Alexandro Muhlstedt
Violência
gera violência, os fracos julgam e condenam,
porém os fortes
perdoam e compreendem.
(Augusto Cury)
Uma das coisas
importantes da não violência
é que não busca
destruir a pessoa, mas transformá-la.
(Martin King)
Violência não é
um sinal de força,
a violência é
um sinal de desespero e fraqueza.
(Dalai Lama)
INTRODUÇÃO
A
Equipe Pedagógica do Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, de
Curitiba, como forma de fomentar o debate e a reflexão, desenvolveu
em 26 de outubro de 2012 a 4ª Reunião Pedagógica de forma
On line cujo
tema foi a Violência. A prática de
realizar Reunião on
line,
por meio de Fórum, é fruto da
experiência vivenciada na 2ª e na
3ª
Reunião que contribuiu para a participação mais efetiva dos
docentes nos debates sobre os
temas do cotidiano da escola.
O
tema dessa Reunião, Violência, foi definido após as discussões
ocorridas no mês de julho, na Semana Pedagógica (19
e 20 de julho),
na qual as reflexões incindiram sobre a Indisciplina Escolar, bem
como nas questões que emergiram na 2ª Reunião em 24 de maio (sobre
Pais, Drogas, Indisciplina e Processos Pedagógicos) e na 3ª Reunião
em 29 de setembro (sobre o Plano Personalizado de Atendimento).
Ao
estudar, especialmente,
a Indisciplina escolar, suscitou a necessidade de um aprofundamento
teórico e uma melhor compreensão desse fenômeno escolar por toda a
equipe escolar. Assim, um aspecto a ser melhor compreendido é o
fenômeno social da Violência.
1. O tema
Para Abramovay (2002), a
“violência é um comportamento que causa intencionalmente dano ou
intimidação moral a outra pessoa, ser vivo, ou dano a quaisquer
objetos. Tal comportamento pode invadir a autonomia, integridade
física ou psicológica e mesmo a vida de outro”. É, portanto, o
uso excessivo de força além do necessário ou esperado.
Diante
disso, pode-se afirmar que a escola é um espaço em que os
indivíduos expressam seus sentimentos das mais variadas formas. E ao
realizar isso, nem sempre há contrapartida positiva do interlocutor,
gerando manifestações agressivas e violentas.
Bernard
Charlot (1997), ao referir-se ao conceito de Violência, classifica-o
em três níveis:
Violência
|
Inclui
golpes, ferimentos, roubos, crimes, vandalismos e
atos sexuais não permitidos.
|
Incivilidades
|
Humilhações,
palavras grosseiras, xingamentos,
apelidos,
falta de respeito.
|
Violência
simbólica ou institucional
|
Desprazer
no ensino, por parte dos alunos e negação da identidade e da
satisfação profissional, por parte dos professores.
|
Assim, torna-se
importante discutir, conhecer e compreender as formas de violência
que ocorrem no cotidiano da escola para tentar lidar e enfrentar o
problema de modo eficiente. Estudar o tema, proposta que este
trabalho descreve, é um caminho para desvendar aquilo que envolve a
problemática.
2. A atividade
A
Equipe Pedagógica do Colégio
Estadual Professor Francisco Zardo, de Curitiba, após a
sistematização das discussões ocorridas em julho, organizou o
material de estudos sobre a Violência. Foram escolhidos dois textos
e um vídeo, os quais foram postados no blog da pedagogia da escola:
www.pedagogiazardo.blogspot.com.
Ler
os textos e ver os vídeos, foram pretextos para desencadear a
discussão no grupo de professores.
O primeiro texto,
“Violência na escola”, de autoria de Viviane Avelino Marcelos,
traz o conceito e os tipos de violência, refletindo sobre os fatores
que levam os jovens a praticar atos violentos.
O segundo texto, “A
escola hoje e os alunos que não aprendem”, de autoria de Roberto
Leal Lobo e Silva Filho, publicado no Jornal Folha de São Paulo,
traz uma reflexão sobre o livro A Escola dos Bárbaros, de
Isabelle Stal e Françoise Thom, publicado no Brasil em 1987,
questionando determinados mitos presentes nas práticas de sala de
aula e que, de algum modo, desviam a atenção dos aspectos
pedagógicos para questões que seriam acessórias à função da
escola.
Já o vídeo “Crianças
Veem! Crianças Fazem!” é uma propaganda australiana sobre a
influência do exemplo dos adultos no comportamento infantil. Sem sem
visar a venda de itens de consumo, o vídeo tenta agregar valores
sociais, persuadindo e sensibilizando o indivíduo comum, por meio de
cenas chocantes, a repensar e refletir sobre suas atitudes.
Esses
materiais postados no Blog serviram de base para a reflexão de cada
um dos professores, que deveriam acessar o material, estudar e
refletir
à luz da prórpia vivência cotidiana. Em seguida, enviar
comentários no Fórum elaborado no próprio blog, respondendo às
seguintes questões:
1. Qual é a sua
concepção sobre Violência?
2. Quais são as
atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa escola?
3. Quais são suas
ações diante atitudes de violência?
4. Em que medida o
comportamento do professor interfere / influencia no comportamento de
nossos alunos?
5. Há possibilidades
de reduzir índices de violência em nossa escola? Como? Qual o papel
da família nesse aspecto?
Os
docentes também foram
orientados a ler
as
postagens dos colegas, comentando-as se fosse o caso e, com isso,
realizar uma interação entre os participantes.
3. As respostas dos
professores
A
participação dos docentes e Equipe Pedagógica da escola foi
intensa e rica. Durante o dia todo, inclusive a noite, cada professor
pode expressar suas opiniões e ponto de vista, o que possibilitou um
debate profícuo e repleto de possibilidades reflexivas sobre o tema
da Violência. Embora
o encontro físico não tenha ocorrido, a interação á distância
trouxe o mesmo efeito.
Além
das questões que foram respondidas em tese, ou
num plano ideal, foi
possível verificar inúmeros relatos de vivências e observações
feitas pelos profissionais da escola, bem
como possibilidades reais de ações no que concerne ao cotidiano da
escola.
O
conjunto dessas respostas e relatos trouxe novos questionamentos, até
porque o Fórum não tinha como pressuposto dar respostas ou
apresentar soluções, mas justamente suscitar novos olhares e um
levantamento mais detalhado de novas indagações.
O
objetivo certamente foi alcançado, tendo em vista a participação
maciça dos profissionais da escola.
No quadro a seguir, é
possível conferir as respostas dos participantes.
Professor
/ Disciplina
|
Resposta
1
Qual
é a sua concepção sobre Violência?
|
Resposta
2
Quais
são as atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa
escola?
|
Resposta
3
Quais
são suas ações diante atitudes de violência?
|
Resposta
4
Em
que medida o comportamento do professor interfere / influencia no
comportamento de nossos alunos?
|
Resposta
5
Há
possibilidades de reduzir índices de violência em nossa escola?
Como? Qual o papel da família nesse aspecto?
|
Euclides
/ Geografia
|
Falta
de amor, afeto, que gera baixa autoestima, e carência afetiva.
Violência é uma das válvulas de escape. Crianças e
adolescentes, quando amados e aceitos, geralmente não são
violentos.
|
Preconceito,
agressões verbais, rixas.
|
Orientar;
citar exemplos positivos. Procuro indicar caminhos construtivos,
de autoconhecimento, autocompreensão, autoaceitação, para que
possam perceber a necessidade de aceitar os outros.
|
Nem
sempre é fácil, mas em muitas situações a calma deve vir do
educador. O professor deve exercer a sua autoridade com calma e
sabedoria para interferir positivamente no ambiente ou em uma
determinada situação.
|
Há.Conscientização
e contextualização permanente. A família deve saber dos fatos;
os pais devem acompanhar os casos mais graves. A escola talvez
possa oferecer oficinas ou palestras sobre o assunto. A grande
responsabilidade ainda é dos pais ou responsáveis.
|
Joceli
/ História
|
Toda
e qualquer ação que não reconheça e respeite o outro como um
ser diferente.
Nossos alunos são indivíduos que não interagem de forma a modificar as suas atitudes. Reproduzem o que existe de ruim nas relações interpessoais encontradas nos meios de comunicações (rádio televisão, cinema, internet, etc), no ambiente escolar e até mesmo na sua casa. |
Atualmente
as escolas estão enfrentando diversos tipos de violência, como:
agressões verbais, brincadeiras agressivas, falta de respeito,
vocabulário agressivo, drogas lícitas e ilícitas, destruição
do patrimônio, excesso de alunos nas salas de aula, falta de todo
e qualquer apoio por parte do poder público, entre outros.
|
Acredito
que o professor deve, em primeiro lugar, conhecer o seu aluno a
partir de um olhar diferenciado, não como mãe/pai, mas, como
professora. É possível utilizar alguns momentos para conversar
assuntos diferenciados. Também, é importante o professor não
responder a um ato violento como outro ato violento, como, por
exemplo, gritar; apesar de que, em alguns momentos, isso acabe
fugindo do controle. Faz-se necessário expor que professor é um
alvo direto dessa violência, e muitas vezes, até por falta de
apoio, sozinho perde esse controle.
|
O
aluno é um reflexo dos mais velhos e, o professor, para muitos, é
modelo, exemplo de conduta e civilidade.
