Alexandro Muhlstedt
INTRODUÇÃO
Um dos aspectos que
necessitou de profundas revisões e análises na busca por uma
mudança de melhoria no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo,
de Curitiba, foi o Conselho de Classe. Os procedimentos existentes,
bastante confusos e repletos de análises equivocadas sobre o
rendimento e desempenho dos alunos, criavam um panorama de descrédito
e demonstravam um desconhecimento do real papel do Conselho de
Classe. Em 2009, num processo de alterações das rotinas e devido a
construção do Projeto Político Pedagógico emergiu a necessidade
de rever procedimentos, posturas e formas de realizar o Conselho de
Classe.
Ao término do 1º
Bimestre já estavam delineados alguns procedimentos a fim de rever a
prática existente, incluindo modos novos de pensar o Conselho de
Classe. Por um trabalho incansável de Equipe Pedagógica da escola
os professores foram sendo orientados nesses novos procedimentos por
meio de envio de e-mail aos mesmos, bem como publicização no mural
dos professores a respeito das novas formas de realizar esse momento
na escola. Foram várias iniciativas ao longo do ano a fim de
estabelecer nova cultura e efetivação de maneiras mais adequadas de
realizar o Conselho de Classe.
1. CONCEITUANDO O
CONSELHO DE CLASSE
O primeiro passo foi
retomar o conceito básico e o sentido do Conselho de Classe na
escola pública, vinculado ao processo de avaliação. Assim, por
meio de e-mails enviados aos professores, bem como pelas discussões
na hora-atividade, os professores foram sendo incitados a encarar o
Conselho de Classe como parte do processo de avaliação e espaço de
reflexão sobre o trabalho pedagógico que está sendo realizado, bem
como a possibilidade para que haja uma consciente tomada de decisão
sobre novos caminhos a seguir, ou seja, novas maneiras de agir dos
profissionais para o alcance de melhorias e solução dos problemas
observados.
O Conselho de Classe,
atividade presente na organização da escola, é um procedimento que
no Colégio Zardo ocorre ao final de cada bimestre no qual os vários
professores das diversas disciplinas, juntamente com a Direção e
Equipe Pedagógica se reúnem para refletir, de modo conjunto, e
avaliar o desempenho pedagógico dos alunos das diversas turmas. A
preocupação do Conselho é dinamizar a gestão pedagógica. Sendo
parte do
processo de Avaliação
ele tem algumas características específicas que possuem uma riqueza
de possibilidades. Essas características principais são:
A participação
direta dos profissionais
A
organização interdisciplinar
A
centralidade da Avaliação escolar como foco de trabalho
Essas características
distinguem o Conselho de Classe de qualquer outra atividade que
ocorre na escola, sendo espaço para verrificar se os conteúdos, os
objetivos e os processos avaliativos estão coerentes entre os
professores, e alinhados àqueles procedimentos definidos pelo
coletivo e tidos como necessários para as soluções dos problemas
apontados.
Esta atividade faz parte
da rotina de qualquer escola pública do Paraná, não havendo, no
entanto, unidade nos procedimentos e, de certa forma, realizado de
modo inadequado e distante de seu objetivo principal. No Colégio
Zardo, numa prática recorrente na qual cada pedagogo adotou uma
postura e procedimentos que considerou a mais correta, havia um clima
de tensão e angústia entre os professores. Por isso, tornou-se
fundamental discutir e delimitar alguns procedimentos, adotando
critérios que fossem comuns nos três turnos da escola. Assim,
esperava-se atingir o objetivo do Conselho de Classe e, mais que
isso, cumprir o preceito diretamente ligado à análise dos processos
de ensino e aprendizagem, na perspectiva de tomada de decisão,
correção e enfrentamento adequado dos problemas observados.
2.
OS TRÊS MOMENTOS QUE COMPÕEM O CONSELHO DE CLASSE
Buscando o alinhamento e
a definição de procedimentos como forma de se estabelecer uma
cultura de resgate do sentido do conselho de classe apontado
anteriormente, em consonância com as diretrizes curriculares, bem
como com as orientações da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, a Equipe Pedagógico estabeleceu a constituição do
conselho de classe em três momentos: Pré
Conselho, Conselho de Classe e Pós Conselho.
2.1.
