custos de desenvolvimento e aumentou a agilidade, resultando em softwares de excelente qualidade e em constante evolução.
O Moodle vem sendo aperfeiçoado a cada dia e é sempre possível receber novos módulos com funções que atendam ainda mais os diversos tipos de usuários. Há possibilidades de aplicação em diferentes práticas pedagógicas.
Escolas e universidades já utilizam o Moodle, não somente em cursos integralmente virtuais completos, mas também como suporte aos presenciais. Outros usos indicados para a plataforma é a formação de grupos de estudo, desenvolvimento de projetos e treinamento de professores, modalidade está utilizada pela SEED, na qual o GTR é colocado em prática.

5. A Proposta de Trabalho

Este relato foi desenvolvido com um grupo de treze pedagogas da rede estadual de ensino do Paraná. O curso do GTR é organizado em três temáticas:

Tabela 02: Temáticas do GTR
TEMÁTICAS
OBJETIVOS
ESTRATÉGIAS
Temática 1
Estudo e aprofundamento teórico sobre a Identidade e o Trabalho Docente a partir do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola.


Promover, entre os cursistas deste GTR, discussões sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola.
* Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola: "Limites e Possibilidades para a Prática Reflexiva do Professor: Identidade Profissional e Trabalho Docente na Escola Pública de Educação Básica".
* Leitura e análise crítica do documento.
* Realização de atividades reflexivas no "Fórum de Discussão" e no "Diário".
* Interação entre os cursistas do grupo.
Temática 2
Apresentação da Produção Didático-pedagógica (Caderno Temático), cuja elaboração se deu enquanto estratégia metodológica do Projeto de Intervenção.
Analisar e discutir a Produção Didático-pedagógica - Caderno Temático.
* Apresentação da Produção Didático-pedagógica - Caderno Temático: A Identidade e a Profissionalidade do Professor Reflexivo.
* Leitura e análise do documento.
* Realização das Atividades no "Fórum de Discussão" e no "Diário".
* Recepção das contribuições dos cursistas.
* Interação entre os cursistas do grupo.
Temática 3
Apresentação do Cronograma da Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola.

Propor a implementação na escola do cursista, pelo cursista, de pelo menos uma das Oficinas previstas no Cronograma de implementação.
Enriquecer o debate por meio do relato dos resultados da oficina desenvolvida na escola.
* Leitura do arquivo "Cronograma da Implementação do Projeto de Intervenção na Escola"
* Escolha de uma das cinco Oficinas presentes no arquivo "Cronograma da Implementação..."
* Aplicação da Oficina escolhida junto aos professores interessados.
* Utilização do momento da Hora Atividade, ou Reunião Pedagógica, para realizar a leitura, a reflexão, o diálogo e a crítica sobre o tema abordado no texto da Oficina escolhido.
* Relato, no Fórum, da prática vivenciada na escola.

Este relato detém-se nos resultados obtidos na Temática 01, nas reflexões postadas nas atividades Fórum e Diário.
O recurso denominado Fórum trata-se de uma atividade que oportuniza ao grupo a socialização de suas impressões, promovendo a interação, discussão e troca de ideias sobre um tema específico durante um período determinado. Por outro lado, na ativiadde denominada Diário são colocadas as anotações dos participantes que são de acesso exclusivo do Professor Tutor. Diferente do Fórum, não tem a finalidade de promover uma discussão em grupo, mas sim viabilizar a troca de informações e aprofundamento das questões discutidas no Fórum junto só Professor Tutor.

5.1. Perfil das Pedagogas Participantes

As pedagogas integrantes do GRT eram num total de dezessete inscritas, porém quatro nunca acessaram o ambiente virtual, sendo consideradas desistentes.
As cursistas são pedagogas de 09 diferentes Núcleos Regionais de Educação (NRE), sendo 05 delas de Curitiba: Apucarana, Campo Mourão, Ibaiti, Maringá, Telêmaco Borba, Ponta Grossa, Cornélio Procópio e Foz do Iguaçu. Neste relato, por questão de sigilo, as cursistas serão identificadas pelo nome de seus NREs.