Para
reduzir esse índice de violência em nossa escola é necessário
que haja uma ação conjunta entre a comunidade escolar e o poder
público. Mesmo assim, não é possível achar que a escola é o
espaço social ideal para salvar esta situação. Devemos
compreender que a violência não é da escola, mas sim da
sociedade como um todo. A diminuição de alunos por sala, por
exemplo, ajudaria a amenizar uma das questões que a escola
enfrenta. Lembremos que a escola tem o papel de produzir
conhecimento e não a transformá-la num consultório médico,
psicológico, fonoaudiólogo etc. Parece que, tudo que a sociedade
não consegue resolver, cabe à escola tal tarefa. Sem professores
devidamente preparados e mínimas condições para se colocar em
prática teorias e conceitos, isso não possível.
|
Nesse
sentido, não devemos deixar que a escola assuma o papel do estado
e da família. A família, cada vez mais desestruturada em todos
os aspectos, deve reassumir suas obrigações quanto aos seus
filhos.
|
Vladimir
/ Ed. Física
|
Na
minha concepção, violência é a ação humana que causa danos
psicológicos ou físicos a uma ou mais pessoas, animais, meio
ambiente ou a si próprio.
|
Falta
de respeito e tolerância de alguns para com os outros, a
predisposição em ser agressivo com outras pessoas com as quais
não simpatizam.
|
Procuram
ser preventivas através de discussões gerais com o grupo sobre
disciplina, respeito e educação, tomando até mesmo exemplos do
cotidiano da sociedade no que diz respeito aos vários tipos de
violência.
|
Como
diz aquela frase “Respeito é mercadoria de troca.” Logo
podemos derivar que a agressividade e a violência também geram
agressividade e violência. Normalmente nosso comportamento causa
reflexo, como se fossemos espelhos.
Obviamente existem casos em que a agressividade, intolerância e a violência vem de um histórico de criação, educação e meio onde vivem os jovens e que acabam trazendo para dentro das escolas |
Considero
ser bem mais difícil reduzir estes índices com as pessoas que já
trazem em sua criação comportamentos questionáveis sob o ponto
de vista da não violência. O papel da educação, da boa criação
é imprescindível da família lá na infância, pois uma família
estruturada, que preocupou-se em educar seus filhos com amor,
responsabilidade e atenção, oferecerá para a sociedade atual um
bom cidadão, assim como a falta destas condições contribuirá
para o contrário.
|
Augusta
/ Sociologia
|
Para
mim, violência é todo tipo de agressão, seja ela física,
moral, psíquica, social, cultural, intelectual, etc.,
independente de ser real ou simbólica.
|
Para
mim a própria rotina da escola é uma violência, ou seja, a
escola está permeada daquilo que Bourdieu/Passeron, denominaram
de violência simbólica. Além disso, podemos visualizar alunos
que depredam o patrimônio, desrespeitam outros alunos e
professores, aqueles que praticam o bullying cotidianamente, etc.
|
Como
professora e como cidadã, procuro orientar e conscientizar nossos
alunos no sentido de que para tornar a sociedade um espaço para
todos, é preciso respeitarmos uns aos outros, além de conservar
o patrimônio que é de todos.
|
Numa
sociedade como a nossa, em que as diferenças de toda ordem,
provocam reações de discriminação e preconceitos, onde os
valores sociais, éticos e morais, perderam espaço para o
individualismo e para o consumismo, nosso comportamento, pode sim,
provocar no aluno, todo tipo de reação, sejam elas positivas ou
negativas, até porque, o próprio sistema escolar faz parecer
iguais indivíduos que na sua essência são extremamente
diferentes.
|
Como
professora e como socióloga, acredito que há sim a possibilidade
de diminuirmos a violência no interior das escolas, mas para
isso, teríamos que reformular todo o sistema, teríamos que
pensar, que criar um novo modelo, ou seja, uma escola que fosse
pensada e organizada por todos que dela precisam e que a
frequentam, e acima de tudo, que atendesse de fato os anseios
reais de aprendizagem e de formação dessa juventude do século
XXI.
|
Débora
/ Matemática
|
A
violência é todo ato que agride o(s) outro(s) de alguma maneira,
seja ela física ou moral.
|
Atualmente
é o grande centro dos problemas escolares, pois apresenta-se de
forma generalizada entre os alunos através da agressividade na
maneira de falar com o outro, seja com o professor ou com os
colegas de turma, tornou-se algo natural entre eles.
|
Sendo
assim, percebo que aquilo que deveria ser função da família - a
arte de educar - passou também a ser papel da escola. A todo
momento me vejo ensinando aos alunos como devem ser comportar ou
agir em determinadas situações e me alegro ao ver que muitos
começam a agir da maneira ensinada.
|
As
crianças e os adolescentes aprendem mais com gestos do que com
palavras e, é claro que, a postura do professor tem que ser
condizente com o que ele diz - não adianta o professor cobrar
pontualidade do aluno se ele não é pontual ou ainda exigir
responsabilidade no cumprimento das tarefas e ele não demonstrar
o mesmo.
|
Apesar
da escola estar assumindo um papel que não é
dela,
isso não isenta a família do mesmo, pois se a família não
apoiar o trabalho realizado pela escola e, principalmente, "falar
a mesma língua da escola", o aluno ficará confuso e não
conseguirá distinguir o que realmente é correto, somente através
da união entre família e escola, pode-se minimizar as ações
violentas no ambiente escolar.
|
Karina
/ Inglês
|
Violência
é a falta de respeito para com o próximo.
|
Percebo
que os alunos que não tem respeito com os colegas ou professores
também se comportam da mesma forma em casa com seus familiares.
|
Os
pais devem ensinar seus filhos a partir do exemplo dado no dia a
dia do convívio familiar, não adianta ensinar com palavras se o
exemplo é contraditório. Um ato vale mais do que mil palavras, é
o que vai ficar na cabeça da criança ou adolescente. Os pais
devem se policiar constantemente para agir de forma correta e dar
o melhor exemplo aos seus filhos.
|
Assim
como os pais, nós professores, além de cobrarmos de nossos
alunos respeito para conosco e com os colegas devemos mostrar e
ensiná-los por meio de exemplos e muita conversa que a violência
não leva a lugar algum.
|
A
melhor forma de resolver qualquer problema é o diálogo,
priorizando o respeito para com o próximo.
|
José
/ Filosofia e Sociologia
|
A
violência mediática, quem sabe muito mais preocupante e
perniciosa que violência contra o patrimônio, violência
doméstica e violência simbólica por se tratar de incentivadora
camuflada das violências tipificadas pela autora.
A violência mediática minimiza a capacidade de pensamento e, assim, sorrateiramente abre espaço para vender o encanto inerente ao mercado. É preciso pois consumir para o indivíduo (assim no particular) se sentir bem, para até encontrar a felicidade. Esse é o pano de fundo na escalada da inversão de valores e estímulo à competição desregrada, raiz de qualquer violência. A propaganda apequena iniciativas pessoais e a produção integrada e livre. |
Pais
ou responsáveis pelos filhos integram hoje a roda vida daqueles
que aceitaram comprar os filhos com a oferta e variedade dos
produtos a consumir, agregados ao valor falacioso da marca, sem
lhes oferecer o espaço da afeição para sentir, pensar e agir
juntos. Daí, a meu ver, a explicação para a universalização e
crescimento espantoso da violência sob o espectro de qualquer
feição e atributos que queiramos lhe dar. A escalada da
violência ganha o conceito de competição desigual entre os que
podem ou não comprar.
|
Diante
disso, as escolas deveriam abrir espaço maior para que seus
alunos atuem coletivamente e realizem atividades propostas por
eles para que se sintam portadores de valores próprios e
diferentes daqueles que fazem deles seres passivos, recebedores de
um processo e quase nunca não animadores dele.
|
Claro
que há risco em oferecer oportunidades para ações criativas aos
alunos, ao se organizarem coletivamente, mas esse é o preço da
liberdade pensadora e que se realiza de forma assertiva.
|
Disciplina
faz-se pela valorização de iniciativas individuais e coletivas e
não pela intimidação, embora não se prescindam tomadas de
posições incisivas, quando necessário.
|
Solange
/ Geografia
|
É
uma transgressão da ordem e das regras da vida em sociedade. É o
atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e
integridade física ou liberdade individual correm perigo a partir
da ação de outros.
|
A
agressividade verbal e às vezes física, dos alunos em
determinadas brincadeiras entre eles mesmos.
