quarta-feira, 24 de outubro de 2012

HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DO COLÉGIO ZARDO


Alexandro Muhlstedt

Consideramos relevante registrar o processo histórico pelo qual passou a construção da presente Proposta Curricular. Afinal, a memória de tao rico movimento não pode ser deixada de lado.
Em 2009, houve o primeiro movimento para revisar a Proposta vigente. Na época, os professores debruçaram-se sobre fragmentos da versão preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais e elaboraram um documento prévio que foi enviado ao NRE. Foi um momento de intensas atividades, visto que também construíamos o PPP e definíamos as linhas que desejávamos para nosso Colégio. O documento, ainda desprovido de consistência teórica específica da escola, pois era quase que uma cópia fiel das Diretrizes, retornou em 2010 para ajustes.
Em 2010 os ajustes foram feitos pelos professores, orientados pela Equipe Pedagógica, e aí então já foi possível incluir características do Colégio Zardo no currículo que se constituía. As tabelas de conteúdos foram organizadas por séries, o texto de Concepção da disciplina, Metodologia e Avaliação foram, aos poucos revelando as intenções que discutíamos em torno do projeto de escola que almejamos. Mesmo assim, percebíamos a necessidade de mais avanços e encaminhamos a Proposta ao NRE cientes de que, ao menos a clareza conceitual sobre os conteúdos estava realizada.
Em 2011 a proposta retornou e foi o momento de definir com os professores os conteúdos de cada série / ano, ajustando a nomenclatura do Ensino Fundamental (extinguindo séries e incluindo anos). Optamos por extrair da versão anterior as Identidades de Ensino Fundamental, Médio, Profissional, Educação Especial e Temas Contemporâneos, e aprofundar melhor tais questões no PPP e não na Proposta Pedagógica. A versão foi encaminhada em setembro de 2011, e após analisada pelos técnicos da Educação Básica do NRE, apresentou necessidade de alguns ajustes, especialmente por haver a ausência, em todas as disciplinas, dos conteúdos explícitos de Legislação – Temas Contemporâneos. Em dezembro de 2011 a versão da Proposta Pedagógica foi devolvida para a escola e a Equipe Pedagógica optou por realizar a discussão e atualização na Semana Pedagógica de fevereiro de 2012. O documento foi atualizado e complementado em fevereiro de 2012, com conteúdos de Legislação e as falhas foram corrigidas pelo coletivo de professores.
Fruto de discussão, análise e estudos depreendida pelos docentes, apresentamos a versão 2012 que contempla as correções solicitadas, bem como a inclusão de conteúdos de Legislação e Temas Contemporâneos.
Em fevereiro de 2012, o trabalho sobre o currículo do Colégio Zardo – Proposta Pedagógica Curricular - ocorreu por áreas do conhecimento e disciplina, por meio de grupos, coordenados pelos pedagogos, nos quais buscamos incluir as discussões contemporâneas conectadas com as propostas de conteúdos de cada disciplina. Compreendemos que a tentativa de dialogar com assuntos da contemporaneidade possibilita buscar soluções para os problemas atuais. O desejo de se melhorar no micro e não somente por grandes soluções é extremamente contemporâneo. Entendemos também que os assuntos da Legislação não se esgotam em um único debate e que por muito tempo ainda estarão desconstruídas ciclicamente. Buscamos, então, trazer para o cotidiano de cada disciplina a discussão, o debate, a análise, para que cada questão seja conscientizada e vivenciada. Fica claro, para toda nossa equipe que a escola não dá conta de tudo, mas de forma consciente e fundamentada, pode e deve fazer o exercício de discutir sobre estes temas, entendendo-os na mesma perspectiva do conteúdo escolar: na perspectiva da historicidade, da concreticidade e da totalidade, indo para além de representações ingênuas, idealistas e estereotipadas da realidade.
Compreendemos, por fim, que é necessário que o currículo se amplie para além das propostas curriculares. Equivale a dizer que, embora seja insuficiente tratar tais temas a partir da organização do conteúdo tal como estabelecido, não se pode negligenciar na escola o enfrentamento aos mesmos. Não se pode negar que tais situações estão prementes o que a conduz a um claro paradoxo: não secundarizar sua função social na socialização do conteúdo historicamente produzido pelo conjunto da humanidade e não negar situações postas pelo cotidiano, as quais a escola tem que fazer enfrentamentos. É nesta contradição que, além de retomar a análise já realizada sobre o conteúdo em sua totalidade, se situa o nosso papel, enquanto parte do coletivo escolar diante da discussão do nosso projeto de escola, claramente definido em nosso Projeto Político Pedagógico e em nossas ações cotidianas.



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