Mapa 1: Núcleos Regionais de Educação do Paraná – Localização das Pedagogas


Todas as 13 cursistas são formadas no curso de Pedagogia, havendo 08 delas com curso de Pós-graduação. São pedagogas que atuam em Colégios Estaduais, sendo que atualmente 02 são professoras do Curso de Formação de Docentes, 02 professoras na Educação Especial e 09 Pedagogas de escola. Algumas cursistas relataram outras funções durante a carreira: Diretoras de escola, Professoras de Ensino Fundamental – Séries Iniciais, Tutoras do Pró Funcionário e Salto para o Futuro, Assessoras em Secretaria Municipal de Educação, demonstrando uma vasta experiências em diferentes âmbitos da educação.
A marca principal demonstrada na expectativa quanto ao curso é aprimorar seus conhecimentos e realizar estudos do tema que escolheram, ou seja, o Trabalho do Professor.
Cinco cursistas que já concluíram o PDE, sendo que 12 delas já realizaram outras edições do GTR e apenas uma pedagoga revelou ser a primeira experiência como participante do GTR.

Tabela 03: Perfil das pedagogas participantes do GTR
IDENTIFICAÇÃO
FORMAÇÃO
EXPERIÊNCIA
EXPECTATIVA
Campo Mourão
Formada em Pedagogia e Pós graduada em Administração  e Supervisão Escolar. Tem especialização em Metodologia de Ensino.
Atuou  como docente no Curso de Formação de Docentes e foi tutora do Salto para o Futuro durante muitos anos.
Participou de dois GTRs e foi tutora no PDE.
Concluiu PDE  em  2013.
Estudar a Identidade e a Profissionalidade do professor por ser um tema instigante.
Foz do Iguaçu
Formanda em Pedagogia.
Atuou como docente no 1º ciclo do Ensino Fundamental.
Foi Diretora auxiliar por 09 anos e Diretora geral  por 10 anos.
Em 2008 fez o PDE.
Em 2009 e 2010 atuou como tutora do Pró-funcionário em Alimentação Escolar e Infraestrutura.
Discutir o que causa aflição na escola: o desempenho escolar.
Ponta Grossa
Formada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa
Atua como docente na Sala de Recursos Multifuncional e na disciplina de Prática de Formação, no curso Formação de Docentes.
Estudar o tema Profissionalidade Docente para contribuir junto aos futuros profissionais da educação.
Ibaiti
Formada em Pedagogia pela UENP e Pós graduada em Didática e Metodologia do Ensino, pela UNOPAR. Cursa a segunda Pós,  em Coordenação Pedagógica pela UFPR.
Atua na rede estadual de Ensino há 29 anos.
Atuou por 13 anos ininterruptos na Gestão de um Colégio.
Atualmente é Pedagoga do mesmo colégio.
Este é o segundo GTR que participa.
Concluiu o PDE em 2013 sobre Avaliação da Aprendizagem Escolar.
Enriquecer os conhecimentos para o aprimoramento da prática pedagógica.
Apucarana
Formanda em Pedagogia. 
Atuou como professora de séries iniciais e da sala de recursos na educação especial.
Foi diretora por duas gestões.
Tem mais de 30 anos de trabalho na educação.
Fez PDE em 2008/2009.
Fez vários cursos online e GTRs (pela autonomia do tempo).
Conhecer e trocar experiências para melhorar a prática do trabalho.
Cornélio Procópio
Formada em Pedagogia com licenciatura  plena, Pós graduada em Didática e Metodologia, Psicopedagogia Clíníca.
Está fazendo Pós em Sociologia.
Tem 29 anos de docência no ensino de 1º ao 5º ano.
Já atuou na Secretaria Municipal Educação, direção de escola e como pedagoga.
Trabalhou por 15 anos na alfabetização.
Contribuir e ajudar o professor nas dificuldades, sendo colaboradora quando necessitar.