A falta de limites e discernimento em atitudes comportamentais. As violências que se manifestam no cotidiano das relações sociais, expressas em xingamentos entre alunos, insultos de alunos a professores e afrontas entre professores. A violência que as pessoas fazem através de bulying |
Não
há uma postura única, para cada caso e cada pessoa temos uma
reação diferente então acredito em agir com o bom senso uma vez
que as vezes alguns casos de violência acontecem quando menos
esperamos.
|
Acredito
que o relacionamento entre professor e aluno é o fator que mais
favorece a aprendizagem e o bom desempenho, entre todos os demais
elementos envolvidos - como condições de trabalho, tempo que os
pais passam com os filhos, número de alunos por classe etc.
Pois nós professores buscamos identificar e trabalhar interesses, acreditando que todos podem progredir. Construir essa relação pode demorar, mas garanto que jamais será perda de tempo. Temos que como acolher o alunado. |
Acredito
que o caminho mais eficaz para combater a violência na escola é
a integração com a comunidade, que passa a respeitar o papel
social da escola (ensinar) e a reconhecer que aquele espaço é de
todos e passe a ser parceira do bairro e das famílias.
A aproximação (que já esta começando) que é o diálogo com os pais. Envolvê-los no acompanhamento da aprendizagem, dos êxitos e das dificuldades dos filhos ajuda a romper o empurra-empurra sobre a responsabilidade pelo sucesso (ou o fracasso) escolar. |
Graziella
/ Português
|
Minha
concepção de violência é todo o ato utilizado para impor ou
mesmo desrespeitar os direitos dos outros, sendo estes, colegas de
trabalho, familiares, amigos ou alunos.
Vejo que nos perdemos quando esquecemos o sentido da palavra “educação”, palavra esta que é à base de nosso trabalho. Se nós, que somos educadores não ficarmos atento ao significado dessa palavra e buscarmos vivenciá-la a todo instante em nosso ambiente de trabalho, nossa função basicamente deixa de ser. |
Basta
olharmos um pouco mais para a maneira como nossos alunos se tratam
em sala ou no pátio da escola. Alguns deles deixam explícitos
que dentro de suas casas faltam “educação e respeito” uns
para com os outros. Tudo o que eles sofrem, inadvertidamente, eles
repassam em ambiente escolar, e cabe a nós, por mais difícil que
pareça, mostrar-lhes que existem outros exemplos mais produtivos
a serem seguidos.
|
Quando
me deparo com atitudes agressivas dos alunos, geralmente chamo as
partes para conversar e explico que existem formas mais racionais
para resolverem os problemas, sem o uso de violência e explico
também, que devemos tratar as pessoas da maneira como gostaríamos
de ser tratados. Geralmente esse discurso resolve, ou pelo menos
os fazem refletir. Porém, quando a violência é física, separo
as partes e encaminho ao pedagógico para as devidas providências.
Fico contente em dizer que, na minha aula, tive um caso de
violência física.
|
Acredito
que nós influenciamos os alunos tanto quanto seus responsáveis.
Como? Através de nossa postura. Posso citar como exemplo o
palavrão. Quando inicio o ano com minhas turmas, explico que eu
não gosto de palavras de baixo calão. Como eu não falo, também
não quero ouvir. Portanto, toda vez que ouço um palavrão, chamo
a atenção do aluno. A turma começa a ficar atenta e, quando um
aluno escorrega, eles mesmos cobram desse aluno. Acho isso bem
bacana.
|
Acredito
que podemos reduzir ainda mais o índice de violência na escola,
procurando conscientizar as famílias sobre seu papel na formação
de seus filhos através do exemplo e olhando positivamente para
nossos adolescentes. Sei que é difícil, mas não podemos
desistir.
|
Everson
/ Meio Ambiente
|
Com
base nos artigos lidos e no que estamos vivenciando em nosso
dia-a-dia, percebemos que a violência em pauta não se trata de
um fato da era moderna, sabemos que ao longo da formação da
civilização sempre se formaram frentes contrárias ao que
poderíamos de chamar paz aos nossos semelhantes. O ser humano
sempre atento para práticas consumistas, repressoras, que
menospreza o real motivo de nossa existência que é o de viver e
viver bem.
|
Observamos
que em todas as culturas algum tipo de disputa abre precedentes
para atos de violência, então o que temos na sociedade hoje
simplesmente é a evolução disto, ainda aumentada pela vida
moderna em que estamos inseridos. Famílias sem regras, sem
participação, sem amor, sem doação, com egoísmo em pauta,
soberba, depreciação, abuso, discriminação, ou seja, tudo o
que leva a deploração do ser.
Isto, observamos não só na escola, ocorre em todos os locais em que estamos, seja no transito, na fila do banco, do supermercado, na vaga para estacionar, até na igreja, observamos que o ser dito humano, esta cada dia mais e mais longe da prática do que o sua própria descrição o diz. |
Somos
mediadores com relação aos nossos alunos, mas de conhecimento.
Estão a atribuir responsabilidades que não são nossas.
|
Ajudamos,
construímos conceitos, até mediamos muitos problemas seja na
sala ou fora dela, mas os problemas de violência na sociedade
possuem endereço e responsáveis, que nada mais é do que a
sociedade como um todo, principalmente dentro de nossos lares,
onde sempre julgamos estar fazendo o nosso trabalho de construção
bem feito.
|
O
ser humano sempre “achando” sua perfeição, que os seus atos
são os corretos e não os do outro, e ai então o caos se
instala.
|
Vilmar
/ Administração
|
Minha
concepção pessoal sobre Violência é que ela existe de várias
maneiras, física, por palavras e atitudes, falta de respeito.
|
Falta
de respeito, vejo e ouço, colegas me relatarem acontecimentos que
o corpo discente faz contra o corpo docente, essa é uma grande
violência que eu considero.
|
Pedagogicamente
é de tentar que não aconteça a dita violência, mas não somos
robôs, somos pessoas, com sentimentos e quando nos deparamos com
uma situação de violência, tendemos a tomar atitudes de
compaixão.
|
Ao
meu ponto de vista, bem pouco, porque dizer nada seria uma
mentira, pois a violência e outros problemas que enfrentamos hoje
nas escolas, vêm (e ninguém muda minha opinião a esse
respeito), vem de dentro das famílias, infelizmente.
|
Sim.
Como? Boa pergunta, mas tentando trazer a família pra dentro da
escola (isso na minha opinião nossa escola já faz e muito bem),
fazendo com que elas percebam que sua função, papel, sendo guia
para seus filhos, assim ajudando a escola na sua função.
|
Josiane
/ Informática
|
A
violência a meu ver seria o fato de estar privando alguém de
seus direitos ou seja desrespeitando o próximo, existe um ditado
que diz “meu direito acaba onde começa o do outro” estar
atento ao direito do próximo e respeitar seria o conceito básico
para um bom convívio em sociedade, no entanto o que prevalece em
nossa sociedade são o egoísmo e o individualismo, “cada um por
si e Deus por todos”, seria a frase predominante.
|
Exemplo
disso seria nosso convívio escolar podemos observar alunos cada
vez mais violentos para com seus colegas, sendo com brincadeiras
de mau gosto, ou até mesmo partindo para agressão física e
muitas vezes por motivos banais. Além do fato de não haver mais
respeito para com o professor, praticando contra os mesmos a
violência verbal, caso que pode evoluir a violência física.
|
Muitas
das vezes em que pude estar presente nesses momentos de violência,
foi através da conversa que consegui amenizar a situação, isso
quanto à violência verbal, pois quando se tratava de violência
física, tive de recorrer a ajuda de colegas e pedagogos, pois
sozinha fica difícil de separar os alunos agressores.
|
O
professor pode se transformar em um espelho na sala de aula, pois
se tiver atitudes agressivas pode criar alunos que irão refletir
esse comportamento com seus colegas e professores, claro que
muitos alunos também podem estar refletindo atitudes trazidas do
convívio familiar, e nesses casos fica mais difícil estar
intervindo.
|
Amenizar
e até reduzir os índices de violência pode começar através da
união de escola e comunidade, estar atento aos problemas dos
alunos e encaminhar a possíveis tratamentos em caso de
necessidade, o que já é feito por nossa escola e deve continuar,
a violência pode ser vista como uma doença da nossa sociedade
que pode até não ser erradicada, mas se tratada causa menos
danos.