Pré-conselho
O Pré-conselho são as
ações que dizem respeito à aprendizagem do aluno, que antecedem ao
Conselho de Classe. São os momentos de análise da aprendizagem do
aluno que ocorrem no processo do dia a dia escolar. Caracteriza-se
por um registro formal a respeito de cada turma. Para isso, cada
professor representante de turma, realiza, em conversa como os demais
professores, o preenchimento da Ficha do Pré-conselho apontando
avanços e retrocessos. A Equipe Pedagógica elaborou essa ficha de
acordo com o que pode ser visto na figura a seguir:
(Ficha do Pré-conselho
a ser preenchida pelos professores representantes de turma)
Junto a esta ficha,
preenchida pelo professor representante de turma alguns dias antes e
entregue no momento do Conselho de Classe, são acrescentadas as
informações registradas na pasta individual do aluno. Também o
acompanhamento de notas, o desempenho e o rendimento explicitados no
momento do Conselho, bem como as conversas sistematizadas com os
alunos e professores (na Hora-atividade), registros em Livro de
Ocorrência de ações e encaminhamentos realizados ao longo do
Bimestre. Tudo isso constitui o conjunto de informações a respeito
do aluno e sua turma existentes antes do Conselho de Classe, sendo
que nesse momento tais informações são partilhadas, os problemas
são levantados e ocorre a discussão dos procedimentos a serem
encaminhados a fim de sanar os problemas.
O Cronograma com horários
de cada turma foi divulgado via e-mail, bem como publicizado no Mural
dos Professores:
(Cronograma do I
Conselho de Classe 2009)
Os alunos também foram
orientados a participar do Conselho de Classe, por meio de um
documento preenchido pelos alunos monitores de turma, a respeito dos
colegas da turma, das atividades desenvolvidas e sobre o desempenho
dos professores.
(Ficha do
Conselho – Alunos do Ensino Médio e Profissional)
Como
parte do Pré Conselho, foi possível efetivar o levantamento de
dados quantitativos sobre as turmas. Esses dados podem ser
compreendidos como determinantes
no que se refere ao rendimento e desempenhos dos alunos. Os índices
de notas abaixo da média; as quantidades de atividades avaliativas
não realizadas, de licença médica do professor sem substituição,
de troca de professor na turma, de número de alunos que frequentam a
Sala de Apoio, etc, são questões apontadas nessa atividade e que
contribuem para a compreensão do que ocorre em cada turma da escola.
Explica, de certa forma, os fenômenos que muitas vezes são motivo
de fracasso no ensino. Essas informações, apontadas pela Equipe
Pedagógica, auxiliam os professores a entender os fenômenos que
acontecem em cada uma das turmas e, assim, tomar as decisões mais
adequadas na condução de seu trabalho pedagógico.
2.2.
Momento do Conselho de Classe
É a atividade que
acontece em dia e horário definido no Calendário escolar em que
professores, Equipe Pedagógica e Direção se reúnem para verificar
se os objetivos, processos, conteúdos e avaliação estão coerentes
com o referencial do trabalho pedagógico da
escola.
No caso, o dia e horários de cada Conselho foram divulgados com
antecedência, inclusive com a coleta de assinaturas dos professores
cientes do dever de comparecer no Conselho.
A intenção
preponderante nesse momento é definir, juntos, o que será feito
para atender as necessidades de mudança, o (re) direcionamento dos
aspectos levantados no diagnóstico das turmas (Pré-conselho) e a
sistematização das ações pedagógicas.
No momento do Conselho de
Classe, o perfil do aluno (de acordo com a percepção do professor
não é a questão que mais interessa). Interessa sim os aspectos da
aprendizagem do
aluno no sentido de buscar alternativas para sanar os problemas de
aprendizagem. Por isso, a Equipe Pedagógica orientou os professores
nesse quesito, a fim de que façam julgamentos comportamentais ou
mesmo rotulação de alunos.
Afinal,
analisando algumas atas de Conselho de Classe, bem como registros
sobre alunos, observou-se a presença de termos que não correspondem
ao objetivo do Conselho de Classe. Foram encontrados termos sobre
alunos tais como: descompromissado,
irresponsável, não controlável, imaturo, barulhento,
desinteressado, desatento, instável, não reconhece a autoridade do
professor, conversador, muito fraco, deixa a desejar, desrespeitoso,
apático, tímido, participativo, não tem capacidade, dispersivo,
regular, desmotivado, agitado, desordenado, bagunceiro, possível de
controlar, desconcentrado, fraco, precisa de orientação, debochado,
eufórico, inquieto, influenciável, péssimo, infantil, alegre
demais, resistente, figurante, prepotente, entre outros. Tudo isso
demonstra um foco em rotular e julgar comportamentos do que analisar
o processo de aprendizagem.
