Alexandro Muhlstedt
INTRODUÇÃO
O presente documento é
resultado dos estudos empreendidos por um grupo de professores do
Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, de Curitiba, por meio do
Grupo de Estudos semi presencial, ofertado pela Secretaria de Estado
da Educação (SEED) e organizado pelo Departamento da Diversidade.
Trata-se
de estudos sobre a temática Gênero e Diversidade Sexual.
A
sexualidade humana sempre foi abordada com receios e certo rigor
impostos pelos moldes sociais. No entanto, trata-se de algo inerente
ao ser humano, o que implica necessariamente pensar na diversidade
sexual e mesmo utopicamente pensar nos princípios de igualdade, de
liberdade e de fraternidade, preceitos básicos para a convivência
em sociedade, advindos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948) e dos valores da democracia, assegurados pela Constituição
Federal de 1988.
Em uma
sociedade marcada pela heterogeneidade e pela diversidade de
identidades de gênero e sexuais, pode-se
voltar o olhar se volta para a escola,
considerando-a um ambiente profícuo para a equidade de gênero e
para a diversidade sexual. O
que nem sempre ocorre, pois ainda se
observa uma prática pedagógica que tem
como suporte norteador valores socioculturais baseados em uma cultura
heteronormativa. Esse posicionamento alija
aqueles que são considerados por ela como “anormais”, como é o
caso dos jovens homossexuais no espaço escolar.
Assim,
estudar gênero e diversidade sexual na escola deve ter como mote
fazer emergir reflexões sobre as
práticas existentes no ensino e na
formação de professores.
1.
Justificativa
Nos
últimos anos, vivemos um "boom"
de
quebra de paradigmas, ideologias, mudanças de comportamentos, que
não deixam mais que minorias excluídas fiquem caladas. Mesmo assim,
ainda é muito delicada a abordagem de comportamentos com relação a
temática de
gênero e diversidade
sexual. Isso ocorre porque, dependendo de como o professor aborda (e
quanto a isso, o professor deve estar muito bem preparado, tanto
emocional como juridicamente) muitos pais podem pensar
que este estaria
interferindo na sexualidade de seus filhos. Algum comentário mal
colocado, alguma opinião pessoal do professor pode vir a desencadear
questionamentos de toda ordem, ameaças, processos, etc. Assim,
se
o
assunto será abordado na aula, temos
que deixar que eles (os alunos) falem.
Sendo
um
assunto delicado, porque lida
com a intimidade da
pessoa, envolve
questões emocionais,
histórias,
valores, sentimentos. É essencial trabalhar o tema em sala porque um
dos objetivos do trabalho com o aluno é ensiná-los a
serem mais justos
e compreensíveis, dentro de uma sociedade que é bastante “cruel”
e desumana.
Segundo
Louro (2000,
p. 81) trabalhar
a temática da diversidade
sexual
na escola é
compreender que
“...a presença da sexualidade independe da intenção manifesta ou
dos discursos explícitos, da existência ou não de uma disciplina
de Educação Sexual, da inclusão ou não desses assuntos nos
regimentos escolares. A sexualidade está na escola porque ela faz
parte dos sujeitos, ela não é algo que possa ser desligado ou algo
do qual alguém possa se 'despir'.”
Outro
motivo é contribuir
para que os alunos desenvolvam atitudes não preconceituosos
em
relação quem
é diferente (deles), seja com relação à cor, sexo, etnia,
religião, etc.., compreender
que
tudo passa pela tolerância e intolerância. Nesse
aspecto, percebe-se
que existe
um certo
medo da “contaminação”, do “ensinamento da homossexualidade”.
Porém,
isso
explicita justamente
o fato de que a condenação dos gays é feita essencialmente por
aqueles que desconhecem o assunto, e se
recusam
a
conhecê-lo.
Esquecem
que conhecer
para respeitar é fundamental.