|
Silvana
/ Matemática
|
1)
Violência em minha concepção é toda ação e omissão que tem
a intenção de agredir fisicamente ou moralmente alguém.
|
Percebo
que no nosso dia a dia, a falta de respeito gera violência como:
agressões físicas e verbais entre alunos, depredação ao
patrimônio público e a agressões verbais de alguns alunos com
professores.
|
Minha
ação é interferir imediatamente, fazendo o encaminhamento para
equipe pedagógica, solicitando a presença dos pais e
responsáveis para que possam juntos solucionar os problemas.
|
Nos
dias de hoje, muitos de nossos adolescentes, convivem mais tempo
na presença de adultos na escola, do que em suas casas, tendo
como referência o professor .Ser um bom exemplo, ser ético,
profissional, responsável e comprometido com o nosso
trabalho(ALUNOS),tenho certeza que faremos a diferença na
formação de nossos jovens.
|
Sim,
eu percebo que na nossa escola já existe uma redução
significativa da violência, devido o trabalho integrado e
intensivo, que vem sendo realizado, com professores, equipe
pedagógica, Direção e a presença de pais na escola. Com
certeza o papel da família é fundamental , mas atualmente,
algumas não estão conseguindo acompanhar o desenvolvimento de
seus filhos, não impondo respeito, limites e valores, ou seja
“tudo pode”,e ainda repassando essa responsabilidade para a
escola.
|
Marcia
/ Pedagoga
|
A
minha concepção de violência é toda e qualquer ação que o
indivíduo exerça sobre outro indivìduo com má fé (falta de
respeito).
|
Na
escola percebo entre os alunos a violência verbal, física,
emocional, contra o patrimônio e violência domésticica, é isso
mesmo, nos deparamos com alunos que são agredidos pelos pais e
muitas vezes ficam no anonimato, mas quando se sentem seguros
acabam nos procurando e relatando as situações vividas.
|
A
minha ação depende da situação, pois há momentos em que
resolvemos com as partes envolvidas onde as mesmas se retratam (os
pais são comunicados via telefone), pois tem os casos em que
convocamos a família/responsável para comparecer ao colégio,
pois quando há violência do patrimônio convocamos a familia e
as mesmas assinam um termo se responsabilizando pelo ressarcimento
do dano e nos casos de violência doméstica eu ouço o aluno
atentamente e faço as devidas orientações com muita cautela.
|
Todos
somos sabedores que o professor tem uma responsabilidade muito
grande na sua função, pois são modelos para uma grande parte
dos nossos alunos. Portanto, o comportamento do professor em sala
de aula pode interferir positivamente ou negativamente para o
comportamento do aluno.
|
Vejo
possibilidades sim em diminuir a violência, articulando a rede
interna e externa com toda comunidade.
Devemos nos lembrar sempre, não é fazermos a função da família, mas fazermos a nossa função de educadores e nunca desistirmos. |
Alex
/ Pedagogo
|
A
violência é uma forma de agressividade. E agressividade, é um
amplo campo de estudos da Psicologia, havendo vários explicações,
sendo uma delas de que o comportamento humano possui esquemas
defensivos de resposta (e portanto agressivos). A violência seria
a ação que não é exatamente uma resposta, mas um ataque. Isso
quer dizer uma agressividade sem nenhum sentido.
|
Conflitos
são normais num conjunto de pessoas, porém, quando mal
gerenciados geram situações agressivas e violentas.
Percebo no dia a dia de nossa escola atitudes extremamente agressivas e ofensivas de alunos. Isto gera mal estar, tristeza e desânimo. Lidar com situações de conflito o tempo todo é algo muito desgastante e percebo que vai tirando aquele gás para resolver. No entanto, a presença de famílias interessadas, professores compromissados e alunos motivados gera a esperança e traz de novo o gás e a força para estabelecer as redes de ajuda. |
Não
se trata de tarefa simples. Como diretor auxiliar, articular a
rede de apoio de Conselho Tutelar, Posto de Saúde, CREAS,
Patrulha Escolar e Família é algo bastante trabalhoso. Porém, a
parceria forte que buscamos articular, especialmente com as
famílias, tem ajudado muito a reduzir os eventos violentes e
agressivos. Cito isso porque, toda vez que convocamos famílias
para comparecer, de pronto costumam responder.
|
Eliminar
completamente a violência não é uma meta, pois respostas com
agressão é inerente ao ser humano e os alunos imitam (mesmo
inconscientes) as amostras sociais veiculadas pela mídia. Porém,
mediar os conflitos, acionar a família e conscientizar os alunos
auxilia, e muito, na restauração da paz.
Fico extremamente satisfeito em perceber nas análises dos colegas o trabalho que cada um constrói para reduzir a falta de respeito dos alunos e a tentativa de construir um espaço que seja de paz. |
Cada
um fazendo a sua parte, de modo persistente e sério, certamente
melhoraremos mais e mais nosso ambiente de trabalho.
|
Mariane
/ Geografia
|
A
violência é como um “LEÃO”, temos que vencê-la todos os
dias. Não sabemos quais tipos de violências vamos ter lidar
diariamente, pois não se prevê o estado emocional do aluno.
|
Fato
é que está presente em todas as formas como física, simbólica
e patrimonial. A forma mais presente em sala é a verbal, e se não
há intermediações pelo professor e equipe pedagógica resulta
em violência física.
|
Trabalhar
informações extras como violência, drogas e entre outras
mazelas sociais, retira o tempo para trabalhar o conteúdo
proposto.
|
O
professor tem que ensinar, transmitir e despertar o conhecimento e
não educar, pois isto é função da família. Penso que o Estado
tem por obrigação habilitar profissionais específicos para
trabalhar estes problemas na escola, pessoas capacitadas e que sua
única função seja com estes alunos “órfãos” e família.
|
Vemos
claramente que quando a família é estruturada resulta em alunos
equilibrados e preparados para lidar com situações adversas e
mais comprometidos com seus estudos.
|
Ana
Lucia / Arte
|
Problemas
exitem e ninguém, aluno ou professor deve descontar em ninguém,
e se isto acontecer, deve-se ter a decência de saber se desculpar
com o outro, e reconhecer o erro, pois é humano não é mesmo?
Mas se deve cuidar para que isso não se torne uma prática
rotineira.
|
Em
nossa escola a maior forma de violência que percebo e a falta de
respeito ao próximo, a falta de humildade, a maioria quer ser um
melhor que o outro e isso faz com que haja inimizades, embora são
pocas mais a agressão corporal existe, o descaso com professores,
funcionários, pedagogos e até direção.
|
Quando
percebo que alguém está sendo violento a ponto de se pegar eu
interfiro chamo a atenção e encaminho à pedagogia para que
sejam acalmado os ânimos, mas normalmente eu converso com os
envolvidos e tudo se resolve. Para outras formas, como pichar,
peço para limpar, agressões verbais entre colegas mesmo que não
sejam meus alunos eu chamo a atenção para que percebam que o que
estão fazendo não é do bem, mas por muitas vezes falamos várias
vezes e os resultados não acontecem, assim sendo testamos todos
os dias os nossos limites e bom senso para manter a ordem.
|
Procuro
não perder a paciência, pois acredito que não valerá a pena,
temos que dar o exemplo como vimos no vídeo isto é real, somos
adultos e conscientes de nossas atitudes eu procuro tratar todos
com igualdade e com carinho, procuro conversar com o aluno que
muda suas atitudes repentinamente e se eu puder ajudar
orientando-o ou encaminhando o mesmo para quem possa possivelmente
dar-lhe uma maior orientação o faço.
|
Para
enfrentarmos estes problemas podemos trabalhar com assuntos que
fazem parte do nosso cotidiano como reportagens, propagandas,
frases que estimulem a autoestima, debates, palestras,
dramatizações com o tema sugerindo soluções pelos alunos, a
família deve assumir a responsabilidade de cuidar, zelar, dar
amor e carinho, acompanhar seus filhos no seu desenvolvimento
também educacional, estar presente para que se filho se sinta
protegido .
|
Dirlene
/ Química
|
No
meu ver a violência inicia-se desde o pensamento e por muitas
vezes se torna uma ação negativa perante o outro ou a si mesmo.
