Alexandro Muhlstedt
INTRODUÇÃO
O presente
documento é resultado de estudos empreendidos por um grupo de
professores do Colégio Estadual professor Francisco Zardo,
de Curitiba, por meio de Grupo de Estudos semi presencial, ofertado
pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), por meio do
Departamento da Diversidade, sobre a temática de
Quilombolas e Indígenas.
O
grande desafio da escola hoje é contribuir para formação de
cidadãos críticos, conscientes e atuantes. Trata-se de uma tarefa
complexa que exige dos profissionais que nela atuam um movimento que
ultrapasse temas, conteúdos e programas. Nessa realização,
torna-se possível perceber o verdadeiro sentido da palavra
cidadania.
Compreender
os aspectos que envolvem a temática da Diversidade é fundamental
para efetivar um projeto de real compromisso com aqueles que
necessitam da escola para suas vidas.
1.
Justificativa:
A temática que
envolve a Diversidade é uma questão de lei. Devem ser incluídos
nos conteúdos escolares por exigência da lei. No Colégio Zardo se
desconhece aluno indígena, mas negros, há vários. No entanto, em
se tratando de ser humano, é inegável que diferentes culturas devem
ser conhecidas e respeitadas. Há também presença de alunos de
origem rural, cujas famílias (por questões econômicas), optaram
por seguir a vida urbana.
Como
paranaenses, compreendemos que se deve conhecer e articular os temas
da diversidade porque todos fazem parte da constituição do nosso
povo.
São múltiplos
os motivos para se trabalhar com as questões que envolvem indígenas
e quilombolas em nossas aulas. Além da obrigatoriedade da Lei é
imprescindível conhecer possibilitar aos alunos gostarem de sua
história, caso contrário, negamos o direito de conhecerem os povos
que contribuíram com ela. Até porque, o desconhecimento acaba
reforçando preconceitos e o reforço de ideias, ideologicamente
implantadas, para se negar a existência dos negros, por exemplo, na
região de Curitiba.
Compreende-se,
então, que o motivo maior de se trabalhar com a temática
Quilombolas e Indígenas na escola é para conhecer a cultura do
outro, valorizá-la, respeitar a diversidade acerca da
interculturalidade, do atendimento e entendimento da diferença.
2. Objetivos
- Conhecer questões da Diversidade na
escola.
- Manter Fórum permanente de
discussão e troca de informações no blog do grupo de estudos.
- Fomentar a temática nas semanas e
reuniões pedagógicas.
- Realizar o estudo dos temas
(conteúdos) da Diversidade presentes na Proposta Pedagógica
Curricular.
- Desenvolver atividades com os alunos
que envolvam o conhecimento e o respeito à Diversidade.
- Organizar práticas escolares que
levem em consideração a Diversidade existente nas salas de aula.
3. Conteúdos:
Os assuntos, ou
conteúdos, estão presentes na Proposta Pedagógica Curricular do
Colégio Zardo.
Em 2011 foi
realizado um conjunto de atividades com o intuito de definir os
conteúdos de cada uma das legislações solicitadas nas diferentes
disciplinas do currículo escolar. Dentre elas, foram incluídas as
questões de africanidades e indígenas.
Os assuntos ou
temáticas fazem parte de muitos conteúdos específicos de algumas
disciplinas. E aqui, duas podem ser citadas: História e Sociologia.
Cada uma, com sua especificidade, têm como obrigação oferecer esse
conhecimento. Inclusive para desmistificar muitas “verdades”
implantadas pelos colonizadores e reforçadas pelas mídias e
governantes paranaenses. Por exemplo: Formação do povo brasileiro;
a visão e imposição do processo de embranquecimento do povo
brasileiro; as teorias pseudocientíficas que criaram as ideologias
raciais e como isso se mantêm ainda presente na mentalidade da
população. A discussão das cotas sociais e raciais em
universidades e concursos; as políticas públicas para cada segmento
social; os determinismos biológicos e culturais.