Maringá
Formada na UEM, na área de Orientação Educacional e agora Professora Pedagoga.
Está na carreira há mais de 20 anos.
Participou de outras edições do GTR como participante e também como tutora.
Concluiu o PDE em 2013.
Enriquecer os conhecimentos e refletir sobre a prática pedagógica.
Curitiba 1
Formada em Pedagogia pela UTP e pós graduada pelo IBPEX em Psicopedagogia Educacional e Magistério Superior.
Iniciou no Estado em 1990 como Professora Regente nas Séries Iniciais até 2008.
É pedagoga de Colégio.
Já participou de outras edições do GTR.
Adquirir conhecimentos.
Curitiba 2
Formada pela UFPR e Pós graduada pela Universidade Tuiuti.
Participou do grupo do PDE 2009, onde realizou estudo sobre o Livro Didático Público e a presença do multiculturalismo em seu conteúdo, e, desde então participa do GRT.
Atua como pedagoga a 21 anos.
Contribuir com as discussões e que as informações recebidas possam auxiliar e ampliar as ações no dia a dia.
Curitiba 3
Formada em Pedagogia e Especializações em Alfabetização e Psicopedagogia.
É pedagoga de escola.
Adquirir e aprimorar os conhecimentos.
Curitiba 4
Formada em Pedagogia pela UFPR e Pós graduada em Psicopedagogia pela Bagozzi.
Atua a 8 anos na escola.
Participou do GTR em 2013 cujo tema era Avaliação.
Atualizar conhecimentos e diminuir a distância entre o pesquisador e os ansiosos por novidades e respostas.
Telêmaco Borba
Formada em Pedagogia.
Além de atuar como Pedagoga, é professora na rede municipal no Centro de Deficiência Visual.
Já atuou como docente alfabetizadora  por 13 anos.
Tem muito orgulho em ser professora a 17 anos.
É a primeira participação no GTR.
Contribuir com a prática.
Curitiba 5
Formada em Pedagogia pela UTP e Pós graduada em Psicopedagogia pelo IBPEX.
Atua no Estado como pedagoga desde 2003 e no Colégio onde trabalha desde 2005.
Sempre desejou atuar como professora na área da educação.
Já participou de 4 GTRs.
Enriquecer os conhecimentos na área e trocar experiências sobre o tema.


5.3. Planejamento da atividade

O planejamento da Temática 1 – sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola - seguiu o proposto nas orientações pedagógicas para o Grupo de Trabalho em Rede.
Constou de um Fórum cujo objetivo foi socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica e com isso realizar a troca de ideias e conhecimento entre os cursistas a respeito dos fundamentos teóricos sobre a identidade, o trabalho e a profissionalidade do professor.
A atividade solicitada foi que os cursistas lessem e analisassem o Projeto de Intervenção que apresentava um conjunto de reflexões sobre a identidade e o trabalho docente, em seguida escrevessem no fórum as suas observações, apontando a pertinência da problemática levantada na justificativa do projeto, a relevância dos objetivos elencados, as possibilidades de articulação teórico-prática com o tema proposto e a contribuição deste estudo para a Educação Básica, entre outras.
Solicitado também que analisassem a realidade das suas escolas comparando com a proposta apresentada no projeto, sinalizando se há ou não situações semelhantes. Também que
interagissem com pelo menos dois cursistas, comentando suas postagens.
Na atividade denominada Diário, cuja leitura ficou restrita ao Professor PDE, foi solicitado que as pedagogas escrevessem um pequeno texto a respeito da pertinência do tema sobre a identidade e o trabalho docente para a Escola Pública. Foi informado que levassem em consideração a sua vivência na escola, escrevendo quais são as observações sobre o que dizem os professores a respeito da profissão que escolheram, ou seja, quando estes falam sobre a profissão quais são as imagens que os mesmos revelam sobre ela.
Ambas as atividades – Fórum e Diário – foram desenvolvidas pelas pedagogas, demonstrando interesse e segurança na apresentação dos argumentos.

5.4. O resultado da atividade Fórum

Para a Temática 1 foi proposto que as cursistas lessem o Projeto de Intervenção Pedagógica analisando os fundamentos teóricos sobre a identidade, o trabalho e a profissionalidade do professor. Os temas mais frequentes nos discursos das pedagogas foram: Formação do Professor, Prática do Professor, Trabalho do Pedagogo, Dificuldades no cotidiano Escolar, Condições de Trabalho, Realidade Escolar e Superação de Dificuldades.
Observou-se que, a partir das participações no Fórum 1, as cursistas demonstraram preocupações contundentes com o fazer pedagógico do Pedagogo na escola, à luz da necessária intervenção pedagógica junto aos professores.

A formação e o desenvolvimento profissional dos professores são de fundamental importância para a realização de seu trabalho, também a busca pelo aprimoramento profissional, pela compreensão mais ampla e clara do mundo, do trabalho e das relações humanas aliadas a um maior comprometimento social ajuda a atuar mais significativamente, tendo em vista a busca por resultados positivos” (APUCARANA, 2014).

[...]formação inicial de docentes, muitas vezes não lhe dá suporte necessário para desenvolver o seu trabalho e dificulta lhe o aprofundamento das teorias necessárias a escola publica” (CURITIBA 3).