Nem sempre quem pratica as diversas formas de violência tem noção
de que uma atitude indevida pode causar,hoje percebe-se muito isto
nas redes sociais.
|
Na
escola enfrentamos muitas vezes essa situação, a falta de
respeito com o professor, uso de palavrões, calúnias contra o
professor, bagunças. Frutos da ausência do amor, diálogo e
compreensão dos pais, abandono, violências contra eles. Outras
situações também acontecem como a má companhia e o uso de
drogas.
|
Situações
que são amenizadas através do diálogo entre aluno, professor e
equipe pedagógica.
|
A
sociedade vive um sério problema atualmente, a violência,
presente nas famílias, escolas, ruas e vários lugares. Todos
sofrem com esse mal.
|
|
Filomena
/ Matemática
|
Na
minha concepção violência é tudo o que fere o direito do outro
em todos os aspectos e em todos os lugares. Não é só na escola
que presenciamos a violência, também na sociedade que se tornou
em muitos aspectos permissiva e como vimos pelos textos não só
no nosso país, mas em todos os lugares do planeta.
|
Em
nossa escola após tantos anos, o que posso falar do que
presenciei é que a violência existe, mas mais entre os alunos na
questão de brigas seja física ou através de palavras e também
quando não há respeito pelo professor, a violência verbal que
às vezes se torna mais dolorida que a física.
|
Ainda
considero a conscientização através do diálogo a única forma
que temos a nosso favor. Tento trabalhar a questão do respeito ao
outro, os valores que devem ter sido trazidos de casa, isto é da
família.
|
Tenho
certeza que o comportamento do professor interfere na relação
aluno-professor e temos visto alguns casos.
|
Não
é fácil reduzir os índices de violência. Atualmente é uma
tarefa árdua, pois muitas vezes não se tem apoio da família e
por não dizer dos órgãos competentes. Na atual situação como
amenizar a violência só através da conscientização e da maior
participação da família, porque a violência é um reflexo da
sociedade.
|
Jorge
/ Informática
|
Toda
norma violada entende-se como uma transgressão da ordem e das
regras da vida em sociedade. É o atentado direto, físico contra
a pessoa cuja vida, saúde e integridade física ou liberdade
individual são violados desrespeitando os direitos dos outros.
|
A
mais comum de todas é a agressão verbal, no qual os alunos
adotam de forma passiva no seu vocabulário, entendendo-se como
“normal” estes palavreados. Este tipo de comunicação
negativa, muitas vezes leva à agressões físicas pela não
compreensão de uma comunicação adequada.
|
As
atitudes negativas devem ser reprendidas com cautela, para evitar
atritos desnecessários e desviantes na relação existentes no
meio de ensino. Deve-se levar o aluno a refletir pelos seus atos
negativos e orientando-o com exemplos positivos mostrando a
realidade e importância para uma sociedade a qual ele futuramente
será responsável de construí-la.
|
A
interferência negativa se dá pelo prof., quando age com atitudes
equivocadas e cientes , muitas vezes se repetindo no ambiente
escolar, pois os alunos de imediato percebem. A influência
positiva são os atos que menos são percebidos pelos alunos, mas
os que mais devem ser reforçados e repetidos ao longo do ensino.
|
Há
possibilidades de reduzir índices de violência em nossa escola?
Como? Qual o papel da família?
A possibilidade sempre existe, porém é tediosa, pois muito se fala, pouco se faz, e o pouco se faz, às vezes leva um bom tempo para surtir efeito e trazendo pouco resultado. Essa construção é longa e deve ser persistente, tentando envolver o máximo de circunstâncias que estão diretamente ou indiretamente ligadas no âmbito escolar, envolvendo o aluno. |
Angélica
/ Matemática
|
Violência
é todo ato de agressão imposto a outra pessoa, seja verbal
,física ou psicológica.
Infelizmente
a violência é um grande problema na atualidade que vivemos, ela
está em todas as áreas ,ambientes e níveis da sociedade.
|
Quais
são as atitudes violentas que você percebe na rotina de nossa
escola?
A falta de respeito e a agressão verbal são os pontos principais ,pois normalmente é a partir delas que se instauram outros tipos de violência (a física ,prática de bullying,a depredação do patrimônio etc.) |
Primeiramente
tentar contornar a situação usando o diálogo e uma conversa de
conscientização, pois os alunos agem de forma impulsiva e
imatura. É preciso ser ponderado e ao mesmo tempo firme ,pois é
de responsabilidade do professor manter o bom ambiente em sala e
contornar as situações tensas.
|
Essa
é uma relação complexa.Com certeza o comportamento do professor
é fundamental na dinâmica da sala de aula , mas o ambiente
escolar é um trabalho que depende dos dois lados envolvidos: os
alunos e os professores.O papel e as obrigações do professor são
bem definidos e há a necessidade do aluno também cumprir o seu
papel e suas obrigações.
|
Sim,
sempre há possibilidades. Mas há a necessidade que os PAIS
assumam uma responsabilidade maior e real na educação de seus
filhos .Acho que está havendo uma grande lacuna nas obrigações,
parece que outras prioridades estão sendo colocadas acima dos
verdadeiros valores que os pais deveriam dar aos filhos.
|
Cassio
/ Ed. Física
|
A
violência é qualquer tipo de privação dos direitos do outro ou
contra si mesmo.
|
Na
Escola a violência aparece de várias formas, muitas delas são
reflexo da sociedade em que vivemos. O bullying é uma das formas
de violência que vem sendo combatida principalmente nos últimos
anos e é alvo de debates, pesquisas e ações preventivas.
|
Em
nosso Colégio fico perplexo ao ver no registro das câmeras cenas
de destruição do patrimônio, como aconteceu com alunos de 6°
ao 9°ano, destruindo uma mesa de Ping pong. Alguns pais vendo a
ação de vandalismo de seus filhos ainda tentam justificar o
injustificável e dão força para situações que se agravarão
cada vez mais. Educação começa em casa, continua na escola e na
vida.
|
O
que observo e fico muito preocupado é a banalização da
violência com brigas onde alunos chegam a filmar e divulgar na
internet, principalmente nas redes sociais e destas muitas delas
envolvendo meninas.
|
Acredito
que por mais que os professores, funcionários, direção se
esforcem com projetos e medidas preventivas, apenas vamos ter
melhores resultados quando as leis forem mais rápidas e
eficientes contra aqueles que praticam a violência, inclusive
perdendo o direito a Escola Pública e gratuita caso não se
submeta as regras de convivência nela estabelecidos.
|
Fabíola
/ Pedagoga
|
Na
minha concepção violência é todo ato de desrespeito contra uma
outra pessoa, seja desrespeito verbal, gestual ou com atitudes
impensadas.
|
Vejo
um grande número de violência não formal, como “responder
professores”, discussões com colegas, falta de respeito com
professores e colegas, entre outros. Mas isso cabe a família a
conscientizar cada filho a tomar atitudes corretas e pensantes
para que possam ser cidadãos educados e com atitudes que
respeitem a integridade do próximo.
|
Entre
outros trabalhos de conscientização e dinâmicas de respeito
mútuo, onde isso se torne uma medida de influência e atitude dos
alunos perante seus colegas, professores e funcionários.
|
Em
nossa escola não vejo um número grande de violência grave, tipo
agressão e vandalismo e bullying, mas ainda podemos fazer
trabalhos de conscientização para prevenir e organizar ainda
mais nossa escola, como por exemplo, palestras para os alunos
mostrando como era nossa escola antigamente onde não era tão bem
conservada e como ela está conservada, bonita e organizada.
|
Teremos
uma escola mais digna e socialmente democrática onde todos se
respeitem e reduza ainda mais os índices de violência que nela
existam.
E a escola cabe fortalecer essa educação que deveria sair dos princípios familiares. |
Vera
/ Biologia
|
A
violência é um problema social e presente em nossas escolas, no
mundo com a violência estampada nas ruas, em casa, na mídia e
outros, nos levam perder a credibilidade em uma sociedade justa e
pacífica.
|
O
que percebo em sala de aula, a violência maior é a falta de
respeito com professores e entre os próprios alunos; também a
violência que muitas vezes os alunos cometem a si mesmos e nem
percebem é quando ficam felizes com aulas vagas, quando não
querem aprender determinados conteúdos ou vêm para a aula para
colocar o “papo” em dia.
|
A
escola incorpora e reflete os aspectos da sociedade.
|
Mais
do que nunca nossas ações como educadores devem ser de respeito,
educação e integração com todos os envolvidos no processo
educativo.
|
De
forma organizada buscar estratégias para superarmos a violência
em todos os seus âmbitos.
|
Marta
/ Português
|
Na
minha concepção violência é a transgressão às normas que
norteiam a nossa sociedade(chavão? Pode ser, porém é o que
aprendemos e tentamos seguir), como mostra o vídeo o papel
principal é sempre de um adulto, sendo imitado por uma criança.
|
Já
presenciei agressões físicas e verbais em nosso colégio, no
entanto, sabemos que por trás de todas as reações, exstem
fatos, razões, muitas vezes escondidas dentro dos núcleos
familiares e prontas para que com a primeira fagulha explodam,
chamuscando todos que estiverem em volta, pois naquele momento, o
importante é pôr para fora, desabafar. Li um comentário de uma
família que relembrou o nosso ditado popular: “educação vem
de berço”, isso quer dizer que temos famílias preocupadas,
conscientes, que conversam, resolvem ou pelo menos tentam resolver
seus problemas, o que para nós é muito bom, porque facilitam a
nossa convivência diária com seus filhos.
|
Não
sou hipócrita, sou mãe e professora, tenho minhas falhas, sou
humana, passível de erros e acertos, todavia sempre que errei
pedi desculpas, foram aceitas e seguimos em frente.
|
Também
já recebi alguns pedidos de desculpas e eles sabem que podem
contar com o meu apoio, desde que sintonizem a minha
palavra-chave: sinceridade.
|
O
Zardo está no caminho certo, teorias? Exstem várias. Práticas?
