Alexandro Muhlstedt
Consideramos relevante
registrar o processo histórico pelo qual passou a construção da
presente Proposta Curricular. Afinal, a memória de tao rico
movimento não pode ser deixada de lado.
Em 2009, houve o primeiro
movimento para revisar a Proposta vigente. Na época, os professores
debruçaram-se sobre fragmentos da versão preliminar das Diretrizes
Curriculares Estaduais e elaboraram um documento prévio que foi
enviado ao NRE. Foi um momento de intensas atividades, visto que
também construíamos o PPP e definíamos as linhas que desejávamos
para nosso Colégio. O documento, ainda desprovido de consistência
teórica específica da escola, pois era quase que uma cópia fiel
das Diretrizes, retornou em 2010 para ajustes.
Em 2010 os ajustes foram
feitos pelos professores, orientados pela Equipe Pedagógica, e aí
então já foi possível incluir características do Colégio Zardo
no currículo que se constituía. As tabelas de conteúdos foram
organizadas por séries, o texto de Concepção da disciplina,
Metodologia e Avaliação foram, aos poucos revelando as intenções
que discutíamos em torno do projeto de escola que almejamos. Mesmo
assim, percebíamos a necessidade de mais avanços e encaminhamos a
Proposta ao NRE cientes de que, ao menos a clareza conceitual sobre
os conteúdos estava realizada.
Em 2011 a proposta
retornou e foi o momento de definir com os professores os conteúdos
de cada série / ano, ajustando a nomenclatura do Ensino Fundamental
(extinguindo séries e incluindo anos). Optamos por extrair da versão
anterior as Identidades de Ensino Fundamental, Médio, Profissional,
Educação Especial e Temas Contemporâneos, e aprofundar melhor tais
questões no PPP e não na Proposta Pedagógica. A versão foi
encaminhada em setembro de 2011, e após analisada pelos técnicos da
Educação Básica do NRE, apresentou necessidade de alguns ajustes,
especialmente por haver a ausência, em todas as disciplinas, dos
conteúdos explícitos de Legislação – Temas Contemporâneos. Em
dezembro de 2011 a versão da Proposta Pedagógica foi devolvida para
a escola e a Equipe Pedagógica optou por realizar a discussão e
atualização na Semana Pedagógica de fevereiro de 2012. O documento
foi atualizado e complementado em fevereiro de 2012, com conteúdos
de Legislação e as falhas foram corrigidas pelo coletivo de
professores.
Fruto de discussão,
análise e estudos depreendida pelos docentes, apresentamos a versão
2012 que contempla as correções solicitadas, bem como a inclusão
de conteúdos de Legislação e Temas Contemporâneos.
Em
fevereiro de 2012, o trabalho sobre o currículo do Colégio Zardo –
Proposta Pedagógica Curricular - ocorreu por áreas do conhecimento
e disciplina, por meio de grupos, coordenados pelos pedagogos, nos
quais buscamos incluir as discussões contemporâneas conectadas com
as propostas de conteúdos de cada disciplina. Compreendemos que a
tentativa de dialogar com assuntos da contemporaneidade possibilita
buscar soluções para os problemas atuais. O desejo de se melhorar
no micro e não somente por grandes soluções é extremamente
contemporâneo. Entendemos também que os assuntos da Legislação
não se esgotam em um único debate e que por muito tempo ainda
estarão desconstruídas ciclicamente. Buscamos, então, trazer para
o cotidiano de cada disciplina a discussão, o debate, a análise,
para que cada questão seja conscientizada e vivenciada. Fica claro,
para toda nossa equipe que a escola
não dá conta de tudo, mas de forma consciente e fundamentada, pode
e deve fazer o exercício de discutir sobre estes temas,
entendendo-os na mesma perspectiva do conteúdo escolar: na
perspectiva da historicidade, da concreticidade e da totalidade, indo
para além de representações ingênuas, idealistas e estereotipadas
da realidade.
Compreendemos, por fim,
que é necessário que o currículo se amplie para além das
propostas curriculares. Equivale a dizer que, embora seja
insuficiente tratar tais temas a partir da organização do conteúdo
tal como estabelecido, não se pode negligenciar na escola o
enfrentamento aos mesmos. Não se pode negar que tais situações
estão prementes o que a conduz a um claro paradoxo: não
secundarizar sua função social na socialização do conteúdo
historicamente produzido pelo conjunto da humanidade e não negar
situações postas pelo cotidiano, as quais a escola tem que fazer
enfrentamentos. É nesta contradição que, além de retomar a
análise já realizada sobre o conteúdo em sua totalidade, se situa
o nosso papel, enquanto parte do coletivo escolar diante da discussão
do nosso projeto de escola, claramente definido em nosso Projeto
Político Pedagógico e em nossas ações cotidianas.
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