Tais considerações evidenciam umas das dimensões da análise do trabalho docente que é a formação inicial. E em se tratando de professores da rede estadual do Paraná, compreendemos essa formação como a formação acadêmica, em curso de licenciatura. A ela, junta-se a formação continuada.

A formação inicial se combina com a continuada, com a realidade dos alunos, colegas e comunidade... Tudo isso junto forma o perfil do profissional, suas ações, sua visão de mundo” (CAMPO MOURÃO).

[...] formação inicial do professor também sofreu uma desqualificação, necessitando cada vez mais da formação  continuada para que venha desvelar  o contexto da sociedade embasado nas ciências sociais e humanas, fugindo do censo comum, reflita sobre sua prática com clareza, desmistificando  a crença da culpabilidade do aluno e seu meio ambiente e assumindo seu papel de educador aprendente para que juntos, educando e educador,  possam vislumbrar caminhos de superação das dificuldades que competem à escola. Isso requer compromisso político do educador com os interesses das classes populares” (CURITIBA 3).

O grupo também aponta dificuldades que se estabelecem no cotidiano escolar, sendo estas questões que, de certo modo, interferem no trabalho do pedagogo. Apesar do Projeto de Intervenção não se deter na análise do trabalho do pedagogo, em muitos momentos o grupo se refere ao seu fazer: o trabalho do pedagogo. Até porque o pedagogo da rede estadual do Paraná também é docente. Essa referência importante caracteriza a incessante busca por melhorias e resolução de problemas no dia a dia escolar por meio das intervenções do pedagogo. Algumas “falas” revelam isso com muita propriedade:

O pedagogo deve atuar sempre junto com os professores, buscando melhorar o processo ensino aprendizagem. Sendo assim, é imprescindível acompanhar, analisar, refletir sobre os resultados obtidos na escola junto com os professores, nas reuniões pedagógicas, nos conselhos de classe, nos grupos de estudo, apresentando os dados através de gráficos, tabelas, relatórios e apontando caminhos, formas de intervenções” (APUCARANA).

[...] os pedagogos devem estar sempre  junto com os professores para orientá-los, mesmo sabendo que é uma tarefa difícil, diante dos desafios que a escola perpassa, seja com indisciplina nas quais os professores entendem que são problemas a serem resolvidos pelo pedagogo, pais que outorgam a escola a função de educar dentre outros. Mas o fundamental é trabalhar com o pedagógico” (MARINGÁ 2).

Cabe ao pedagogo a tarefa de direcionar o trabalho, dando condições de sucesso, mesmo através de muita burocracia e falta de condições de trabalho” (CURITIBA 2).

[...] enquanto queremos uma avaliação diagnóstica dos nossos alunos, e passamos aos professores todas as regras e regulamentos de nossa escola, esquecemos de somar e enriquecer experiências com os novos professores que podem dessa forma se sentirem desmotivados por não levarmos em conta sua trajetória, experiências e expectativas no anseio profissional” (CURITIBA 5).
Não esquecendo que devemos ter condições de pesquisar, preparar materiais e sugerir trabalhos diferenciados aos professores  em suas diferentes disciplinas. Neste ponto entram obstáculos colocados pelo próprio sistema. Mas desistir jamais!” (FOZ DO IGUAÇU).

[...] creio que não devemos somente cobrar dos nossos professores mas dar apoio no que for necessário e junto com eles e o apoio da direção que é muito importante, buscarmos a melhor forma de lidar com cada situação [...]” (TELÊMACO BORBA).

[...] parece que estamos numa batalha professores se sentem que somos pedagogos que cobram e esquecem que fazemos um trabalho coletivo em prol do ensino e aprendizagem para juntos buscarmos caminhos para o sucesso dos alunos” (MARINGÁ).

