Alexandro
Muhlstedt
Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe.
Somos
agricultores, esperando a colheita, porque a queremos muito,
porque
conhecemos as sementes, a terra, os ventos e a chuva,
porque
avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente.
(Danilo Gandin)
(Danilo Gandin)
RESUMO: O
presente artigo apresenta questões referentes ao Projeto Político
Pedagógico (PPP), documente referencial para toda e qualquer escola,
na perspectiva legal, pedagógica e política. Além disso, posiciona
no princípio da participação democrática por meio de uma
construção coletiva, envolvendo todos os participantes da escola:
professores, pedagogos, diretores, funcionários pais e alunos.
Pretende-se analisar as implicações do PPP no cotidiano da escola e
nas escolhas realizadas para concretizar o processo de ensino
aprendizagem. A conceituação, os processos, as dinâmicas e as
peculiaridades existentes no interior da escola são essenciais para
a elaboração de um PPP fiel às intenções, objetivos, metas,
sonhos e aspirações daqueles que fazem parte da escola. Acreditar
na participação, envolver com profissionalismo e seriedade,
propiciar a troca, a reflexão e a superação das distorções e
contradições são modos de tornar a construção do PPP o marco
diretivo de todos os processos decorrentes na escolar. A concepção
que norteia a reflexão é a própria essência do trabalho que
envolve cada unidade escolar: a singularidade do trabalho, dos
processos, do contexto social e cultural e das formas de se pensar e
planejar.
Palavras-chave: Escola;
Projeto Político Pedagógico; Construção coletiva; Organização;
Planejamento.
1. O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: ASPECTOS LEGAIS E CONCEITUAIS
A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96, em seu artigo 12,
inciso I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
normas comuns e as do seu sistema de ensino, tem a incumbência de
elaborar e executar sua proposta pedagógica”, deixando explícita
a ideia de que a escola não pode prescindir da reflexão sobre a
intencionalidade educativa. Fica claro, portanto, que a escola
condiciona-se à construção desse documento norteador, evidenciando
a intencionalidade e a clareza dos processos decorrentes da ação
educativa. Nesse sentido, construir o PPP não é tarefa de
“iluminados” e “escolhidos”, mas ação de todos os
envolvidos na unidade escolar, discutindo, refletindo, superando
contradições, buscando consenso e decidindo juntos.
A
palavra Projeto deriva do latim projecto
significa Plano Geral de um Trabalho, desígnio, empreendimento,
iniciativa (FERNANDES, LUFT E GUIMARÀES, 1999, pág. 541). Por essa
conceituação etimológica, simples e objetiva, clarifica-se a
importância de compreender o PPP como documento norteador, como
proposta e como aspiração e ação de melhoria.
O Projeto Político
Pedagógico é um documento que se constitui, tomando o seu sentido
etimológico, em um plano geral para a educação. Todavia, “mais
que um documento burocrático”, contemplado na LDB (9394/96), o PPP
é um meio de engajamento coletivo para integrar ações dispersas,
criar sinergias. Veiga (1998) esclarece as questões conceituais
sobre o tema ao afirmar que o projeto pedagógico não é um conjunto
de planos e projetos de professores, nem somente um documento que
trata das diretrizes pedagógicas da instituição educativa, mas um
produto específico que reflete a realidade da escola, situada em um
contexto mais amplo que a influência e que pode ser por ela
influenciado. Portanto, trata-se de um instrumento que permite
clarificar a ação educativa da instituição educacional em sua
totalidade. É mais do que responder a uma solicitação formal. É a
reflexão e a contínua expressão de dar direção e orientação a
uma ideia, a um processo pedagógico intencional alicerçado nas
reflexões e ações do presente (PEREIRA, 2007).
O projeto político
pedagógico não é modismo e nem é documento para ficar engavetado
em mesa na sala de direção da escola. Ele transcende o simples
agrupamento de planos de ensino e atividades diversificadas, pois é
um instrumento do trabalho que indica um rumo, uma direção e
construído com a participação de todos, como explicam André
(2001) e Veiga (1998). Ele “é político no sentido de compromisso
com a formação do cidadão para um tipo de sociedade” (ANDRÉ,
2001, p. 189) e é pedagógico porque possibilita a efetivação da
intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão
participativo, responsável, compromissado, crítico e
criativo.