Já o
ensino de Línguas, especialmente das estrangeiras, não pode deixar
de lado a abordagem intercultural, uma vez que se caracteriza pela
presença do diferente. Ensinar outras línguas é demonstrar outras
culturas, sendo que não há necessidade, nem se deve, se ater apenas
a cultura dos locais de origem da língua estrangeira ensinada. O
ensino de línguas abre a possibilidade de abordar os mais variados
assuntos, sendo a diversidade e a pluralidade de culturas, assunto
constante nas aulas de língua estrangeira. No livro didático de
língua Inglesa do ensino médio, fornecido esse ano pela primeira
vez pelo governo, pode-se contar com unidades temáticas abordando a
diversidade, inclusive nas esferas indígenas e de africanidades.
Conforme
especificamos na proposta pedagógica do ensino de Língua
Estrangeira no Colégio Zardo, o assunto da Lei 11.645/08 sobre
História e Cultura Afro Brasileira e Indígena, pode ser trabalhado
tentando fazer uma correlação com a história da luta de Martin
Luther King nos Estados Unidos (inclusive pode-se utilizar o famoso
discurso que é disponível em áudio) com os ícones da luta na
História do Brasil no que se refere aos direitos dos negros (Abdias
Nascimento, por exemplo). Quanto a cultura indígenas também pode-se
fazer correlação da cultura indígena brasileira e dos índios da
América do Norte, utilizando a história da colonização brasileira
e americana que inclusive é retratada em muitos filmes. Exemplos
possíveis para serem trabalhados: retratar o Índio no Brasil –
Caramuru e Brava Gente Brasileira; e nos EUA Um Novo Mundo – A New
World (a história de amor entre a índia Pocahontas e o capitão
inglês John Smith são o pano de fundo para este belo filme sobre a
chegada dos colonizadores britânicos na América, ainda inexplorada,
em 1607,
e o choque cultural que têm com a civilização indígena), tido
como o melhor filme já feito sobre o tema).
Assuntos como:
reconhecimento e valorização da sociodiversidade, os direitos
culturais e as transformações da prática pedagógica, diversidade
sociocultural indígena e quilombola que são amparados legalmente.
Vale ressaltar que os
conteúdos a serem trabalhador devem incluir os diversos aspectos da
história e da cultura que caracterizam a formação da população
brasileira, a partir desses grupos étnicos, tais como o estudo da
história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o
negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as
suas contribuições nas áreas social, econômica e política,
pertinentes à história do Brasil.
4.
Metodologia e estratégias:
Cabe a cada
professor incluir e desenvolver os temas de acordo com a sua dinâmica
de trabalho. Sugere-se, por exemplo, a visitação ao Museu
Paranaense, conhecendo e explorando a exposição sobre questão
negra e indígena. Para isso, basta enviar e-mail ou fazer ligação
solicitando visita guiada. Acredita-se que será um momento para
visualizar melhor os temas e assim aplicar melhor os conteúdos.
Outra sugestão
é termos no blog da pedagogia um espaço para divulgar ações dos
temas da diversidade. Assim, pode ser publicado material dos alunos
(fotos, textos, vídeos), além de avaliar os conhecimentos dos
mesmos por meio de seus comentários.
Algumas ações possíveis: pesquisas
de campo onde os alunos analisam a compreensão e os motivos da
população pensar de determinada maneira (isso porque devemos dar o
suporte teórico das análises históricas, filosóficas e
sociológicas); trazer trechos de filmes que possuem diversas
interpretações sobre o papel dos indígenas e negros em nossa
história brasileira e na medida do possível, na história
paranaense.
Durante o ano letivo podem acontecer
diversas práticas que possam desenvolver os temas, desde que partam
dos fundamentos legais para a atual realidade.
Nas semanas pedagógicas de fevereiro
e julho, o grupo desenvolverá apresentação sobre as questões da
Diversidade. Nas reuniões pedagógicas On Line, haverá um tema
relacionado à Diversidade para estudos pelos professores. Para o
cotidiano da escola, prever no Plano de Trabalho Docente os conteúdos
da Diversidade. Organizar a presença do tema Diversidade em texto no
Projeto Político-Pedagógico.
5. Avaliação
Com a
implementação das temáticas e metodologias apontadas aqui, pode-se
verificar a comprometimento dos alunos e, a partir das análises e
conclusões das discussões, o avanço na compreensão dos processos
históricos e ideológicos sobre os indígenas e negros em nossa
sociedade.