Nas “falas” dos cursistas aparecem elementos que compõem a vivência profissional e os discurso do pedagogo, como o Projeto Político Pedagógico (CURITIBA 3, CURITIBA 2, PONTA GROSSA), as Diretrizes Curriculares (CURITIBA 3), o Plano de Trabalho Docente (APUCARANA), Projetos de Recuperação (CURITBA 4), Missão do Pedagogo (CURITIBA 4), Concepção Histórico Dialética (CURITIBA 2), Auto avaliação (CURITIBA 4), Semana Pedagógica (CURITIBA 2), Postura do Professor (CURITIBA 1), Conselho de Classe (MARINGÁ 2), entre outros. Essas referências conduzem a reflexão daquilo que compõem os embasamentos das rotinas do pedagogo. Há que se compreender que isso, em certa medida, compõem os discursos expressos no cotidiano que podem ser razões de estudos e reflexões sobre a identidade do pedagogo. Consequentemente, pode ser também motivo para analisar, a partir das expressões utilizadas pelos professores, de suas práticas em sala de aula.
É possível também apontar as opiniões sobre o Projeto de Intervenção, como por exemplo:
O Projeto de Intervenção apresenta possibilidades de discutirmos a realidade de nossos professores, pois estes enfrentam uma diversidade de condições de trabalho, de estrutura escolar, de realidade social dos alunos e de formação. Conhecer as necessidades dos professores, suas angústias e desejos, limites e possibilidades, é estar a um passo para ajudá-lo no sucesso de seu trabalho” (CURITIBA 2).

O seu projeto enfatiza o professor reflexivo, e isto nos convida a entender que quando falta a reflexão a escola perde o seu sentido original. Percebe-se que na escola predomina duas linguagens: a do professor e a do aluno. E isso encaminha o ensino aprendizagem para um grande descompasso. A sua proposta apresenta contribuições válidas para as situações vividas no colégio em que atuo. E ainda é muito comum atribuir o fracasso escolar a causas individuais do aluno. Precisamos ter clareza e refletir para mudar essa realidade” (IBAITI).

Esta proposta de pesquisa do Projeto de Intervenção, o qual estaremos discutindo durante este período do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), nos possibilitará a troca de ideias e informações que com certeza contribuirá para que reflitamos nossa prática pedagógica e desta forma iniciar a construção de uma mudança de forma democrática” (CURITIBA 1).

Conforme analisei no Projeto de Intervenção Pedagógica, as práticas pedagógicas dos professores que atuam nas escolas se baseiam nos valores humanos e em sua atuação pedagógica, sendo uma construção social do 'eu' pessoal e profissional, ou pelo menos deveriam ser, tornando-se um professor reflexivo em seu contexto social e profissional, levando aos seus alunos a compreensão crítica do mundo também, assim como relata Paulo Freire” (CURITIBA 5).

A proposta de investigar, analisar, apontar, discutir não somente as ações dos professores, bem como suas escolhas, da forma como entendi as colocações durante a leitura, se faz necessária diante dos diversos fatores que influenciam na boa atuação profissional [...]” (CURITIBA 1).

E por fim, é importante ressaltar algumas opiniões acerca do trabalho do professor e sua formação, motivo principal de análise neste projeto:

A  formação do professor deve estar sempre em aprimoramento, aberto às novas tecnologias, conhecimentos, metodologias para melhor atender as necessidades enfrentadas em sala de aula. É tarefa difícil e se faz a cada dia, conhecendo e importando-se com o outro” (PONTA GROSSA).

É preciso ser um professor reflexivo e comprometido com o fazer pedagógico e seu papel social de formador e transmissor de conhecimentos que vem historicamente acumulados. Que esteja apto a desenvolver um ensino que corresponda à formação do educando, que esteja compatível com os avanços”(TELÊMACO BORBA).

O que falta para alguns colegas e respeitar a profissão que escolheu ou ter a dignidade de mudar de profissão.Trabalho com excelentes profissionais da Educação, que não estão isentos dos questionamentos apresentados por você” (CORNÉLIO PROCÓPIO).

O professor que tem a capacidade de ser reflexivo assume o sua função social. E suas aulas vão além do conteúdo. Ele se preocupa em proporcionar ao aluno um espaço social, respeitando suas condições subjetivas” (IBAITI).

A  formação do professor deve estar sempre em aprimoramento, aberto às novas tecnologias, conhecimentos, metodologias para melhor atender as necessidades enfrentadas em sala de aula. É tarefa difícil e se faz a cada dia, conhecendo e importando-se com o outro” (PONTA GROSSA).

[...] aquele (o professor) que realiza seu trabalho com compromisso, que planeja suas aulas diversificando sempre os encaminhamentos metodológicos, que trabalha os conteúdos de forma contextualizadas.  Normalmente o perfil dos professores com 'comprometimento social' é do professor reflexivo, que está sempre realizando autoavaliação, que avalia os resultados para buscar melhorar sua prática. Infelizmente nem todos tem essa postura profissional” (APUCARANA).