Veiga (2001) traz importantes contribuições sobre está temática quando trata da construção de um projeto pedagógico em uma dimensão política e como prática especificamente pedagógica. Esta autora apresenta algumas características, tais como: a) ser processo participativo de decisões; b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica; e, e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
Veiga (2001) traz importantes contribuições sobre está temática quando trata da construção de um projeto pedagógico em uma dimensão política e como prática especificamente pedagógica. Esta autora apresenta algumas características, tais como: a) ser processo participativo de decisões; b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica; e, e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
Libâneo (2001, p. 125)
aborda está temática ao destacar que o projeto pedagógico “deve
ser compreendido como instrumento e processo de organização das
escolas”, tendo em conta as características do instituído e do
instituinte.
Vasconcellos (1995) reforça este entendimento, afirmando que o projeto pedagógico “é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição.” (p. 143).
Vasconcellos (1995) reforça este entendimento, afirmando que o projeto pedagógico “é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição.” (p. 143).
2. O PPP NA ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ
No Estado do Paraná, o
PPP deve ser construído coletivamente em consonância com o sistema
público de ensino, articulando as propostas dos autores que discutem
a questão, com as orientações gerais oferecidas pela Secretaria de
Estado da Educação - SEED. Sua continuidade deve ser “atemporal”,
isto é: precisa de médio e longo prazo para se perpetuar de acordo
com a realidade da escola. O “atropelo” dessa condição pode
trazer inúmeros danos à sua concepção: diagnóstico superficial e
manipulado, não dando conta do que a realidade da unidade escolar
realmente apresenta; cronograma de ações prejudicados, quando se
tenta cumprir prazos curtos e fixos, deixando de analisar questões
preponderantes; ações pedagógicas ineficientes, justamente por se
tentar dar conta de cronogramas e roteiros que não retratam, de
fato, as possibilidades e os problemas oriundos da rotina da unidade
escolar; intervenções superficiais na tentativa de não deixar
“nada de fora”, impedindo uma reflexão real, crítica e profunda
daquilo que exige aprofundamento e estudo, etc. A temporalidade para
a consolidação do PPP é trabalhar num horizonte histórico com o
futuro a partir do presente. É definir cada estratégia de
intervenção, prevendo tempos, prazos, pessoal, ações claras e
metas assertivas.
O Projeto Político
Pedagógico, originado no seio da coletividade docente, discente,
administrativa e segmentos da sociedade fornece uma identidade à
instituição, representa espaço onde possam se manifestar as
experiências acumuladas, as necessidades singulares, o planejamento
sistematizado das ações, enfim, uma oportunidade de tomarem as
rédeas da direção a seguir.
Cabe ao pedagogo da
escola, profissional componente da equipe pedagógica, conduzir o
processo de discussão, de elaboração e de construção do PPP nas
escolas paranaenses. Cabe, em síntese, a este profissional da
educação a tarefa de conscientizar, estimular, motivar e organizar
cada momento de construção do PPP.
Ao pedagogo é dado o
trabalho de conduzir e escrever, sintetizar e provocar as falas, as
opiniões, as ideias e as sugestões. Num trabalho de “costura”,
o PPP vai tomando forma e retratando a realidade da unidade escolar
pela ação direta desse profissional. Evidentemente que, sozinho ou
em gabinete, o pedagogo não pode almejar um PPP democrático e
participativo. Somente pelo envolvimento de todos da escola é que
este documento toma a forma que deve ter. Quando o PPP é construído
por consultores e assessores externos à escola, o documento torna-se
apenas um punhado de reflexões vazias e distantes da realidade, sem
contar que serão poucos aqueles que realmente vão investir na
concretização do que se apresenta.
3. A ORGANIZAÇÃO DO PPP: AS PARTES QUE O COMPÕEM
Alguns autores apresentam
proposições teóricas-metodológicas interessantes e coerentes com
a realidade vivida nas unidades escolares. Cita-se, por exemplo,
obras de Celso Vasconcelos e Danilo Gandin que distinguem a
organização do PPP em três partes essenciais: Marco Referencial,
Diagnóstico e Programação.
No Marco Referencial está
expressa a posição da instituição que planeja em relação à sua
identidade, visão de mundo, utopia, valores, objetivos,
compromissos. Indica o 'rumo', o horizonte, a direção que a
instituição escolheu, fundamentado em elementos teóricos da
filosofia, das ciências, apoia-se em crenças, na cultura da
coletividade envolvida. Implica, portanto, opção e fundamentação.
É nele que está o sentido do trabalho pedagógico e as grandes
perspectivas para a caminhada rumo a sua concretização. A função
maior do Marco Referencial é a de tensionar a realidade no sentido
da sua superação / transformação e, em termos metodológicos,
fornecer parâmetros, critérios para a realização do Diagnóstico.