Compreende-se
que quando
o Conselho de Classe enfatiza esse tipo de descrição, acaba tendo
um caráter comportamentalista, sendo usado como uma espécie de
“caça às bruxas”. E por isso mesmo, é um tipo de registro que
se mostra completamente inadequado para efetivar o objetivo que é
definir possibilidades de ação para sanar as dificuldades nos
processos de ensino e aprendizagem.
Vale ressaltar que as
falas do professor sobre os alunos devem incidir sobre os aspectos
que condicionam a aprendizagem e não a rótulos estereotipados com
visões deterministas, inatistas ou ambientalistas. Sabe-se o quanto
é complicado reconhecer que em alguns casos a dificuldade de
aprendizagem pode ser expressão da metodologia adotada pelo
professor. Mesmo assim, em muitos casos, é necessário rever as
práticas para que o trabalho com os conteúdos seja eficiente. Nesse
sentido, faz-se necessário refletir se a não aprendizagem apenas
incide em responsabilizar o aluno. Essa reflexão foi tomando corpo
nos momentos de hora atividade, por meio das conversas pedagógicas
entre professores e pedagogos da escola.
Para que o Conselho de
Classe se efetivasse como espaço de reflexão e tomada de decisão,
a Equipe Pedagógica apresentou alguns critérios norteadores do
processo de avaliação geral:
(Critérios
norteadores do Conselho de Classe)
Esses critérios
auxiliaram a não perder o foco na discussão e a tomar as decisões
para os casos apresentados. Afinal, “Chamar os pais”, tipo de
encaminhamento comum e quase exclusivo, único tipo de
encaminhamento, pode acabar em “cortina de fumaça” para camuflar
os problemas concretos de aprendizagem.
Para cada um dos momentos
do Conselho de Classe, as mesmas foram secretariadas e atadas pelo
secretário da escola, resguardando seu caráter pedagógico. O
material todo (Parecer dos professores, anotações feitas pelos
pedagogos e canhoto de notas) foram recolhidos para serem organizadas
e utilizadas na implementação das ações pós conselho de classe.
A
Equipe Pedagógica, no conselho de classe, apresentou alguns
procedimentos
adotados e as providências tomadas para resolver os problemas do
cotidiano da escola que envolviam faltos de alunos sem justificativa,
casos de indisciplina, irresponsabilidade com os estudos e
displicência:
- Registro nas Fichas individuais e no Livro de Ocorrência.
- Orientação e esclarecimentos dos problemas ocorridos entre alunos e professores.
- Orientação e chamadas de atenção de alunos.
- Encaminhamento com a família, por telefone.
- Chamada da família para comparecer à escola.
- Reunião de alunos para serem orientados e tomarem consciência de atitudes desrespeitosas e displicentes.
- Elaboração de Atas e Termos de Compromisso junto aos alunos reincidentes.
- Aplicação de atividades complementares aos alunos indisciplinados.
- Chamada da Patrulha Escolar, em caso que tenha envolvido agressão em frente a escola.
- Acionamento do Conselho Escolar, em casos extremos de reincidência e problemas graves de depredação do patrimônio escolar.
- Orientações e sugestões aos professores para minimizar os problemas em sala de aula.
- Participação dos Pedagogos Alex e Fabíola, no dia 13 abril em de oficina sobre Violência, no SESC, como forma de buscar alternativas de ação para a escola.
Todo esse conjunto de ações e
procedimentos, ao longo do bimestre, foi gerando a resolução de
problemas que envolviam comportamentos que afetavam negativamente o
processo de ensino e aprendizagem. Por isso, no momento do Conselho
de Classe, não haveria necessidade de relato de tais questões e,
sim, a busca por outras alternativas de ações
mais efetivas, enriquecendo o debate e evitando o simples relato.