Vale ressaltar que todas as cursistas, por meio de suas contribuições, apresentaram um compromisso com a escola pública, enaltecendo uma identidade realmente vinculada à prática pedagógica consciente e crítica. E isto, certamente, é digno de congratulações. Vale ressaltar que foi uma experiência altamente positiva e construtiva a partilha de posicionamentos e análise de diferentes olhares sobre a escola pública e, em contrapartida, receber as opiniões e ideias que têm enriquecido o trabalho.

5.5. O resultado da atividade Diário

Na atividade Diário foi proposto que as pedagogas escrevessem um texto reflexivo na qual expressassem os aspectos do Projeto de Intervenção Pedagógica mais relevantes e a possibilidade do mesmo oferecer alguma contribuição para a Escola na questão sobre o Trabalho do Professor.
As cursistas debruçaram-se em escritas contundentes e expressivas sobre a Docência a partir do seu ponto de vista, como pode ser percebido nos excertos a seguir:

No meu colégio, em sua grande maioria, os professores se dedicam e respeitam a profissão que escolheram. A ação pedagógica é refletida e a troca de experiências ocorre na semana pedagógica, nas reuniões pedagógicas, na formação continuada e na hora atividade” (PONTA GROSSA).

Trabalho no curso de Formação de Docentes e percebo que quando trabalho com os temas:  Ética, Profissionalismo Docente,  Comprometimento com a tarefa de ensinar, Afetividade, etc a teoria está muito distante da prática. Discutimos muito com os alunos sobre como deve ser encaminhado nosso trabalho e, vejo que a observação feita por eles, muitas vezes, destoa do que é apresentado na escola” (CORNÉLIO PROCÓPIO).

Precisamos tomar consciência da importância da atuação do professor no processo educacional, devendo analisar o reflexo de suas posturas metodológicas e de suas estratégias didáticas a fim de verificar se está realmente educando para a autonomia e para a cidadania. Além de ser um trabalho árduo, a profissão de professor deve demonstrar um compromisso de imensurável valor social. Os professores destacam também a importância do elo entre professor e aluno e a falta de formação e informação por parte do professor que dificulta este elo” (CURITIBA 2).

Percebo com tristeza no grupo de professores da escola onde atuo que a maioria é professor por falta de recursos ou condições para fazer outros cursos. Sendo assim, é claro que os resultados acabam sendo desastrosos, mas negam esta condição. O PPP está bem escrito, um grande grupo pôs a mão na massa e participou de sua reescrita. Estabelece que o professor deve ser o mediador na construção do conhecimento e colaborador para a efetivação do processo de aprendizagem levando o educando a refletir sobre toda situação apresentada” (FOZ DO IGUAÇU).

[…] a imagem que se observa de alguns professores com relação a sua atuação profissional é muitas vezes de descontentamento com a falta de comprometimento dos alunos, com a atuação descomprometida de alguns colegas de trabalho, no que diz respeito a sua postura e prática pedagógica que muitas vezes colabora para a desorganização do trabalho com suas turmas e os diversos fatores citados no projeto. Existe uma resistência muito grande de alguns professores em aceitar mudanças em seus modos de ensinar. Preferem manter mesmo que sem resultados positivos, recebendo críticas de alunos diariamente, recebendo orientações da pedagoga que faz o trabalho com os professores, participando de cursos de Formação continuada entre outros. Por outro lado temos excelentes professores que buscam a todo momento melhorar suas ações pedagógicas, levando em consideração todas as orientações, estudos, tendo a humildade de se auto-avaliar, revendo suas práticas e desta forma melhorando as relações pedagógicas nos processos de ensino aprendizagem” (CURITIBA 1).

Diferentemente de um advogado, um psicólogo, entre tantas outras, o professor já foi uma profissão valorizada e almejada por muitos, era quase um dom de família. Hoje percebemos que não basta vocação, há de se ter conhecimento. Mas, mesmo com toda formação, há desgosto na escolha e prática desta profissão (por ser uma profissão que não desgastante, que o professor é humilhado, fica doente sempre, muito trabalho para fazer em casa, desrespeito, ter que realizar atividades que não lhe cabem) muitas vezes porque as questões essenciais estão sendo rebaixadas” (CURITIBA 4).