O professor pode verificar a
participação e o envolvimento dos alunos nos estudos dos temas
através de pesquisas com pessoas mais velhas, parentes, workshop,
enfim, provocando reflexões e propiciando visibilidade a diversidade
cultural.
Verificação da
participação e envolvimento do estudante nos estudos dos temas por
meio de instrumentos de avaliação: relatórios, textos, imagens,
produção de material, elaboração de vídeos, cartazes e livros.
Pode-se também analisar comentários em blog sobre o assunto.
6. Recursos
Uso das tecnologias da informação
(computador com Internet) para realizar os estudos no blog, postagens
e comentários.
Datashow para apresentação da
proposta aos professores.
Texto impresso com os conteúdos
previstos, bem como a versão digital a ser entregue no pen drive.
7.
Articulação do grupo
O grupo de
professores organizou a criação de um blog na Internet
(www.grupodeestudoszardo) no qual foram sendo postados os materiais
enviados pelo Núcleo Regional de Educação de Curitiba (NREC), bem
como outros textos, vídeos e imagens sugeridos pelo grupo sobre a
temática da Diversidade. Tornou-se o espaço, além do correio
eletrônico, no qual o grupo manteve a comunicação e a socialização
das informações.
Num primeiro
momento, foi estudado o texto
“O que fazer pedagogicamente com a diversidade na sala de aula”.
No blog, cada componente do grupo expressou sua visão a respeito do
tema, tentando responder os questionamentos apresentados.
Nessa tarefa, foi possível
expressar as visões acerca das questões que tratam da Diversidade,
sendo que conhecer um pouco mais sobre essa temática motivou
compreendê-la melhor no cotidiano da escola.
No
Blog, o grupo expressões opiniões sobre alguns aspectos da
Diversidade e sua abordagem na escola. A seguir, algumas
contribuições socializadas pelos participantes:
Acredito
que na escola (sendo um microcosmo da sociedade) há todo o tipo de
discriminação. Dentre as citadas, tenho percebido que a homofobia
está mais presente nos ambientes de sala de aula. Alguns alunos gays
têm vindo falar pra mim, que estão sendo vítimas de outros que
muitas vezem fazem piadinhas de mau gosto ou algum comentário
ofensivo. Só que nunca presencio o fato, sempre o aluno vem me
contar, depois que o fato já passou, e assim fica mais difícil
retomar(digamos assim) o assunto e orientá-los no sentido de
discutir sobre direitos, deveres e obrigações de cada um (sejam
homossexuais ou héteros).
Para
contribuir positivamente, o professor também não pode ter nenhum
preconceito. E isso é muito difícil porque somos fruto de uma
sociedade (ainda) machista, racista, homofóbica, etc. O melhor
combate para se livrar de todo tipo de preconceito ainda é a
educação e a informação. O desconhecimento e o desconhecido
causam muito medo e mal estar. Por isso a tendência é não aceitar
o que não se conhece. O preconceito nasce de um conceito pré-
concebido, pré- estabelecido. Quem não tem filhos negros, gays ou
nunca sofreu discriminação não conhece o assunto efetivamente, só
tem uma vaga ideia. Na minha (modesta) opinião, e o que sempre digo
em sala de aula é: ponha-se no lugar do outro.
E
se fosse com você? E se você sofresse todos os dias com as
dificuldades que uma pessoa, vítima de preconceito, discriminação,
sofre e precisa superar, você gostaria? Como se sentiria? Como
reagiria? A intolerância aos costumes, à cor da pele, às opiniões
contrárias são o estopim para que se inicie um processo de
discriminação.
Para
lidar legalmente com as situações, novamente cito a informação.
Quem está bem informado, com conhecimento sobre leis, direitos e
deveres terá maiores subsídios para orientar os alunos combatendo a
discriminação e convivendo na diversidade. Se bem que deixo bem
claro aqui que livrar-se de preconceito não se faz por decreto, mas
com educação para o afeto.