Existe o Zardo. Participei de três ou mais situações que
comprovam o que estou relatando.
|
Elias
/ Física
|
Violência
são todas as ações que machucam as pessoas de alguma forma,
sendo com palavras, agressões e injustiças sociais.
Achei
interessante, pois o mesmo apoia a ênfase nos conteúdos o que
parece estar meio fora de moda ultimamente, sendo que a escola
atual parece mais um parque de diversões, aonde os alunos vão
para passar o tempo e se divertir e o professor faz o papel de
palhaço, pois tem que fazer malabarismos para conservar o aluno
em sala de aula, evitar a evasão, prender a atenção do aluno,
encontrar novas formas de dar aula, etc. Tudo para divertir o
cliente.
|
Podemos
perceber violências físicas, como brigas e brincadeiras brutas.
Violência contra o patrimônio público, violência moral, como
desrespeito aos colegas e aos professores.
|
Podemos
fazer pouco a respeito da violência, pois não temos autoridade
para tal e pelo visto ninguém tem, mas o que podemos fazer é:
chamar a atenção dos mesmos para que se comportem e quando o
objetivo não é atingido, temos que pedir ajuda aos pedagogos .
|
Creio
que o comportamento do professor seve de exemplo para alguns
alunos, mas na sociedade brasileira o mau exemplo é dominante ,
tanto o de “autoridades” como o de pessoas comum. Portanto
nossa influência é pequena.
|
Possibilidade
há, mas todas envolvem aplicação de recursos aos quais a escola
não tem muito acesso , poderia aumentar o número de câmeras de
vigilância, colocação de inspetores, etc. Cabe a família
educar seus filhos para que os mesmos não sejam violentos.
|
Simone
/ Pedagoga
|
Violência
para mim é simplesmente causar mal a alguém, seja ele físico,
verbal, seja ele do tipo que for, ou seja a prática do mal.
Seria isso muito sentimentalismo?! Penso que, realmente é isso. Pois a falta de bons sentimentos e valores humanos entre nós, ou como é mais comum ouvirmos falar, "a sociedade", porém sempre esquecendo de se incluir. O que não deixa de ser irônico, sendo que a INCLUSÃO está em alta não é mesmo? Enfim, essa falta, define muito bem a violência que se constrói no dia a dia de nossas escolas. |
As
atitudes de violência na escola vão desde a falta de autoestima
dos alunos, até os tapas e chutes entre colegas.
|
A
ação chave seria combater todo tipo de violência com o simples
bom exemplo, que na realidade não vem sendo tão simples assim,
algumas vezes até mesmo complicado. Porém, jamais impossível.O
bom exemplo é fundamental para embasar qualquer proposta de
PACIFICAÇÃO no ambiente da educação.
|
As
possibilidades de conduzirmos a redução dos índices de
violência, devem ocupar nossas mentes de educadores, pois embora
não dependam apenas de nossas atitudes, encontram nestas muito
potencial de vitória.
|
O
que exige no entanto, o encontro de um CONSENSO DE AÇÃO no grupo
de cada escola. Deixando de lado o individualismo, para pensar e
agir no coletivo. Todos tem ótimas ideias, mas sempre existe
entre estas, a mais adequada a cada situação, e ambiente.
A partir de um trabalho docente efetivamente em consenso, aí então teremos um novo percurso a galgar, o consenso familiar. E AÍ VAMOS NÓS! |
Michele
/ Pedagoga
|
é
difícil elencar e até mesmo conceituar um único tipo de
violência. Comumente temos o senso comum de associá-la a
questões de ordem física e corporal, que deixariam marcas
visíveis. A meu ver, a maior violência é a simbólica, que
perpassa invisivelmente e está presente nas ações da escola, na
relação professor e aluno, isto é, na gestão escolar como um
todo.
|
Numa
sociedade do fetiche, do prazer imediato, em que o professor
muitas vezes pode ser o agressor e a vítima da ação violenta,
realmente é muito difícil estabelecer quais atitudes seriam mais
acertadas diante deste complexo fato. Primeiramente, temos que ter
em mente e aceitar, que a violência está presente no universo
escolar, de forma contraditória e muitas vezes invisível.
Aceitá-la seria a primeira atitude. Segundo, combatê-la com
saber e deixando claro que a função da escola, para além de
reprodutora social, é primordialmente de construção do
conhecimento, por meio do ensino e aprendizagem.
|
O
comportamento do professor e dos alunos são influenciáveis
devido à relação e interação existentes ao ato de ensino e
aprendizagem. Quando um professor entra numa sala indisciplinada e
ou se depara com alunos apáticos, desinteressados, numa apologia
do prazer social, tendo disponível fácil tecnologia do celular,
por exemplo, pode reagir de diversas maneiras: simplesmente seguir
o seu planejamento e ser omisso a situação; pode agir com
violência simbólica com os alunos, os pressionando a desligar o
aparelho, a prestar a atenção, com gritos ou falando da nota das
provas; e ainda, tentar interferir no fato pela conscientização,
pela retomada dos valores morais, pelo diálogo e interação com
a turma, criando o vínculo entre professor e aluno.
|
Sem
dúvida, este terceiro ponto, não é um trabalho fácil e deve
ser contínuo, da busca do professor pelo respeito dos alunos,
pela conscientização da importância significativa de aprender
determinado conteúdo e pela sensibilidade do olhar que tal
profissional acaba dispensando aos discentes.
|
A
família passa a ajudar a escola quando estabelece o diálogo com
o filho e o acompanhando em sua trajetória escolar, dando apoio e
fazendo cobranças para o bom aproveitamento escolar do mesmo.
|
Damasceno
/ História
|
Violência
a meu ver é expor, invadir o espaço alheio, não respeitar o
direito do outro, não ser ético na profissão, denegrir a imagem
de alguém e tantas outras manifestações corriqueiras, que de
tão corriqueiras já passam despercebidas (o caso da visita
técnica de ontem é um exemplo).
|
Na
escola ocorrem muitas situações de violência. Alunos ríspidos
com colegas e cada vez mais com professores, funcionários,
pedagogos e até diretores (já ocorreu comigo).
|
Professores
também podem protagonizar situações de violência em relação
aos alunos: fugir da responsabilidade, não agir, não acatar
orientações, omitir-se diante de situações...diretores também
podem incorrer em situações de violência sendo truculentos e
incompreensíveis com os demais integrantes da comunidade escolar.
|
O
profissional sério, comprometido, que tem postura compatível a
sua função e responsabilidades deve, em primeiro plano, não
incorrer em tais erros e se ocorrer alguma situação que o
envolva ou envolva alguém sob sua responsabilidade agir
firmemente, desempenhando seu papel de orientar, exortar e até
punir regimentalmente, se necessário.
|
A
sociedade moderna é pródiga em propiciar tais fatores. Penso e
me preocupo a bastante tempo com a questão do nivelamento
abordada no segundo texto. É uma preocupação constante para nós
educadores ver a educação decair e os níveis de exigência
baixarem cada vez mais, prejudicando os alunos comprometidos e
responsáveis, conforme força à “mediocrização” das aulas
e práticas, visando, conforme se lê no texto, promover a
inclusão, o entendimento e o alcance dos objetivos por todos
(índices de aprovação).
|
Tatiana
/ Física
|
O
grande problema é que a violência tem se tornado grande e de
proporções inaceitáveis.
Brigas,
agressões físicas, enfim, sempre existiram.
|
O
que não existia antes e, que hoje tornou comum é que os jovens
depredam a nossa escola, quebram os ventiladores, portas, vidros,
enfim, tudo que é possível destruir, e isto também é uma forma
de violência e não apenas brigas enter eles,são muitos os
relatos de violência extrema no interior das escolas.
|
Os
professores estão angustiados, com medo, nunca se sabe o que pode
acontecer no cotidiano escolar, os pais, preocupados.
|
Não
quero dizer com isso que antes não existia violência.