Em nossa escola, ainda temos a divisão pedagógica onde uma pedagoga atende somente os professores e cabe a elas conversas individuais ou em grupos para orientações e reflexões sobre sua prática educacional, sobre suas ações e desenvolvimento de metodologias, avaliações e posturas em sala de aula e no contexto escolar. Também utilizamos os avanços tecnológicos para aperfeiçoar nossas reuniões pedagógicas e reflexões acerca do papel do professor e papel escolar, mantendo debates e reflexões com o uso do blog. Em reuniões presenciais contamos com o auxílio de vídeos e profissionais da educação que preparam situações reflexivas para todos os envolvidos na educação” (CURITIBA 5).

Os professores se atualizam por meio das reuniões pedagógicas e formação continuada, no qual o PDE vem contribuindo com seus estudos teóricos, muitos vêm buscando melhorar a sua metodologia e utilizando das tecnologias para enriquecer suas aulas, isto nos faz acreditar que a formação continuada tem um papel fundamental na mudança da postura dos profissionais” (MARINGÁ).

São poucos os que escolheram ser professor porque era seu sonho, mas a grande maioria diz que depois de ingressar na carreira não se arrependeram da escolha e gostam do que fazem, apesar da falta de valorização e das dificuldades encontradas na caminhada. É notório o descontentamento da classe por alguns pontos como salário e por isso uma jornada de trabalho excessiva, alunos desmotivados e sem interesse em aprender, falta de apoio das famílias e principalmente questões socioculturais que vem refletir diretamente na escola” (TELÊMACO BORBA).

A formação inicial e continuada dos professores é fundamental para o desenvolvimento profissional dos mesmos. Portanto, os cursos de formação devem preocupar-se no planejamento curricular dos cursos, adequando-os a realidade, realizar reflexões sobre os desafios encontrados no cotidiano escolar para que os profissionais  busquem identificar-se com a profissão. O êxito no trabalho docente está diretamente vinculado à formação dos professores ao longo de sua carreira, a condições de trabalho adequadas,  a um salário digno, a um comprometimento social que leva ao estudo, a reflexão sobre sua atuação. Enfim, a ação pedagógica dos professores está vinculada a muitos fatores, mas o que não pode faltar é o compromisso, o gosto pela profissão” (APUCARANA).

[...] analisando o cotidiano da escola percebo que existe uma dicotomia entre os pressupostos teóricos metodológicos posto na  Proposta Pedagógica do Colégio e a Ação Pedagógica que efetivamente acontece na sala de aula.Esse desencontro ocorre principalmente em razão de que parte dos  docentes não fazem ainda uma leitura clara do método Materialismo Histórico Dialético que  embasa o desenvolvimento dos conteúdos. A ação pedagógica do professor fica desvinculada da pratica social do aluno, levando ao desinteresse pelo conhecimento didatizado historicamente construído.  Além disso,  as condições de trabalho e a sobrecarga dos docentes, dificulta a reflexão e tomada de decisões calcadas nos pressupostos teóricos que possibilite a mudança de postura pedagógica ,capaz de instrumentalizar o aluno para que faça frente a estrutura da sociedade atual  fomentando  a sua transformação” (CURITIBA 3).

Ao questionarmos nossos professores sobre o porquê da escolha de sua profissão, a resposta é sempre: porque gostam de ensinar. Quando perguntamos aos alunos porque  eles vem pra escola, respondem: porque quero aprender. Então paramos para pensar: O que há de errado? A grande queixa do professor é sentir que seu aluno não está aprendendo, não está se apropriando dos conhecimentos científicos por desinteresse e por conta da indisciplina. Entendem também que as transformações não depende somente deles. As condições objetivas precisam ser modificadas, os investimentos na educação, na formação adequada são alguns requisitos necessários para desenvolver a sua prática com eficiência. No entanto, vivemos num processo de alienação” (IBAITI).

Para enfrentar a tarefa de ensinar é preciso que o professor domine o conteúdo, esteja atualizado e  utilize-se de técnicas e métodos adequados, para garantir por meio de sua ação didática, o aumento da capacidade de abstração de seus  alunos. Isto posto no Projeto Político Pedagógico da maioria das escolas remete ao professor estudante, interessado no sucesso de seus alunos, competente, profissional e antenado com seu tempo histórico... No dia a dia das escolas esse ideal está bem longe de ser cumprido: variáveis como excesso de carga horária, número alto de alunos por sala de aula, estrutura pedagógica precária, desinteresse dos alunos, descomprometimento dos pais, dicotomia entre os sujeitos concretos e os ideais preconizados nos documentos oficiais,  têm impacto negativo na ação pedagógica do professor. Estresse, frustração e impotência diante da realidade objetiva das escolas permeiam os discursos nas interações (CAMPO MOURÃO).