É
preciso, então,
valorizar as diversidades, evitando “reduzir o multiculturalismo a
uma questão de informação” (SILVA, 2000, p. 106), incluindo
nessa
proposta as identidades de gênero e sexuais, uma vez que
diferentes
currículos produzem diferentes pessoas, mas naturalmente essas
diferenças não são meras diferenças individuais, mas diferenças
sociais, ligadas à classe, à raça, ao gênero. Dessa forma, uma
história do currículo não deve ser focalizada apenas no currículo
em si, mas também no currículo como fator de produção de sujeitos
dotados de classe, raça, gênero. Nessa perspectiva, o currículo
deve ser visto não apenas como a expressão ou a representação ou
o reflexo de interesses sociais determinados, mas também como
produzindo identidades e subjetividades sociais determinadas. O
currículo não apenas representa, ele faz. É preciso reconhecer que
a inclusão ou a exclusão no currículo tem conexões com a inclusão
ou exclusão na sociedade (SILVA, 2011, p.10).
Quando
na
mídia o assunto homossexualidade é
transformado
numa consequência da (má) educação, ou da falta de afeto, com
"falas" de que se trata de um fator de moda, externo,
imposto ao indivíduo frágil e influenciável, é negar que uma
pessoa possa expressar por si própria a atração por outros do
mesmo sexo. Por isso mesmo, os
educadores devem conhecer, respeitar e tratar do tema à luz dos
direitos humanos, como forma de expressão e liberdade. Afinal,
a
escola também é um espaço fundamental de construção de novas
práticas e atitudes, além de ser o lugar de socialização
de conhecimentos científicos e técnicos (que orientam, junto com a
família e outros espaços e agentes, o comportamento social). Até
porque
escola é um ponto privilegiado para trabalhar a diversidade da
cultura humana e os valores éticos de respeito ao outro.
2.
Problemática
Britzman
(1996)
lembra alguns dos medos que assombram educadores e educadoras
profissionais, pais e mães ao lidar com questões da sexualidade. Um
deles é supor que falar sobre homossexualidade pode levar garotos e
garotas a se tornarem homossexuais; outro receio é de que aquele ou
aquela que fala sobre essa prática em termos simpáticos ou não
preconceituosos possa vir a ser reconhecido como gay ou lésbica.
Para escapar desse perigo, muitos adultos preferem dizer que não
sabem nada sobre a homossexualidade, que não entendem disso, ainda
que essa afirmação possa significar uma demonstração de
ignorância da sexualidade. Esse tipo de atitude – “não tenho
nada a ver com isso” – nega o fato de que as identidades sexuais
são, todas, interdependentes, quer dizer, nega que as identidades
sexuais (como qualquer identidade) se fazem em relação umas com as
outras. Para que alguém possa dizer eu sou heterossexual, ele ou ela
precisará, necessariamente, lidar com a identidade homossexual –
ainda que seja para negá-la, para dizer o que ele ou ela não
é.
A
diferença é sempre construída numa relação.Se
é papel da educação fomentar a construção de uma ética fundada
no respeito aos direitos humanos, condição básica para a vida em
sociedade, os
professores
devem, então,
estar atentos aos estereótipos de gênero, à homofobia e intervir
em toda e qualquer situação de preconceito, reforçando a dignidade
humana, a defesa da cidadania.
Desse
modo, construir-se-á,
no cotidiano da
escola,
por meio de atitudes, a melhora do comportamento dos alunos,
sobretudo
em atitudes de maior
tolerância e respeito.
3. Objetivos
- Trabalhar as questões do preconceito, levando os alunos a entenderem e respeitarem a orientação sexual do outro.
- Conhecer melhor as questões da Diversidade Sexual e de Gênero no contexto da escola.
- Manter Fórum
permanente de discussão e troca de informações no blog do grupo de
estudos.
- Fomentar a temática
sobre gênero e diversidade sexual nas semanas e reuniões
pedagógicas.
- Realizar o estudo dos
temas (conteúdos) da Diversidade presentes na Proposta Pedagógica
Curricular.
- Desenvolver atividades
com os alunos que envolvam o conhecimento e o respeito à
Diversidade.
- Organizar práticas
escolares que levem em consideração a Diversidade existente nas
salas de aula.
4.
Conteúdos
Os assuntos, ou
conteúdos, estão presentes na Proposta Pedagógica Curricular do
Colégio Zardo.
Em
2011 foi realizado um conjunto de atividades com o intuito de definir
os conteúdos de cada uma das legislações solicitadas nas
diferentes disciplinas do currículo escolar. Dentre
elas questão de
gênero
e
diversidade sexual.