Pedagogicamente trabalhamos sim com valores condizentes com trato positivo para a diversidade, ou pelo menos tentamos trabalhar, pois muitas vezes nós mesmos temos dificuldade em aceitar um aluno que nos falte com o respeito ou que tenha mais dificuldade em assimilar o conteúdo, que não aprenda a matéria facilmente da mesma maneira que outros, são muitos alunos em sala de aula pra lidar com tanta diversidade (Ufa!).
Pedagogicamente trabalhamos sim com valores condizentes com trato positivo para a diversidade, ou pelo menos tentamos trabalhar, pois muitas vezes nós mesmos temos dificuldade em aceitar um aluno que nos falte com o respeito ou que tenha mais dificuldade em assimilar o conteúdo, que não aprenda a matéria facilmente da mesma maneira que outros, são muitos alunos em sala de aula pra lidar com tanta diversidade (Ufa!).
Cabe
a cada um de nós nos conhecermos melhor a nós mesmos, tentarmos
superar nossas dificuldades e preconceitos que estejam lá no fundo,
e que às vezes não nos damos conta de que temos, para então não
fazer da diversidade um problema, mas uma solução.
Marilise
- Artes
Sendo
a escola um espaço de intensas e múltiplas relações e interações,
inevitavelmente nos deparamos com uma gama de diversidade que nos
força a tomar atitudes para cada caso que envolvem preconceito e
discriminação. Ocorre que os profissionais necessitam de atitudes
que visem à formação de cidadãos com valores, de forma a
respeitarem as pessoas e suas diferenças.
A
escola assim, acaba assumindo a função de educar desenvolvendo
valores que considera mais adequados. É muito comum, em minha rotina
como pedagogo e diretor auxiliar, deparar-me com situações que
envolvem preconceito, discriminação, e formas delicadas de
xingamentos, ameaças por variados motivos. Assim, sempre que
analisado cada problema, observa-se a presença da intolerância e
desrespeito do diferente.
Concordando
com a professora Marilise, observo que, quanto mais o educador
conhece da questao de diversidade, melhor é sua atuação para lidar
com a heterogeidade em sala de aula.
Um exemplo simples de nossa rotina é a reação quando se tem de realizar um Plano Especial de Estudos. Muitos professores se empenham, se envolvem e querem saber sobre o aluno. Outros, ao contrário, fazem pouco caso e ainda deturpam as razões pelas quais o Plano de Estudos está sendo feito.
Um exemplo simples de nossa rotina é a reação quando se tem de realizar um Plano Especial de Estudos. Muitos professores se empenham, se envolvem e querem saber sobre o aluno. Outros, ao contrário, fazem pouco caso e ainda deturpam as razões pelas quais o Plano de Estudos está sendo feito.
Realmente,
temos muito a avançar nas questões que se referem ao trato com a
Diversidade (por tarte do professor, primeiro), para nos tornarmos
uma escola realmente inclusiva (formando alunos aptos a respeitar o
diferente). Um dos passos é este que estamos dando: estudar,
aprender e trabalhar juntos.
Uma
das questões propostas a partir do texto é pensar formas de
intervenção na escola para lidar melhor com a Diversidade.Para mim,
é necessário duas frentes de atuação:
A
primeira é a formação dos profissionais. Afinal, já que somos
considerados racionais, atribuímos a nossa personalidade um tom de
verdade. E quando vislumbramos o outro como diferente ao nosso
comportamento, criamos obstáculos e discriminamos este ser, achando
que ele se torna uma ameaça a nossa integridade. Assim, é
necessário desconstruir algumas "verdades" ou "crenças"
por meio de estudos, debates e leituras.
A
segunda, diz respeito a uma "escolarização" dos
conhecimentos elaborados sobre a Diversidade. Isso quer dizer que, em
posse de uma formação e um conhecimento claro sobre diversidade,
estabelecer atividades para o dia a dia da escola a fim de haver mais
respeito e tolerância.
É
necessário, então, reconhecer a diversidade étnica, racial e
cultural da sociedade brasileira e identificar, respeitar, criticar e
repudiar todas as formas de relações preconceituosas,
discriminatórias e excludentes.