Ao analisar o depoimento das pedagogas, apesar das diferentes realidades escolares, das diferentes cidades do Paraná, nota-se um elemento em comum que é o trabalho docente ocorrendo com a clara existência da diferença entre o expresso no Projeto Político Pedagógico / Proposta Pedagógica Curricular / Plano de Trabalho Docente e a prática efetivamente percebida no cotidiano da sala de aula. Ainda nota-se a distância entre o discurso e a prática, o documentado e o realmente vivenciado.
Isto posto, demonstra mais uma vez a necessidade do fortalecimento dos momentos de formação continuada aos pedagogos, inclusive à distância, para que essas marcas divergentes sejam eliminadas, ou pelo menos minimizadas. Certamente os alunos, depois dos próprios profissionais, serão os grandes privilegiados nesse processo de melhoria do ensino.

6. Considerações Finais

A necessária formação continuada aos professores da Rede Estadual do Paraná tem se consolidada no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, e disseminada por meio do Grupo de Trabalho em Rede. Essa ferramente tem auxiliado os professores a atualizarem seus conhecimentos, interagirem com outros professores e, sobretudo, tem fomentado o processo de reflexão da prática. Por ser uma formação que ocorre pelos trâmites da educação à distância acaba facilitando o estudo pela autonomia do tempo que é disponibilizada ao cursista.
Esses estudos que emergem a partir de um rico processo de reflexão da prática tem permitido rever os processos educativos instalados no interior das escolas, proporcionando uma busca constante pelo professor, não apenas à especialização, ao domínio de sua área, à investigação de novas estratégias de ensino, mas tornando-o mais sensível, estimulando a participação, o diálogo, a autonomia, tanto sua quando de seus alunos. No caso específico dos pedagogos, fomenta as aproximações dialógicas com os docentes, a fim de compreendê-los e auxiliá-los verdadeiramente nos desafios que se impõem no cotidiano da docência.
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, por meio da atividade do Grupo de Trabalho em Rede - GTR, representa um marco teórico-metodológico para a rede de escolas públicas estaduais do Paraná, uma vez que promove estudos que proporcionam maior compreensão da condição docente e a renovação de teorizações necessárias para a formação crítica e a atuação ético-profissional.

7. Referências Bibliográficas

ALMEIDA, R. Q. Moodle.com e Moodle.org. In: Boletim EAD do Centro de Computação da Unicamp. Campinas, 2007.
MORAN, J. M. Novos caminhos do ensino a distância. In: Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n° 5, out-dez de 1994, páginas 1-3.
NEVES, C. M. C. A educação a distância e a formação de professores. In: Integração das Tecnologias na Educação /Secretaria de Educação a Distância. Brasília; Ministério da Educação, Seed, 2005. 204p.
______. Critérios de qualidade para a educação à distância. TecEduc ,v. 26 n°141, p. 13-7. 1998.
LIMA, J. S. M. R.; NICODEM, M. F. M. Uma experiência significativa em EaD usando o AVEA MOODLE. Medianeira, abr/2009.
PARANÁ. Lei Complementar 103/2004 - Plano de Carreira dos Professores, publicado no Diário Oficial Nº 6687 de 15/03/2004. Dispõe sobre o Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, altera a redação da Lei Complementar nº 7, de 22 de dezembro de 1976, e dá outras providências. Curitiba, 2004.
______. Decreto nº. 4.482, de 14/03/05. Fica implantado o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, que disciplina a promoção e progressão do professor no nível III da carreira. Curitiba, 2005.
______. Lei Complementar 130, de 14 de Julho de 2010. Publicado no Diário Oficial nº. 8262 de 14 de Julho de 2010. Regulamenta o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, instituído pela Lei Complementar nº 103/2004, que tem como objetivo oferecer Formação Continuada para o Professor da Rede Pública de Ensino do Paraná, conforme especifica. Curitiba, 2010.
______. Resolução n° 5544/2012 – GS/SEED, de 12 de setembro de 2012. Normatiza a execução do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na Rede Pública Estadual de Ensino no âmbito da Secretaria de Estado da Educação. Curitiba, 2012.
______. Documento Síntese do PDE 2013. Curitiba, 2013.
______. Orientação n° 012/2013 – PDE. Orienta os professores sobre a Edição do GTR. SEED: Curitiba, 2014.