Sobre a quantidade de
encaminhamentos de alunos para a Equipe Pedagógica, no 1º Bimestre
de 2009, constatou-se o seguinte panorama:
Turmas
da manhã
1ªA
|
15
|
2ªA
|
04
|
3ªA
|
08
|
||
1ªB
|
18
|
2ªB
|
13
|
3ªB
|
16
|
||
1ªC
|
26
|
2ªC
|
10
|
3ªC
|
15
|
||
1ªD
|
15
|
2ªD
|
11
|
3ªD
|
13
|
||
1ªE
|
19
|
2ªE
|
13
|
3ªE
|
14
|
||
1ªF
|
19
|
2ªF
|
07
|
||||
1ªG
|
10
|
Turmas
da tarde
5ªA
|
12
|
7ªA
|
04
|
1ªH
|
08
|
||
5ªB
|
16
|
7ªB
|
13
|
1ªI
|
16
|
||
5ªC
|
23
|
7ªC
|
10
|
2ªG
|
15
|
||
5ªD
|
15
|
8ªA
|
11
|
3ªF
|
13
|
||
6ªA
|
19
|
8ªB
|
13
|
||||
6ªB
|
19
|
8ªC
|
07
|
||||
6ªC
|
10
|
||||||
6ªD
|
14
|
Com este levantamento foi
possível verificar em quais turmas os problemas que envolveram
encaminhamentos de alunos para a Equipe Pedagógica eram maiores e
assim, auxiliar na tomada de decisão por quais ações para resolver
o problema. Tudo isso, atividade para após o conselho, constituindo
um conjunto de ações para o Pós conselho.
Ao final do ano letivo,
foi possível verificar um conjunto de informações presentes nos
pareceres dos professores, que contribuiu substancialmente para uma
análise pedagógica e ética a respeito do desempenho das turmas. Um
exemplo pode ser conferido no quadro que se segue com informações
das turmas do turno da tarde:
TURMA
|
1º
BIMESTRE
|
2º
BIMESTRE
|
3º
BIMESTRE
|
5ªA
|
Os
alunos são agitados, agressivos, gritam demais.
Alguns
com muitas dificuldades. A turma em si necessita de limites
|
Os
alunos não estudam, são imaturos, indisciplinados, dispersivos e
mal educados.
Brincam
demais e gritam muito.
Na
sala de apoio não estão evoluindo.
|
Houve
melhoria no rendimento. Os alunos estão fazendo as atividades,
participam e prestam atenção. Porém, continuam agitados, com
muitas dificuldades para interpretar e compreender textos.
|
5ªB
|
A
turma é boa, com bom aproveitamento. Há um baixo rendimento em
matemática.
|
Há
alunos que fazem bagunça. Ressalta-se que evoluíram na
aprendizagem.
|
O
rendimento é regular para bom.
A apropriação dos conteúdos está satisfatória. São falantes e isso reduz o aprendizado. |
5ªC
|
Os
alunos são agitados e imaturos.
Conversam
excessivamente, mas realizam atividades em sala e em casa. Há um
comportamento infantil.
|
Há
uma boa participação, mas o nível de conhecimento não é
satisfatório.
|
A
entrada dos alunos da 5ªD fez o rendimento da turma cair. Houve
queda no rendimento, são faltosos e tem havido indisciplina.
Porém, constata-se bom desempenho nas atividades. Há uma boa
capacidade de aprendizado.
|
6ªA
|
Os
alunos são agitados, falam excessivamente. Porém, são
participativos, perguntam bastante e questionam.
|
Turma
boa. Ficaram agitados depois da Gincana. Cumprem as tarefas.
|
Queda
no rendimento e aproveitamento. Bastante participativos. Há
indisciplina.
Pouca
dificuldade na apropriação dos conteúdos.
|
6ªB
|
Não
são participativos, imaturos e realizam parcialmente as tarefas.
Turma
regular.
|
Turma
regular. Diminui a agitação. Não cumprem as tarefas.
|
Turma
regular. Não entregam trabalhos e não tem o hábito de estudar
em casa. Se dispersam facilmente. São irresponsáveis.
|
6ªC
|
Turma
boa, são interessados, perguntam.
Há
alunos com dificuldade de aprendizagem.
|
Agitados.
Há bom alunos na turma.
|
Turma
imatura, agitada e indisciplinada. Rendimento regular.
Fazem
as atividades propostas e houve apropriação dos conteúdos.
|
6ªD
|
São
faltosos, indisciplinados, aprendizagem baixíssima.