Discutir
a homossexualidade em sala de aula é um caminho possível para
refletir
sobre a diversidade. Para
isso, valem
as discussões sobre as
imposições dos determinismos cultural e biológico. Papéis das
pessoas de sexo masculino ou feminino impostos por concepções
meramente biológicas acabam sufocando o direito de exercer a
diversidade. Isso se complica quando a cultura reforça apenas duas
possibilidades com base nos órgãos sexuais.
Outros temas que podem
ser trabalhados são: o sexo, a sexualidade, a raça, a etnia, o
gênero e a educação sexual. Tudo isso debe ser abordado desde a
infância pois são conhecimentos imprescindíveis à formação
integral da criança e do jovem.
Louro
(2000) ensina que “como
educadoras e educadores precisaríamos, pois, voltar nosso olhar para
os processos históricos, políticos, econômicos, culturais que
possibilitaram que uma determinada identidade fosse compreendida como
a identidade legítima e não-problemática e as demais como
diferentes ou desviantes. Há que se analisar também as formas como
a escola tem lidado com essas questões”.
Várias
questões podem ser abordas como conteúdos de aula, como por
exemplo: o
mundo do privado e do doméstico; as muitas formas de viver o
feminino e o masculino, a família, as relações amorosas, a
maternidade e a paternidade; o erotismo e o prazer. Também
é possível realizar boas análises sobre questões da
sexualidade exercidas pelo cinema e pelas revistas masculinas ou as
revistas de boa forma, pelos quadrinhos e desenhos animados, pelos
blogs e pelos livros de autoajuda, pela publicidade ou pelos bailes
da terceira idade que,
de um modo ou de outro, estão no cotidiano dos alunos e são
fundamentais na construção de identidades
de gênero e sexuais.
5.
Metodologia e estratégias
Cabe a cada professor
incluir e desenvolver os temas de acordo com a sua dinâmica de
trabalho.
No
Colégio Zardo existe a prática de utilizar o blog da
pedagogia como um espaço para divulgar ações dos temas da
diversidade. Assim, publica-se material dos alunos (fotos, textos,
vídeos) além de avaliar o conhecimentos dos mesmos por meio de seus
comentários.
Na questão de gênero e
diversidade sexual pode-se trabalhar o tema no teatro (dramatizar,
improvisar, contar), pesquisar, debater, ver trechos de filmes, entre
outras formas. Os pais devem estar cientes destes temas relevantes,
pois alguns temas abordam estruturas de formação de conceitos
formados por família, por isso, conta muito conhecer quem são os
alunos e estar bem preparado com conhecimento de causa e amparados
legalmente, se necessário for.
Sempre que há uma
oportunidade trazer o tema para a sala de aula, visando o amor ao
próximo independente de sua cor, etnia e opção sexual. Todos têm
direito a ter opiniões, concordar e discordar, vivemos em um país
livre, porém sem a discriminação e o preconceito, pois atos desse
tipo geram a violência que pode ser física, verbal ou emocional.
Uma das formas para se
trabalhar o tema é através de filmes, documentários e palestras,
porque quanto mais se evita discutir o assunto, mais aumenta o
preconceito.
No cotidiano da escola,
há um lema do tipo “Não se fala muito nisso na escola”. Ao
utilizar o filme "Billy Elliot", para concluir o conteúdo
de dança houve um certo receio de que algum pai ou mãe viesse até
a escola questionar o porquê do uso daquele filme, porque já houve
professores que tiveram problemas por exibirem filmes desse tipo. O
conteúdo do filme aborda de maneira muito madura e bem resolvida a
questão da masculinidade e do ballet, mas existe uma opinião
machista de que homens que são "homens", não podem gostar
de dançar ballet. Felizmente não houve nenhum problema.
Essas ações são as que
devem ser desenvolvidas na escola. Os filmes são fortes aliados para
falar sobre o assunto, haja visto os quatro filmes sugeridos para
nortear as discussões. Ao utilizar filmes que façam abordagem com
os conteúdos de gênero e diversidade sexual desenvolve-se uma
ótima maneira do professor abordar e verificar em forma de
seminário, discussões ou mesmo atividades escritas se o aluno mudou
seu pensamento em relação a preconceitos quanto à diversidade, e
em, consequência, mudou também postura e comportamento.
Abordando o assunto da
diversidade sexual através de vídeos, documentários, reportagens e
textos, pode-se contribuir para a ampliação e o aprofundamento
desse debate e também para uma melhor compreensão da homofobia,
seus efeitos e suas relações com outros tipos de discriminação.