Está organizado da seguinte forma: Marco Situacional (onde estamos,
como vemos a realidade); Marco Conceitual (para onde queremos ir) e
Marco Operacional (que horizonte queremos para nossa ação).
O Marco Situacional é a
percepção do grupo em torno da realidade em geral: como a vê,
quais seus traços mais marcantes, qual a relação do quadro
sócio-econômico, político e cultural mais amplo e o cotidiano da
escola. Sua importância se deve ao fato de que pode desvelar os
elementos estruturais que condicionam a instituição e seus agentes.
Neste Marco o que se pretende é a explicitação de uma visão geral
da realidade e não apenas uma análise da instituição na
perspectiva micro, pois isto será feito na fase do Diagnóstico.
O Marco Conceitual
equivale aos princípios norteadores do ideal geral da instituição
escolar. Fundamenta a proposta de sociedade, pessoa e educação
assumida pelo grupo que compõe a equipe escolar e sua comunidade.
Embora toda educação se baseie numa visão de homem e de sociedade,
nem sempre as escolas explicitam ou discutem consciente e
intencionalmente as concepções subjacentes às suas práticas. O
processo de elaboração do Marco Conceitual dá esta oportunidade
tanto de explicitação, quanto de debate e busca de um consenso
mínimo em torno de conteúdos epistemológicos, éticos, políticos,
pedagógicos, metodológicos.
O Marco Operacional é a
explicitação do ideal da instituição escolar, tendo em vista
aquilo que queremos ou devemos ser. Diz respeito a organização das
ações da coletividade escolar naqueles campos de atuação que
compreendem a as três principais dimensões que configuram a práxis
educativa, quais sejam: a dimensão pedagógica, a dimensão
comunitária e a dimensão administrativa. A elaboração do Marco
Operacional, deve ser compatível e coerente com o Marco Situacional
e, em especial, com o Marco Conceitual, pois, caso isso não ocorra,
pode haver desarticulação entre a realidade geral e as grandes
finalidades assumidas.
No Diagnóstico estão as
características atuais da escola, suas limitações e
possibilidades, os seus elementos identificadores, a imagem que se
quer construir quanto a seu papel na comunidade em que está
inserida. Esse levantamento dos traços identificadores da escola
constitui um “diagnóstico” que servirá de base para a definição
dos objetivos a perseguir, do modelo de gestão a ser adotado, dos
conteúdos que devem ser trabalhados, das formas de organização e
funcionamento da unidade escolar e sua função social no contexto
local e global.
E por fim, na Programação
está a definição do que vai ser feito e dos meios para a superação
dos problemas detectados, em busca da qualidade da educação
oferecida pela escola. É a proposta de ação. Ou seja: definição
do que é necessário e possível fazer para diminuir a distância
entre o que a escola é e o que deveria ser. Quanto à periodicidade,
a programação tem abrangência de 03 anos, com revisão anual.
A Programação é o conjunto de ações concretas definidos pela instituição, no espaço de tempo disponível, que tem por objetivo superar as necessidades identificadas. Dito de outra forma, é a proposta de ação para sanar (satisfazer) as necessidades apresentadas pelo Diagnóstico (Gandin,1991:45).
A Programação é o conjunto de ações concretas definidos pela instituição, no espaço de tempo disponível, que tem por objetivo superar as necessidades identificadas. Dito de outra forma, é a proposta de ação para sanar (satisfazer) as necessidades apresentadas pelo Diagnóstico (Gandin,1991:45).
A escola é um espaço
privilegiado, onde seus membros podem experimentar ser atores do
processo educativo e é isso que suscita a construção de um Projeto
Político – Pedagógico.
4. A IMPORTÂNCIA DA CONSTRUÇÃO DO PPP
O projeto
político-pedagógico tem sido, nos últimos anos, objeto de estudos
e debates entre os educadores. É comum ouvirmos a afirmação: “O
projeto político-pedagógico é uma busca da melhoria da qualidade
do ensino” e ousaríamos completar, da formação de seres humanos
mais autônomos.
Entre os debates e
estudos feitos, levanta-se uma questão a respeito da denominação
que se dá ao projeto da escola: projeto educativo institucional,
projeto pedagógico, projeto pedagógico institucional, proposta
pedagógica, projeto político-pedagógico. Mas, qualquer que seja a
denominação, está implícita no projeto da escola a ação de
planejar, buscar um rumo, uma direção de forma
intencional.