Não
realizam as atividades.
|
Não
querem nada com nada. São agitados, indisciplinados, não ouvem o
professor. Há um clima tenso na turma. Exaustivo para o professor
dar aula nessa turma. Não trazem material para não fazer as
atividades – boicote da aula.
|
Declínio
no rendimento. Não realizam as atividades. Enorme defasagem de
conteúdo.
Não
entregam trabalhos, mas houve bom rendimento.
Turma
que estressa e cansa.
|
7ªA
|
Turma
mediana, indisciplinada.
Há
ótimos alunos e outros com muitas dificuldades.
Muitos
alunos fora da faixa etária.
|
Caiu
o rendimento e o desempenho. Há uma diferença muito grande:
alunos muito bons e alunos muito ruins.
|
Boa
apropriação dos conteúdos. Turma disciplinada e apática.
|
7ªB
|
Indisciplina.
Maus
alunos influenciando os demais.
Há
alunas muito indisciplinadas.
|
Desempenho
médio. Há tumulto oriundo dos alunos fora da faixa etária. São
deslocados e agitados.
|
Agitados,
participativos e com bom rendimento.
Há
alunos com dificuldades de aprendizagem e falta de interesse.
Muita conversa.
|
7ªC
|
Indisciplina
geral.
Desinteressados
e desatentos.
Incomodam
outras turmas quando estão em aula vaga.
|
Indisciplinados.
Após reunião dos pais, diminuiu a agitação. Alunos têm feito
provas e trabalhos. A gincana ajudou. Tem havido mais interesse.
Há muitos alunos com dificuldades.
|
Aproveitamento
regular. São lentos para realizar as atividades.
|
8ªA
|
Turma
boa com bom aproveitamento.
Participativos,
fazem as atividades.
|
Turma
boa, com comportamento tranquilo. Porém, caiu o desempenho.
|
Turma
muito grande. Corresponderam à proposta de trabalho do bimestre.
|
8ªB
|
Precisam
ser controlados porque tendem à indisciplina.
Dispersos,
relapsos, com dificuldade de aprendizagem.
|
Caiu
o rendimento, mas estão mais comprometidos.
Houve
melhorias, cumprem mais os trabalhos e participam.
|
Bom
aproveitamento. Tem dificuldades, mas apropriação satisfatória.
Há defasagem de conteúdo.
|
8ªC
|
Atrasos
frequentes.
Defasagem
enorme nos conteúdos.
|
Caiu
o desempenho e o rendimento é baixo. Há muitas gazetas, saídas
da sala e atrasos frequentes.
|
Melhoria
no rendimento. Mas continuam indisciplinados, atrasando e faltando
bastante. Uso de celular em sala e conversas paralelas o tempo
todo. Péssimo comportamento.
|
1ªH
|
Apáticos,
quietos, não participam, não perguntam.
|
São
apáticos, acomodados, não fazem os trabalhos. Há defasagem de
conteúdos e muitas dificuldades para realizarem as tarefas. Não
entregam tarefas.
|
Bom
aproveitamento. Apropriação dos conteúdos satisfatória.
Alunos
preguiçosos. Fracos de conteúdo, faltam muito. Apáticos.
|
1ªI
|
Falam
excessivamente, dispersivos, não produzem, não há bom
rendimento.
Atendem
ao pedido do professor.
|
Rendimento
baixo, mas há alunos destaque.
Há
muita piada e alunos imaturos.
|
Alunos
faltosos, desatentos e com dificuldades de aprendizagem. Tiveram
baixo rendimento. Alunos com sérias dificuldades e que não levam
nada a sério. Não estudam em casa. Há alunos com dificuldades
que se esforçam.
|
2ªG
|
Turma
apática com aluno que não participam efetivamente das
atividades. Mesmo assim, há boas notas. Escutam o professor.
|
Alunos
com dificuldades. Não há problema com indisciplina. O rendimento
é satisfatório.
|
Turma
pouco participativa, mas entregam os trabalhos.
Bom
rendimento. Alunos com facilidade no aprendizado.
|
3ªF
|
Turma
apática, descomprometidos, irresponsáveis, não participam.
Há
panelinhas na turma.
|
Turma
com potencial, mas são preguiçosos e acomodados. Poucos alunos
esforçados.
|
Houve
sensível melhoria, apresentando mais interesse e participação.