Como
atividades é interessante que na sala de aula ocorram discussões,
debates e produção de textos a partir da projeção de vídeos;
seminários e apresentações de pesquisas e produções em sala de
aula; trabalhos com letras de música que retratam questões
relativas a preconceito e discriminação; trabalhos utilizando
diferentes linguagens visuais, como vídeo, fotografia, iconografia;
e confecção de cartazes, desenhos, charges, e histórias em
quadrinhos, por exemplo.
Pedagogo
Alex
Realmente
é importante que nós como educadores estudemos para termos
condições de dar a devida atenção ao assunto da diversidade.
Infelizmente dentro do cotidiano escolar existem todas as formas de
preconceito, seja de cunho racial, sexual, social e até religioso.
Não sei se concordam comigo, mas acho que hoje em dia o preconceito e até o bullying no que se refere a esses preconceitos diminuiu um pouco. Talvez seja pelo fato de eu estar trabalhando praticamente só com turmas de ensino médio, não vejo e não sei (no momento) de situações constrangedoras envolvendo preconceito. Imagino que na idade dos alunos de ensino fundamental, eles tendem a ser mais "cruéis" e têm menos esclarecimento e discernimento sobre o respeito com a diversidade. Alguns anos atrás, por exemplo, os alunos homossexuais, ou até aqueles que estavam passando por crises sem saber definir a sua preferência, ficavam mais isolados e no caso de meninos, acabavam andando só com as meninas por serem discriminados pelos meninos. Hoje eu vejo que esses alunos têm mais amigos, tanto meninos quanto meninas.
Não sei se essa é somente uma impressão equivocada ou se também percebem isso. Porem ainda estamos longe de uma sociedade livre de preconceitos e que respeita as diferenças, portanto temos muito a aprender e aprimorar a nossa prática para que ela seja voltada a uma educação que transmita esses valores aos nossos alunos.
Não sei se concordam comigo, mas acho que hoje em dia o preconceito e até o bullying no que se refere a esses preconceitos diminuiu um pouco. Talvez seja pelo fato de eu estar trabalhando praticamente só com turmas de ensino médio, não vejo e não sei (no momento) de situações constrangedoras envolvendo preconceito. Imagino que na idade dos alunos de ensino fundamental, eles tendem a ser mais "cruéis" e têm menos esclarecimento e discernimento sobre o respeito com a diversidade. Alguns anos atrás, por exemplo, os alunos homossexuais, ou até aqueles que estavam passando por crises sem saber definir a sua preferência, ficavam mais isolados e no caso de meninos, acabavam andando só com as meninas por serem discriminados pelos meninos. Hoje eu vejo que esses alunos têm mais amigos, tanto meninos quanto meninas.
Não sei se essa é somente uma impressão equivocada ou se também percebem isso. Porem ainda estamos longe de uma sociedade livre de preconceitos e que respeita as diferenças, portanto temos muito a aprender e aprimorar a nossa prática para que ela seja voltada a uma educação que transmita esses valores aos nossos alunos.
Carmen
Cinthia B Sekitani - Inglês
Imaginar
todos os habitantes do planeta iguais não teria graça. Afinal, como
lidar com tanta diversidade seja de diferentes culturas e etnias no
cotidiano escolar? Este questionamento me faz reportar a uma situação
vivida recentemente dentro da sala de aula, quando um aluno
discrimina o colega por ser descendente de nordestino e na presença
do professor do qual não aproveita a oportunidade para
(questionar/refletir/estudar/dialogar) que as diferenças fossem
respeitadas.
Com base na leitura do texto e na situação vivenciada, para mim o foco é na formação dos profissionais (começando por mim)provocando muitas leituras para melhor lidar com a diversidade no dia a dia da escola. As pontuações do Alex são muito pertinentes e as sugestões de atividades eu acrescentaria um juri simulado sobre o tema. O bacana é termos profissionais engajados em aprimorar seus conhecimentos e assim contribuir por uma educação de qualidade.
Precisamos promover o direito do cidadão, pois no art. 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz que não deve haver, em nenhum momento,discriminação por cor, raça, gênero,idioma, nacionalidade, opinião ou qualquer outro motivo.