Planejar o desenvolvimento da escola é condição imprescindível para que as perspectivas que se tem sejam traçadas, visando intervenções responsáveis e conscientes em benefícios da coletividade. Isso pressupõe que o projeto da escola possa atender as dimensões política e pedagógica que lhe são atribuídas. Política porque traduz pensamentos e ação: exprime uma visão de mundo, de sociedade, de educação, de profissional e de aluno que se deseja. Tomar decisões, fazer escolhas e executar ações são todos atos políticos. Pedagógica porque nela está a possibilidade de tornar real a intenção da escola, subsidiando e orientando a ação educativa no cumprimento de seus propósitos que, sem dúvida, passam primeiramente pela formação do ser humano: participativo, compromissado, crítico e criativo.
Planejar o desenvolvimento da escola é condição imprescindível para que as perspectivas que se tem sejam traçadas, visando intervenções responsáveis e conscientes em benefícios da coletividade. Isso pressupõe que o projeto da escola possa atender as dimensões política e pedagógica que lhe são atribuídas. Política porque traduz pensamentos e ação: exprime uma visão de mundo, de sociedade, de educação, de profissional e de aluno que se deseja. Tomar decisões, fazer escolhas e executar ações são todos atos políticos. Pedagógica porque nela está a possibilidade de tornar real a intenção da escola, subsidiando e orientando a ação educativa no cumprimento de seus propósitos que, sem dúvida, passam primeiramente pela formação do ser humano: participativo, compromissado, crítico e criativo.
O projeto
político–pedagógico é uma busca de autoconhecimento e de
conhecimento da realidade e seu contexto. Planejá-lo requer
encontrar no coletivo da escola respostas a uma série de
questionamentos: Para quê? O quê? Quando? Como?Com o que? Por quê?
Com quem?
A construção do projeto
político–pedagógico é a forma objetiva de a escola dar sentido
ao seu saber fazer enquanto instituição escolar: é a realização
concreta de seus sonhos, onde ações são desconstruídas e
reconstruídas de forma dinâmica e histórica; é a revelação de
seus compromissos, sua intencionalidade e principalmente de sua
identidade e de seus membros.
O projeto
político–pedagógico permite à escola quebrar a rotina que às
vezes se instala, reorganizando o seu saber fazer, desafiando
horários e padrões preestabelecidos, alterando suas relações
pessoais e de conhecimentos teóricos e práticos, construindo, dessa
forma, experiências concretas, reais e palpáveis de educação.
Nesse sentido, o projeto político-pedagógico requer um comprometimento coletivo e um compartilhar de responsabilidades, de maneira que a escola alcance um desenvolvimento pleno em todos os aspectos: humano – reconhecendo e valorizando o profissional e oportunizando o desenvolvimento social dos alunos/alunas, tendo como pano de fundo o desenvolvimento educativo. É importante ressaltar ainda o desenvolvimento cultural, buscando o entendimento da cultura através dos conteúdos desenvolvidos, compreendendo e utilizando o conhecimento do próprio meio e criando uma cultura de pesquisa que legitime o desenvolvimento da instituição. O desenvolvimento político também permeia o projeto político-pedagógico. O fazer tem sempre consequências políticas que precisam ser encaradas pelo coletivo da escola e manejadas eficientemente, a fim de atender as necessidades que a realidade apresenta e alcançar o desenvolvimento institucional. Desenvolver institucionalmente requer uma aproximação da escola com seus parceiros: pais, comunidade, colaboradores, Setor, Núcleo Regional de Educação, Secretaria Estadual de Educação, o que possibilita a sua inserção em um projeto de políticas sociais e pedagógicas mais amplas. Essa é uma “arma” poderosa de que a escola dispõe. Participar e promover cada vez mais o trabalho coletivo não só com seus membros é o caminho para o macro desenvolvimento.
Nesse sentido, o projeto político-pedagógico requer um comprometimento coletivo e um compartilhar de responsabilidades, de maneira que a escola alcance um desenvolvimento pleno em todos os aspectos: humano – reconhecendo e valorizando o profissional e oportunizando o desenvolvimento social dos alunos/alunas, tendo como pano de fundo o desenvolvimento educativo. É importante ressaltar ainda o desenvolvimento cultural, buscando o entendimento da cultura através dos conteúdos desenvolvidos, compreendendo e utilizando o conhecimento do próprio meio e criando uma cultura de pesquisa que legitime o desenvolvimento da instituição. O desenvolvimento político também permeia o projeto político-pedagógico. O fazer tem sempre consequências políticas que precisam ser encaradas pelo coletivo da escola e manejadas eficientemente, a fim de atender as necessidades que a realidade apresenta e alcançar o desenvolvimento institucional. Desenvolver institucionalmente requer uma aproximação da escola com seus parceiros: pais, comunidade, colaboradores, Setor, Núcleo Regional de Educação, Secretaria Estadual de Educação, o que possibilita a sua inserção em um projeto de políticas sociais e pedagógicas mais amplas. Essa é uma “arma” poderosa de que a escola dispõe. Participar e promover cada vez mais o trabalho coletivo não só com seus membros é o caminho para o macro desenvolvimento.