Ainda
há alunos sem nada de interesse.
|
Ao analisar o quadro, é
possível observar a evolução de cada uma das turmas da tarde no
decorrer dos meses de fevereiro a setembro, e a partir disso, avaliar
se as medidas adotadas deram o resultado esperado. Com essa
estratégia, Equipe Pedagógica e professores foram consolidando o
momento do Conselho de Classe como espaço de análise do ensino e
aprendizagem, e de tomada de decisão para resolver os problemas que
foram sendo observados.
2.3.
Pós-conselho
Esse é o momento de
retomada dos conteúdos por parte do professor e da metodologia de
ensino. Também são realizadas as orientações aos alunos
(individual ou coletivamente), encaminhamentos às famílias e
elaboração dos gráficos de desempenho e rendimento.
É a efetivação das
ações didático pedagógicas sendo que as principais são:
Encaminhamento da
FICA:
que é caso dos alunos faltosos sem justificativa. FICA é um
programa vinculado ao Conselho Tutelar que deve ser acionado em caso
de faltas injustificadas do aluno à escola.
Convocação
individual de pais:
que é caso dos alunos indisciplinados ou que não têm cumprido
adequadamente às atividades escolares. Também os casos de alunos
que gazeiam aula ou causam algum tipo de prejuízo patrimonial.
Conversa individual
com o aluno:
chamada dos alunos, pela Equipe Pedagógica com o objetivo de
orientar sobre notas baixas, bem como para ouvi-los e desvelando as
razões por baixo desempenho.
Trabalho com a turma:
Ações a serem implementadas pela Equipe Pedagógica a fim de sanar
problemas que tenham foco na turma como um todo, como desinteresse,
bagunça, desrespeito, displicência e irresponsabilidade com os
estudos.
Todas essas ações,
registradas em atas e nos pareceres da turma, assumem um caráter de
meta a ser alcançada no bimestre seguinte, tendo sempre como foco a
resolução dos problemas apontados, bem como a ênfase num processo
em que todos concretizar o seu trabalho.
Foram incluídas como
ações pós conselho as reuniões de pais para entrega de boletins
de notas e conversa com professores, bem como a orientação e
readequação das metodologias docentes nos casos em que tenha sido
constatado baixo desempenho da turma em função do tipo de
metodologia adotada pelo professor.
No Conselho de Classe
final foi incluída uma atividade no pós conselho que é o
preenchimento, pelo professor, de um parecer para cada um dos alunos
reprovados. O documento é o seguinte:
(Parecer do aluno
reprovado)
Este parecer, anexado na
Ficha Individual do aluno, é um documento no qual consta uma síntese
do professor, explicando as razões pelas quais o aluno reprovou.
3. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Levando em consideração
que a função principal do Conselho de Classe é mediar e articular
as situações do processo ensino-aprendizagem, tona-se fundamental
que a Equipe Pedagógica da escola realize com competência, ética e
compromisso um processo de análise dos dados coletados no Pré
Conselho. Essa análise contribui para que sejam implementados
encaminhamentos para superação das dificuldades diagnosticadas pelo
colegiado. Tudo isso sem perder o foco que é a melhoria do processo
de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, acaba
efetivando também um processo de Auto Avaliação, na qual o
professor toma consciência da sua própria ação, de suas
limitações e acertos; a equipe pedagógica analisa com mais cuidado
o trabalho pedagógico, bem como as reais condições de trabalho na
escola; a direção legitima as ações do Projeto Político
Pedagógico permeado pelas discussões em relação ao processo de
ensino e aprendizagem; o aluno toma consciência de seu desempenho
escolar, sendo auxiliado a superar as dificuldades.
Vale ressaltar que o
Conselho de Classe, quando bem feito, contribui para que se faça uma
análise diagnóstica de cada uma das turmas da escola, porque se
utiliza os dados qualitativos e quantitativos, sem contar que ocorre
o levantamento dos alunos que apresentam dificuldades e defasagem de
aprendizagem, bem como os problemas decorrentes da indisciplina.
Por fim, o Conselho de
Classe, uma vez reestruturado no Colégio Zardo tornou-se momento de
tomada de decisão, no qual professores, equipe pedagógica e direção
definiram o que será feito para atender as necessidades de mudança,
redirecionando os aspectos levantados no diagnóstico das turmas e
sistematizando as ações pedagógicas. E isso, de modo coletivo,
numa tentativa conjunta de resolver os problemas e melhorar o ensino
e, consequentemente, os níveis de aprendizagens.