Com base na leitura do texto e na situação vivenciada, para mim o foco é na formação dos profissionais (começando por mim)provocando muitas leituras para melhor lidar com a diversidade no dia a dia da escola. As pontuações do Alex são muito pertinentes e as sugestões de atividades eu acrescentaria um juri simulado sobre o tema. O bacana é termos profissionais engajados em aprimorar seus conhecimentos e assim contribuir por uma educação de qualidade.
Precisamos promover o direito do cidadão, pois no art. 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz que não deve haver, em nenhum momento,discriminação por cor, raça, gênero,idioma, nacionalidade, opinião ou qualquer outro motivo.
Pedagoga
Marcia
Na
verdade, preconceito existe, não só na escola mas em qualquer
lugar. O que acontece é que muitas vezes ele fica mascarado, atrás
de uma piada ou algum comentário discriminatório sobre racismo ou
homofobia. As vezes, sem perceber, nós mesmos cometemos algum tipo
de preconceito. Cabe ao professor tentar coibir este tipo de atitude,
levando ao conhecimento da equipe pedagógica ou direção para que
possam tomar as devidas providências.
O
professor é um espelho para os alunos, o que ele faz pode refletir
positiva ou negativamente nas atitudes deles. Por isso qualquer
comentário ou piada deve ser bem pensada antes de fazer, pois pode
incentivar o preconceito.
Os
professores não recebem treinamento ou orientações para lidar com
determinadas situações, muitas vezes não sabendo o que fazer ou
que atitudes tomar legalmente, sem se prejudicar.
Não
há como negar falta de conhecimento sobre as formas de preconceitos
existentes em nossa sociedade, vemos todo dia nas mídias casos sobre
o assunto, cada dia se discute mais formas de acabar com o racismo,
homofobia, etc. As escolas deram um grande passo entrando nessa
discussão respeitando as diversidades que há entre os indivíduos.
Trabalhar
em cima do assunto é uma forma de superar o problema, através de
discussões e palestras para os alunos e professores. Cabe a cada um
de nós fazer a nossa parte no sentido de não incentivar as atitudes
que possam gerar desconforto para as pessoas.
Marcos
Mazetti - Informática
A
sociedade vive uma constante evolução, porém nem sempre este
crescimento vem de forma justa para todos, como professora vejo que
precisamos desenvolver ações práticas para combater todas as
formas de preconceito e discriminação que podem gerar violência a
todas as pessoas.
Como
exemplo, posso citar o período da primavera, onde a diversidade de
flores com seus perfumes trazem a alegria de dias ensolarados e
belos. Somos como estas flores, cada um com seu estilo, perfume,
cores e designer, sem esta diversidade não existiria primavera.
Assim deveríamos ser para com todos, amar o próximo simplesmente pela sua diferença e pelo que podemos receber dele.
Assim deveríamos ser para com todos, amar o próximo simplesmente pela sua diferença e pelo que podemos receber dele.
Como
educadora muitas vezes, sinto despreparada para agir em certas
situações, falta-me conhecimentos e argumentos para conduzir de
forma pacífica a situação, porém tenho como objetivo buscar
ferramentas práticas para a melhor solução.
Vejo
a escola de hoje muito mais preparada e renovada para ajudar nossos
alunos. Quando a diretoria, coordenação pedagógica,
administradores e educador trabalham em equipe tendo como objetivo
melhor qualidade em sala, poderemos sim ter uma escola da igualdade e
amor ao próximo. Devemos semear conhecimento mas sem o amor não
valerá em nada todo nosso esforço.
Amei
esta frase, por isto estou colocando em destaque. "Ninguém
nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou
ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e
se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” (Nelson
Mandela)
Mariane
– Geografia
Após
ler o texto em questão e as contribuições aqui postadas, faço
minhas considerações.
Muitas formas de racismo, homofobia ou machismo encontradas em nossa escola estão camufladas nas frases e piadas do nosso dia a dia. Quantas vezes recebemos ou fazemos comentários sobre a aparência de alguém, os trejeitos e até mesmo as características de nossos alunos ou de colegas de trabalho. Isso demonstra o quanto está enraizado em nós atitudes preconceituosas e que não damos conta que as temos. Portanto, em alguns momentos nosso tm de voz ou a maneira como fazemos os comentários é de pura maldade e preconceito.