Mas para esse alcance é
preciso que a escola se transforme. Transformar não é mudar.
Transformar significa chegar a novas situações, novos valores,
novos princípios, novas relações. É comum transformar concepções
e não transformar a prática. Esta última tem se mostrado, em
algumas instituições, arraigadas a teorias tradicionais, de caráter
racionalista, preocupando-se mais com a transmissão de conhecimento
do que com a construção deste pelo aluno, mediado pelo professor.
Dessa forma, as discussões, reflexões e, sobretudo, as produções
escritas por professores, pais, funcionários e alunos, ocorreram com
o intuito de romper com o paradoxo transmissão X construção e,
dessa forma, gerar novos pontos de vista para mudanças na prática
cotidiana.
Nesse sentido, no projeto político-pedagógico, através da ação de seus membros, faz-se a previsão daquilo que se deseja transformar, tanto no que se refere à concepções teóricas como práticas, voltando-se para a operacionalização das grandes metas da escola, de modo que possua prestar serviço à sociedade, preparando o aluno/aluna para se instalar no mundo em que vive, interpretando e pensando a realidade como um todo, de forma autônoma, tornando-o capaz de criticar e desenvolver expectativas e projetos em relação ao conjunto da sociedade.
Nesse sentido, no projeto político-pedagógico, através da ação de seus membros, faz-se a previsão daquilo que se deseja transformar, tanto no que se refere à concepções teóricas como práticas, voltando-se para a operacionalização das grandes metas da escola, de modo que possua prestar serviço à sociedade, preparando o aluno/aluna para se instalar no mundo em que vive, interpretando e pensando a realidade como um todo, de forma autônoma, tornando-o capaz de criticar e desenvolver expectativas e projetos em relação ao conjunto da sociedade.
Esse entendimento é
essencial para a transformação dos processos que se desenvolvem no
âmbito da escola, tanto de caráter pedagógico quanto
administrativo.
Transformar componentes pedagógicos implica em transformar os objetivos da escola, estabelecendo o que se pretende atingir, deixando clara sua intencionalidade, no tipo de formação que se deseja para seus alunos/alunas levando-se em conta os valores, costumes e manifestações culturais, enfim, as necessidades de sua comunidade. Para tanto, alguns desses componentes pedagógicos destacam-se com básicos na condução do processo educativo e devem ser pensados pelos membros da escola de modo que se configurem clara e coerentemente com a proposta pedagógica que as faz. São eles a Avaliação, a Metodologia, o Currículo, o Conhecimento e o Planejamento.
Transformar componentes pedagógicos implica em transformar os objetivos da escola, estabelecendo o que se pretende atingir, deixando clara sua intencionalidade, no tipo de formação que se deseja para seus alunos/alunas levando-se em conta os valores, costumes e manifestações culturais, enfim, as necessidades de sua comunidade. Para tanto, alguns desses componentes pedagógicos destacam-se com básicos na condução do processo educativo e devem ser pensados pelos membros da escola de modo que se configurem clara e coerentemente com a proposta pedagógica que as faz. São eles a Avaliação, a Metodologia, o Currículo, o Conhecimento e o Planejamento.
Transformar
na ação é a ideia chave do processo. Isso se faz, criando,
mudando, incrementando novas formas de pensar e de agir, aproveitando
o saber, a experiência, valorizando “o saber dos que sabem”.
Alterar relações, mudar, transformar é uma ousadia que se propõe
aos educadores, pais, alunos, funcionários, parceiros, colaboradores
e demais participantes do processo educacional. Isso está se
tentando ser gestado na própria escola, de dentro para fora, num
processo dinâmico, flexível e acima de tudo, autocrítico, a fim de
reconhecer limites e superá-los. Essa abertura ao trabalho coletivo
e participativo dentro da escola, desencadeia novos relacionamentos
e, nesse processo, vai-se configurando o “embrião” da identidade
da escola, da sua marca exclusiva e única delineada no seu projeto
político–pedagógico. Há que se mudar as relações no âmbito da
escola, na teoria e na prática, porque só assim esta alcançará
objetividade em seu fazer.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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