Por
isso, a urgência de se tratar a violência na escola como um
trabalho de equipe quanto ao que estamos fazendo hoje e para o
futuro.
|
Para
isso, é preciso diálogo e propor um novo projeto no qual o bem
de todos esteja realmente em vista.
|
Vagna
/ Biologia
|
Atualmente
é visível a manifestação da violência na sociedade, em um
país que vive em pé de desigualdade extrema como o Brasil. O que
se observa dentro das escolas é fruto dessa desigualdade, a qual,
se fortalece com o desemprego, levando famílias a passar mais
tempo do que o esperado longe de seus filhos. Gerando assim
frouxidão das regras dos compromissos. Entretanto, na tentativa
de justificar a ausência da família, dos progenitores a
permissividade em tudo, tem formado indivíduos que só procuram
saber de seus direitos. Quando se deparam com seus deveres,
cobrança e compromissos se perdem na gestão dos mesmos e reagem
de tal modo, com agressividade, com violência. De tanto permitir,
perdeu-se a autoridade o respeito e o sentido do não. É fácil
ver no ambiente escolar adolescentes cometendo deslizes que se
caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações,
bulling e furtos, sem nenhuma causa aparente que justifique tais
ações ou comportamentos.
|
No
ambiente escolar são inúmeras as vezes que nós professores só
entendemos o comportamento do aluno assim que conhecemos seus
pais, muitas vezes a agressividade é visível deixando claro que
não só os alunos são vitimas da violência, mas também suas
famílias. O aluno, além de reproduzi-la, pode reagir através de
uma mudança brusca de comportamento. Falta de atenção, baixa
autoestima, variação de humor e agressividade são alguns
sinais. Todavia, apesar da violência ocorrer dentro das escolas,
não é gerada pela escola em si, mas por fatores externos, como
famílias desestruturadas, drogas, conflitos sociais etc.
|
Dessa
forma, se faz necessário identificar os tipos de violência
sofridos pelo aluno, para melhor compreender seus reflexos no
ambiente escolar. Se por um lado as formas aparentes da violência
são de fácil percepção, por outro, são as psicológicas
ocasionadas por ameaças, humilhações, intimidações, rejeição
e desrespeito, nem sempre são percebidas e muitas vezes podem ser
ainda mais graves. Fato este que acabam gerando acertos de
diferenças no espaço escolar (brigas).
|
A
escola busca participar da formação do aluno, trabalha para a
conscientização da comunidade escolar e não escolar sobre as
formas da violência e suas consequências na vida do indivíduo,
(isso nossa escola já busca realizar com reuniões, conversas com
pequenos grupos e individual, comunicados aos responsáveis
etc...) bem como oferecer condições de análise quanto à
influência dos inúmeros fatores de violência externos que
refletem no comportamento dos alunos na vida escolar.
|
Desta
maneira, fornecer subsídios para que os educadores identifiquem e
busquem minimizar ou solucionar os mesmos, constituindo assim,
outras pretensões.
|
João
Braga / Filosofia
|
Penso
que, quando se trata do tema "Violência", deveríamos
oportunizar mais tempo, e de forma sistematizada, discutirmos
outras vezes, com os nossos próprios educandos. Claro que a
postura dos nossos dirigentes escolares, têm sido exemplar, mas a
nossa Comunidade carece de mais reflexões.
|
Em
nosso cotitdano, nos deparamos com atitudes violentas, o tempo
todo. Creio que não são apenas o ambiente que refletem tal
comportamento. São frutos de um comportamento gerado desde a
(VIU), (vida intra uterina), onde fomos "castigados"
pelas frustrações de nossos pais. Este é apenas um aspecto.
|
Penso
que existe diferença entre tolerância e permissividade. A
primeira, quase sempre praticada tanto por alunos quanto por
professores. A segunda, somente professores. Ser tolerante, é uma
atitude nobre, ser permissivo é uma prática condenada pela
maioria dos educandos. Como diz o texto, há muitas causas da
violência, o filme reforça que a atitude violênta das crianças
é apenas a "sombra" refletida dos adultos.
|
Creio
que é possível "universalizar" a paz , tornarmos
"multiplicadores" de atitudes pacíficas, quando
praticarmos com serenidade "atitudes que gerem a paz".
|
Para
finalizar, a ideia utópica de que possamos ser "gerenciadores
da Paz" é possível, quando nos conscientizarmos de que é
preciso RIGOR no ato de educar, mas ao mesmo tempo, AMOR no ato de
corrigir.
|
Marcos
/ Filosofia
|
É
claro que, para entendermos as origens da violência,
encontraremos inúmeras explicações e opiniões. Da desigualdade
social até a tendência natural do ser humano para a
agressividade.
|
Em
se tratando de exemplos, fiica mais uma pergunta, os pais e
professores sabem quem são as referências dos jovens? Com raras
exceções, serão sempre pessoas com grande projeção na mídia,
como cantores, atores, esportistas e modelos ou aquele elemento do
seu grupo, que aparenta ter mais influência e força . Para isso
é passado a todo momento, que eles só serão felizes se tiverem
os “símbolos de sucesso” da atual sociedade pós moderna,
carros, roupas, celulares, viagens e amor (passageiro, de ocasião
e egoísta). Com certeza os pais e professores serão sempre os
últimos a serem “imitados”.
|
Acredito
que quando houver uma educação que não vise exclusivamente,
entupir a mente dos jovens com conteúdos e mais conteúdos e se
preocupe em primeiro lugar, de formar cidadãos responsáveis,
teremos a possibilidade de reduzir a violência. Não esquecendo é
claro, da coparticipação do família e do Estado.
Nenhuma
ação pode surtir efeito se não houver prevenção e educação,
não apenas por uma instituição em particular, mas englobar a
família, a segurança pública e a escola.
Creio que as câmeras podem sim, ajudar a coibir a violência, mas se o indivíduo não desenvolver seu próprio senso moral, na primeira oportunidade, ele cometerá um delito. É claro que estamos falando de pessoas com uma má índole, ou seja, uma tendência de quebrar indiscriminadamente, regras e costumes sociais, que foram estabelecidas justamente para proteger a todos sem exceção. |
Nós
professores somos construtores de pontes. Pontes por onde circulam
mentes que, ao adquirirem mais conhecimento, adquirem mais
responsabilidade por si mesmos e por todos a sua volta.
O
jovem precisa entender que, para que aja um mínimo de convivência
é preciso haver um pacto ou contrato social, estabelecidos para
que haja convivência e respeito mútuos. Se essas regras forem
desrespeitadas, será necessário uma reparação e
consequentemente, uma penalização.
|
É
preciso que nasça uma nova escola, pois seu papel deve ser
repensado, uma escola cidadã que forme pessoas de bem. Essas
pessoas serão profissionais do futuro, com muito mais ética e
respeito e possam exercer seus cargos com mais consciência.
|
Carmen
/ Inglês
|
Infelizmente
o que percebemos atualmente é que a violência está tão
presente no nosso cotidiano que se tornou "normal",
banalizada.
|
O
desrespeito entre os próprios alunos, com xingamentos e agressões
físicas é para a maioria deles totalmente normal. A falta de
sensibilidade, falta de companheirismo impera nas salas de aula.
Só se percebe união na hora de encobrir atos errados cometidos
por alunos que não são bons exemplos, digamos assim.
|
Um
fato que me sensibilizou e demonstra a falta de respeito e
violência simbólica, como denominado em um dos textos, foi a
falta de solidariedade que percebi dentro de sala de aula,onde um
aluno havia sofrido uma perda familiar irreparável, das piores
que uma criança poderia sofrer... e logo quando voltou a
frequentar as aulas além de não ver nenhum gesto de apoio dos
colegas, o que vi foi o menino sendo xingado, criticado,
simplesmente por ser um excelente aluno e fazer tudo certo.
É normal percebermos bons alunos sendo pressionados, mesmo que indiretamente, por outros a se sentirem "culpados" por serem corretos e esforçados, como se o normal fosse ser incorreto, irresponsável e desinteressado. |
Os
alunos, com exceções é claro, chegam de casa com maus exemplos,
muitas vezes de familiares e de pessoas do seu convívio fora do
ambiente escolar.
|
A
escola apesar de ser uma fonte formadora de opinião, não
consegue transformar caráter e modificar valores que já estão
enraizados nas mentes dos alunos, então o resultado
lamentavelmente é esse que vemos, o império do desrespeito.
|
Mario
/ Espanhol
|
A
maioria dos nossos alunos são bons! Porém, têm medo de
envolver-se, de tomar posições, compromissos que os levariam a
ir contra a maré de indiferença, e assim impedir e acuar aqueles
que querem delinqüir,
|
pichando,
vendendo ou consumindo drogas, depredando o patrimônio escolar,
ou enfrentando o(a) professor(a) quando este(a) cobra com mais
firmeza as lições, os trabalhos ou posturas escolares.
|
Creio
que estamos no caminho certo. Chamar as famílias, conversar com
os estudantes, colocar frases motivacionais nos murais das salas,
debater sobre os conflitos e as crises e a colocação das câmeras
para inibir algumas coisas, tenho certeza que estão produzindo
seus frutos.