Uma outra questão é que a expressão "raça" está presente em nossas falas e escritos que não percebemos que é mais uma forma de discriminarmos. Diferença de raça entre os humanos não existe pois pertencemos a um mesmo grupo: os seres humanos. A classificação e a diferenciação de raças foram criadas em momento específicos da história humana com o objetivo de separar os grupos e assim poder explorar os que não estavam na mesma "evolução". Assim, quando usamos "diferenças de raças ou étnicas" estamos confundindo os conceitos e perpetuando a concepção de que alguns grupos são melhores do que outros. E essa classificação acaba sendo reforçada pela cor da pele.
Muitas formas de racismo, homofobia ou machismo encontradas em nossa escola estão camufladas nas frases e piadas do nosso dia a dia. Quantas vezes recebemos ou fazemos comentários sobre a aparência de alguém, os trejeitos e até mesmo as características de nossos alunos ou de colegas de trabalho. Isso demonstra o quanto está enraizado em nós atitudes preconceituosas e que não damos conta que as temos. Portanto, em alguns momentos nosso tm de voz ou a maneira como fazemos os comentários é de pura maldade e preconceito.
Uma outra questão é que a expressão "raça" está presente em nossas falas e escritos que não percebemos que é mais uma forma de discriminarmos. Diferença de raça entre os humanos não existe pois pertencemos a um mesmo grupo: os seres humanos. A classificação e a diferenciação de raças foram criadas em momento específicos da história humana com o objetivo de separar os grupos e assim poder explorar os que não estavam na mesma "evolução". Assim, quando usamos "diferenças de raças ou étnicas" estamos confundindo os conceitos e perpetuando a concepção de que alguns grupos são melhores do que outros. E essa classificação acaba sendo reforçada pela cor da pele.
O
correto seria abolismo a expressão raça, afinal ela aponta a
discriminação por si só, no gênero humano. Em relação ao
machismo também precisamos estudar sua fundamentação histórica e
desmitificarmos que "sempre foi assim". A homofobia é algo
que temos a possibilidade de discutirmos nos últimos anos e na
escola é mais recente ainda. Tanto o machismo como a homofobia são
faces da mesma moeda pois afrontam poderes estabelecidos diante do
ser feminino e dos que são homossexuais. Poderes estes reforçados
pela questão religiosa cristã católica herdada dos colonizadores.
Nós
profissionais da educação não recebemos, ao longo de nossa
formação acadêmica, informações sobre racismo, homofobia ou
machismo. Entramos em sala de aula com a cara e a coragem e muitas
vezes buscamos, sozinhos, dados e informações que nos auxiliem.
Eu mesma fui procurar estudar mais quando um professor de filosofia da UTFPR, fundador do movimento negro em Curitiba, nos deu um texto sobre o Iluminismo que levantava algumas questões sobre as contradições desse movimento importante em termos históricos. Pude perceber que as contradições não são ensinadas ou apresentadas a nós enquanto alunos do ensino médio ou da graduação. Só nos ensinam o lado bom, como se todos os iluministas não tivessem posições políticas opostas. A partir daí fui procurar livros que mostrassem várias vertentes sobre a questão racial a partir da biologia, medicina, filosofia, craniometria, dentre outras explicações.
Eu mesma fui procurar estudar mais quando um professor de filosofia da UTFPR, fundador do movimento negro em Curitiba, nos deu um texto sobre o Iluminismo que levantava algumas questões sobre as contradições desse movimento importante em termos históricos. Pude perceber que as contradições não são ensinadas ou apresentadas a nós enquanto alunos do ensino médio ou da graduação. Só nos ensinam o lado bom, como se todos os iluministas não tivessem posições políticas opostas. A partir daí fui procurar livros que mostrassem várias vertentes sobre a questão racial a partir da biologia, medicina, filosofia, craniometria, dentre outras explicações.
E
como plano de ação, acabei preparando algumas transparências para
as aulas de Sociologia no tocante aos conteúdos específicos da
disciplina. É muito bom poder oferecer aos nossos alunos essas
explicações históricas e pseudocientíficas e ouvi-los nas
discussões.
E não é só nas questões raciais, machistas ou homofóbicas mas quando discutimos a formação do povo brasileiro a partir das matrizes africanas, indígenas e europeias.