Uma estratégia que pode
ser utilizada para abordar a questão é fragmento de vídeos onde
haja questões relativamente polêmicas. Por exemplo: violência
contra mulheres, contra atividades realizadas por meninos e que são
consideradas das meninas ou vice-versa. Os alunos mesmos, muitas
vezes, indicam filmes com essas temáticas e sobre a
homossexualidade. Isso gera um clima de debate e análise de tal modo
que muitos acabam se expressando de forma madura e coerente sobre
essas temáticas.
Filmes podem ser bons
motivos para desencadear uma gama de discussões e percepções do
que se passa na cabeça dos alunos.
Para ampliar o debate,
nas semanas pedagógicas de fevereiro e julho, o grupo desenvolverá
apresentação sobre as questões da Diversidade Sexual e Gênero.
Nas reuniões pedagógicas
on line, haverá um tema relacionado à gênero
e diversidade sexual para estudos pelos professores.
Para o cotidiano da
escola, prever no Plano de Trabalho Docente os conteúdos da
Diversidade Sexual e Gênero.
Organizar a presença do
tema Diversidade Sexual e Gênero em texto no Projeto Político
Pedagógico.
6. Avaliação
Para
efetivar um processo de avaliação coerente, poderá ocorrer a
implementação das temáticas e metodologias apontadas aqui,
verificando a comprometimento dos alunos e, a partir das análises e
conclusões das discussões, o avanço na compreensão dos processos
histórico e ideológicos sobre gênero e diversidade sexual em nossa
sociedade.
O professor pode
verificar também a participação e o envolvimento dos alunos nos
estudos dos temas através de pesquisas de videos, textos e imagens
na Internet, workshop, enfim, provocando reflexões e
propiciando visibilidade a diversidade Sexual e Gênero.
Também, efetivar a
verificação da participação e envolvimento do estudante no
estudos dos temas, por meio de instrumentos de avaliação como
relatórios, textos, imagens, produção de material, elaboração de
vídeos, cartazes e livros. Pode-se também analisar comentários em
blog sobre o assunto.
7. Recursos
Uso das tecnologias da
informação (computador com Internet) para realizar os estudos no
blog, postagens e comentários.
Datashow para
apresentação da proposta aos professores.
Texto impresso com os
conteúdos previstos, bem como a versão digital a ser entregue no
pen drive.
Caderno temático sobre
Sexualidade.
8. Articulação do
grupo
O
grupo de
professores criou um
blog na Internet (www.grupodeestudoszardo.blogspot.com)
no qual foram sendo postados os materiais enviados pelo Departamento
da Diversidade, bem como outros textos, vídeos e imagens sugeridos
pelo grupo. Tornou-se o espaço, além do correio eletrônico, no
qual o grupo manteve a comunicação e a partilha de informações.
Num
primeiro momento, foram
estudados os
textos do Caderno Temático “Sexualidade”, elaborado pelos
técnicos do Departamento da Diversidade (Secretaria de Estado da
Educação), no qual foi
possível compreender
melhor as questões de gênero e diversidade sexual.
Num
segundo momento,
foram
vistos quatro
vídeos: “Propaganda
irlandesa contra a homofobia”,
"Não
Gosto dos Meninos", "Eu Não Quero Voltar Sozinho" e
“Acorda, Raimundo, acorda”,
os
quais proporcionaram inúmeras discussões
e
reflexões acerca da temática gênero e diversidade sexual.
A
propaganda
irlandesa desencadeia
questionamentos sobre
o bullying
homofóbico. É
uma peça publicitária
intitulado "Stand
Up! - Don't Stand for Homophobic Bullying",
que faz parte da campanha "Stand
Up! LGBT Awareness Week!"
criada
pela organização Belong
To
que
é voltada a jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros entre
14 e 23 anos.
O
documentário "Não Gosto dos Meninos" apresenta uma
abordagem positiva e ao mesmo tempo cautelosa (no sentido de não
deixar transparecer que a vida, em qualquer orientação, é um jogo
fácil) dizem muito mais do que um longa diria a respeito. Este
documentário explora
aspectos
sobre a vida de um grupo de pessoas e deixa
claro que a
direção que deram às suas vidas é apenas um detalhe.