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Se
a sociedade está em crise de valores, a família também está.
Nossas escolas apenas são um pobre reflexo de todo este
caleidoscópio.
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Falta
motivar os bons alunos, os bons professores, os bons funcionários,
toda gente boa, a descruzar os braços!
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Marilise
/ Arte
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Será
que os casos de violência nas escolas aumentou nas últimas
décadas ou ela sempre existiu e agora está mais em pauta? Uma
coisa é certa, não é na escola que a violência nasce. E também
não é a escola que vai acabar com a violência das ruas...Ela
nasce em casa, nas ruas, nos clubes, no trânsito etc etc.. Ela
também não vai acabar na escola.
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A
desagregação social, a exclusão, as drogas, o abandono
familiar, a liberdade desassitida, a falta de perspectiva no
futuro, estão tornando as pessoas e os alunos violentos demais. A
própria sociedade está mais violenta. Hoje mata-se por qualquer
coisa e há uma certa banalização da vida, grande parte por
culpa da mídia que nos bombardeiam com casos extremos a todo
instante, e de maneira sensacionalista.
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A
escola até tenta fazer com que os alunos sejam menos violentos,
mas fracassa porque o papel da escola é outro,no meu entender.
Dentro de sala de aula, podemos perceber que todos falam ao mesmo tempo! é difícil estabelecer um diálogo numa aula normal em que quando um fala, os outros prestem a atenção e esperem sua vez para falar. E seria justamente por aí que deveríamos iniciar, pelo respeito ao outro quando este está falando. Pelo diálogo. Mas isso é utopico. |
É
claro que os professores devem sempre ter em mente que certas
atitudes( uma repreensão, uma chamada de atenção, uma cobrança
mais contundente, um grito por silêncio depois de perder a
paciência) podem gerar ( um tipo) de violência, mas são
momentos que fazem parte e certamente não tornarão mais ou menos
violentos os alunos que já o são. Existem turmas incontroláveis
que só te ouvem se você der uma basta ( bem sonoro) pra depois
começar a falar(com calma).
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Vivemos
numa complexidade de valores( Edgar Morin), atitudes, opiniões
que fazem com que pensemos até em questionar até que ponto a
violência não vem da própria família... repetimos sem cessar
que a falta de família estruturada faz com que um indivíduo,
dentre outras coisas, torne-se mais violento. Mas não podemos
descartar a hipótese de que às vezes a violência vem do seio da
própria família. Não estamos lá o tempo todo pra saber qual
núcleo familiar é violento ou não. E às vezes o aluno mora
somente com uma avó ou uma tia ( não é uma família nuclear) e
não é violento, ou não tem atitudes violentas, não te
desrespeita.
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Margarete
/ Química
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Sou
contra a permissividade, o "trabalhinho" para o aluno
que faltou e não se interessou pela sua frequência às aulas.
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O
sistema é permissivo, nós permitimos a "frouxidão e
permissividade".
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Compactuamos
com a mediocridade do ensino. Então, quando uma estagiária
injeta café com leite ao invés de medicamentos, nos
horrorizamos. Este é o resultado final da permissividade, do
nivelamento "por baixo".
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Sabe-se que a violência
escolar tem numerosas causas e consequências e analisar tais
questões contribui para conhecer e interrogar ainda mais, buscando
alternativas de ação no cotidiano da escola. Como se pode perceber,
a construção de uma visão crítica sobre o fenômeno da violência
mostra-se fundamental, na medida em que permeia todas as relações
sociais, em que são profundamente afetados os membros da comunidade
escolar, como, por exemplo, alunos, professores, diretores e pais.
A violência no cotidiano
da escola associar-se-ia, segundo Debarbieux (apud ABRAMOVAY, 2002),
a três dimensões sócio organizacionais distintas:
1.
Degradação no ambiente escolar
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Manifesta-se
quando há grande dificuldade de gestão da escola, resultando em
estruturas deficientes.
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2.
Violência
de fora para dentro da escola
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Manifesta-se
por intermédio da penetração das gangues, do tráfico de drogas
e da visibilidade crescente da exclusão social na comunidade
escolar.
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3.
Componente
interno da escola
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Manifesta-se
quando as relações que ocorrem dentro da escola contribuem para
ações destrutivas e discriminatórias.
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Há escolas que,
historicamente, têm-se mostrado violentas e outras que passam por
situações de violência. É possível observar a presença de
escolas seguras em bairros ou áreas reconhecidamente violentas, e
vice-versa, sugerindo que não há determinismos nem fatalidades,
mesmo em períodos e áreas caracterizadas por exclusões, o que
garante que ações ou reações localizadas sejam possíveis.
O Colégio Zardo situa-se
em região que vem se mostrando mais violenta nos últimos anos,
porém, por iniciativa da Direção e Equipe Escolar, as ações
implementadas no interior da escola vem resultando em melhorias no
espaço físico e nos ajustes nas relações do cotidiano. Com isso,
alguns índices de depredação, pichação, destruição do
patrimônio e, mesmo, de desrespeito e brigas diminuíram. Porém,
ainda aparecem situações graves desses problemas.
As medidas contra as
violências na escola, de acordo com Abromovay (2000) partem de três
premissas gerais:
1. Realizar
diagnósticos e pesquisas para conhecer o fenômeno em sua
concretude
2. Legitimação
pelos atores/sujeitos envolvidos, o que pressupõe a participação
da comunidade escolar
3. Fazer um
monitoramento permanente das ações na escola
Tem-se, também, como
premissa que, cada vez mais, a prevenção e erradicação das
violências na escola exigem relacionar conhecimento sensível,
ético, valorização do jovem, criação de um clima agradável e
participativo, com conhecimento especializado e transdisciplinar, bem
como análises sobre segurança pública, segurança escolar.
Esse Fórum, certamente,
contribuiu para melhor conhecimento do assunto e possibilitou que os
professores se sentissem mais incluídos num coletivo de discussão,
e não sozinho no enfrentamento da séria questão que é a
Violência.
4. Considerações
finais
Atualmente, são grandes
os desafios que os professores encontram no cotidiano da escola,
sendo a Violência um deles. Questões de cunho familiar e social
entram na escola e, muitas vezes tomam conta do tempo e das ações
que nela se concretizam.
Ante a isso,
compreende-se que quando a escola é organizada, bem cuidada, com
regras claras de comportamento, com segurança no seu exterior e
interior, onde existe um clima de entendimento, valorização dos
alunos e dos professores, diálogo, sentimento de pertencimento e
poder de negociação entre os diferentes atores, existe então
possibilidades para mudar situações críticas. Assim como cultivar
os vínculos com a comunidade e ainda contar com a participação
ativa dos pais dos alunos pode tornar a escola um espaço mais seguro
e novamente respeitado na sociedade.
Construir uma unidade em
prol da melhoria da Instituição, como o engajamento dos
professores, é uma ótima alternativa para compreender problemáticas
sociais como a Violência e, com isso, impedir que se instale e
transforme negativamente o espaço educativo da escola.
Estudar e analisar o
problema, por meio de uma reflexão crítica, de modo coletivo, é
uma ação na qual os docentes podem se debruçar e, a partir disso,
buscar soluções viáveis e implementar ações pedagógicas que
construam um ambiente saudável e possível.
5. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVAY,
M. Escola e violência. Brasília: UNESCO, 2002.
______.
et alli. Guangues , galeras, chegados e rappers. Rio de Janeiro:
Garamond, 1999.
BOURDIEU,
P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
CHARLOT,
B.; ÉMIN, J. C. (Coords.). Violences à l'école - état des
savoirs. Paris: Masson & Armand Colin Èditeurs, 1997.
COLOMBIER,
C.;
MANGEL, G.; PERDRIAULT, M. A violência na escola. São Paulo:
Summus, 1989.
GUIMARÃES,
E. Escola, galeras e narcotráfico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
PERALVA,
A. Violência e o paradoxo brasileiro: democracia. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2000.
SILVA
FILHO, R. L. L. A escola hoje e os alunos que não aprendem. Folha de
São Paulo: São Paulo, 23 out 2012.
ZALUAR,
A. (org). Violência e educação. São Paulo: Cortez, 1992