E não é só nas questões raciais, machistas ou homofóbicas mas quando discutimos a formação do povo brasileiro a partir das matrizes africanas, indígenas e europeias.
Um
outro caminho é a utilização da literatura brasileira que está
tão impregnada de ideologias contrárias à diversidade racial e de
gênero.
Espero
não estar fugindo das análises propostas para esse fórum.
Salvina
- Sociologia
Algumas
situações mencionadas não tenho conhecimento de que tenha ou
esteja ocorrendo em nossa escola, no entanto muitos colegas fazem
comentários e eu também referente a mudança de comportamento
quando há, tentando solucionar as questões sempre de forma
positiva, não tenho preconceito quanto a raça de ninguém só não
aceito atitudes que possam prejudicar o outro ou a mim mesma, procuro
sempre que possível conhecer um pouco da historia dos alunos, quem
sou eu para ficar julgando o gosto das pessoas, acredito que nenhum
professor tem intenção de prejudicar a moralmente ou
sentimentalmente qualquer que seja o seu aluno,a não ser que goste
de passar por situação semelhante.Algumas situações de
diversidade podem trazer dificuldades por ser desconhecida no nosso
cotidiano, mas nos adaptamos e temos o apoio de todo corpo docente,
procuramos trabalhar e tratar com respeito nossos alunos, existem
fontes de pesquisas conforme sugere o texto para várias formas de
diversidades como IBGE, FIPE, UNESCO, as secretárias de saúde e da
educação entre outras.Sim, pedagogicamente trabalhos na construção
coletiva para o desenvolvimento dos saberes, conhecimento de valores
e solidariedade em todo âmbito escolar em muitos casos também no
familiar.Vamos juntos no decorrer deste trabalho em grupo criar novas
formas de superação para os atuais desafios em nossa escola tendo a
consciência que o direito de saber é de todos, independente de
raça, cor, religião, sexualidade, entre outros, todos somos
cidadãos e temos o livre arbítrio de escolhas, mas sempre
respeitando o próximo, vivemos em uma democracia. E quanto mais
conhecimento tivermos e passarmos para nossos alunos, melhor. Por
isso é importante também trabalhar assuntos do cotiano mesmo que
não seja a nossa realidade, pois conhecendo as diferenças e que
aprenderemos a respeitá-las, independente da disciplina é possível
encaixar temas pertinentes a formação do cidadão para uma
sociedade justa.
Ana
Lucia - Arte
8. Considerações
finais
Com o desenvolvimento dessas
atividades, o processo de reflexão sobre a temática foi tomando
forma. E para completar os estudos que foram sendo realizados, foi
publicado no blog dois documentos (Cadernos temáticos) encaminhados
pelo NRE: Educação Escolar Quilombola: Pilões, Peneiras e
Conhecimento Escolar e Educação Escolar Indígena. O grupo
debruçou-se sobre os documentos e novamente publicou no blog as
interpretações da temática. Deteve-se em abordar as necessidades e
importância de se trabalhar tais temas com os alunos, quais seriam
esses temas, quais as ações e quais meios avaliativos.
Assim, o grupo constituiu uma espécie
de análise
e diagnóstico da situação da escola frente aos conceitos e
informações
apresentadas nos textos de apoio.
Estudar
os aspectos que envolvem a Diversidade, além da compreensão crítica
de aceitação, é também fazer jus à legislação
brasileira que garante indistintamente a todos o direito à escola,
em qualquer nível de ensino.
Há
de se considerar que, socializar o conhecimento, deve ser tarefa
primordial da escola, mas é também de atuar na transformação dos
saberes e é pela soma de esforços que promove o pleno
desenvolvimento do indivíduo como cidadão.
O currículo, enquanto
instrumento da cidadania democrática, deve contemplar conteúdos e
estratégias de aprendizagens que capacitem o ser humano para a
realização de atividades nos três domínios da ação humana: a
vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva.
Para
melhorar faz-se necessário desfazer o caráter excludente, ainda
presente na escola, e do currículo tradicional, que reproduzem as
desigualdades sociais ao trabalhar com padrões culturais distantes
das realidades dos alunos.
9.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO,
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