Já
"Eu Não Quero Voltar Sozinho" é uma história bonita e
sensível envolvendo a temática gay. É um curta metragem bastante
coeso. Tudo acontece de modo muito bem feito pelo diretor. A maior
qualidade desse maravilhoso curta é a sutileza. O amor (independente
de ser de um garoto por outro garoto) é tratado da forma mais
certeira possível: puro sem parecer inocente demais e verdadeiro sem
apelar para maiores invenções. Tudo é verossímil, o que deixa a
sensação de que aquela história que está se desenvolvendo é
universal. Este é um filme sobre descobertas: descobertas na vida,
no amor, na homossexualidade, no companheirismo… E isso sim deve
ser tema para investigar, analisar e sensibilizar.
Também
foi
analisado
o vídeo “Acorda, Raimundo, acorda”, o qual apresenta a realidade
cotidiana de forma invertida entre os sexos. Para
os homens, essa situação é apresentada como um verdadeiro
pesadelo. Um pesadelo do qual homens e mulheres devem acordar. A
análise gira em torno dos papeis sexuais na sociedade.
Por
fim, houve
a postagem de comentários,
no próprio blog. E assim, foi
possível sistematizar
os posicionamentos do grupo referente à temática estudada, bem como
estabelecer ações para trabalhar pedagogicamente com o assunto em
sala de aula.
9.
Considerações
Finais
Ao
discutir a problemática que envolve currículo e identidades
sociais, Tomaz Tadeu da Silva aponta acertadamente a questão da
representação e da produção de identidades e subjetividades no
contexto escolar argumentando que “não existe identidade sexual
que não seja já, de alguma forma, discursiva e socialmente
construída” (2002,
p. 94). Portanto,
a escola como instituição formadora de opinião e com o dever de
formar o aluno para a cidadania, não pode continuar propagando
ideias, conceitos que alimentem o preconceito e a discriminação
contra o
ser humano.
Em pleno século XXI, não dá mais para se pensar em um ensino
pautado para a prática excludente, onde reina uma visão monolítica
de sociedade. Já é hora de tentar reverter essa situação de
discriminação contra mulheres, negros, nordestinos, indígenas,
homossexuais, bissexuais, travestis, transexuais, entre outros, a fim
de que a escola possa, de fato, direcionar o ensino para a formação
de cidadãos e cidadãs com plena consciência de que devemos
conviver pacificamente e respeitar toda raça e cultura humana.
Através
de discussões como as que ocorreram durante o estudo dessa temática
ficou evidente a necessidade mais momentos de análise, reflexão e
interação entre os professores para que estes desenvolvam ações
levem os alunos a interagir com seus pares e formar opiniões
saudáveis sobre sexualidade, gênero e diversidade sexual. É
necessário mostrar aos jovens que a sua afirmação como seres
sexuados, assim como rituais de passagem para a vida adulta, não
devem acontecer atrelados a uma gravidez aos 12 anos ou a um aborto
clandestino que podem ocasionar problemas de saúde individual e
também coletiva, comprometendo a sua vida sexual futura.
É
necessário estar aberto às discussões e abordagens relacionadas à
sexualidade sob diferentes aspectos que não só o biológico,
almejando formação específica e não apenas vontade para trabalhar
com as questões de gênero e diversidade sexual na escola.
10.
REFERÊNCIAS
BIBLOGRÁFICAS
BRASIL.
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação,
Ministério da Justiça, UNESCO, 2008.
BRITZMAN,
D. O que é essa coisa chamada amor: identidade
homossexual, educação e currículo. Revista
Educação e Realidade.
Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Educação, vol. 21, n. 1,
jan./jun. 1996.
COLÉGIO
ZARDO. Projeto Político Pedagógico. Curitiba, 2011.
_______.
Proposta Pedagógica Curricular. Curitiba, 2011.
DECLARAÇÃO
UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948. Disponível em
http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm.
Acesso em 01 de junho
de 2012.
FIGUEIRÓ,
Mary Neide Damico. Educação sexual: retomando uma proposta, um
desafio. Londrina: Ed. UEL, 2001.
LOURO,
G. L.
Currículo, gênero
e sexualidade. Porto: Porto Editora, 2000.
_____.
(Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte:
Autêntica, 2007.
MOITA
LOPES, L. P.
da. Identidades fragmentadas: a construção discursiva de raça,
gênero e sexualidade em sala de aula. Campinas: Mercado de Letras,
2003.
SILVA,
T. T.
da.
Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo.
Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário